Interior / Polícia
Ex-marido premedita emboscada e mata professora Cinira de Brito com cinco facadas em Ribas do Rio Pardo
Crime ocorreu após vítima assumir novo relacionamento; Anderson Aparecido tentou suicídio e deixou carta em grupos de WhatsApp. MS chega a 20 feminicídios em 2025, às vésperas do Agosto Lilás
01/08/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©REDES SOCIAIS
O feminicídio da professora Cinira de Brito, de 44 anos, chocou a cidade de Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros de Campo Grande. A vítima foi assassinada pelo ex-marido, Anderson Aparecido de Olanda, de 41 anos, em uma emboscada premeditada na tarde desta quinta-feira (31). O crime marca o 20º feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025, justamente na véspera do Agosto Lilás, mês de conscientização sobre a violência de gênero.
Segundo a investigação, Anderson teria planejado o ataque após saber que a ex-companheira havia assumido um novo relacionamento há apenas três dias. O autor enviou mensagens por WhatsApp, alegando estar em Campo Grande e pedindo que Cinira buscasse pertences pessoais em sua casa.
Ao chegar ao local acompanhada da cunhada em um táxi, a vítima foi surpreendida. Anderson estava escondido no quintal, armado com uma faca. Enquanto Cinira arrumava alguns objetos, foi atacada com cinco facadas, sendo duas nas pernas e três no abdômen.
A cunhada conseguiu fugir e pedir ajuda. Quando a polícia e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegaram, Cinira já estava sem vida.
Após o crime, Anderson ingeriu veneno de uso veterinário e desferiu três facadas contra o próprio peito. Socorrido em estado grave, foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande, onde permanece internado.
Antes do assassinato, ele havia publicado uma “carta aberta” em grupos de WhatsApp da cidade, na qual fazia acusações de infidelidade contra Cinira e outras pessoas, e deixava claro que cometeria o crime. Apesar das mensagens, não foi possível evitar a tragédia.
O assassinato de Cinira eleva para 20 o número de mulheres mortas vítimas de feminicídio no Estado em 2025. O caso anterior foi de Juliete Vieira, de 35 anos, morta a facadas pelo irmão Edivaldo Vieira, de 41 anos, em Naviraí, no dia 25 de julho.
Confira a lista das vítimas em 2025:
Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 de abril
Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
Sophie Eugenia Borges (bebê de 10 meses, Campo Grande) – 28 de maio
Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
Rose Antônia de Paula (Costa Rica) – 27 de junho
Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho
Juliete Vieira (Naviraí) – 25 de julho
Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho
Casa da Mulher Brasileira (Campo Grande): Rua Brasília, s/n, Jardim Imá – atendimento 24h, todos os dias.
Serviços disponíveis: Defensoria Pública, Ministério Público, Vara de Medidas Protetivas, atendimento psicológico e social, brinquedoteca, Patrulha Maria da Penha e Guarda Municipal.
Canais de denúncia e emergência:
180 – Central de Atendimento à Mulher (funciona 24h, garante anonimato).
190 – Polícia Militar (em casos de emergência).
153 – Guarda Municipal (Campo Grande).
Promuse (Polícia Militar especializada): WhatsApp (67) 99180-0542.
Corregedoria da Polícia Civil de MS: (67) 3314-1896.
GACEP/MPMS (controle externo da atividade policial): (67) 3316-2836 / 3316-2837 / 9321-3931.
Além da Capital, existem Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams) em Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
O feminicídio de Cinira evidencia o grave quadro de violência contra a mulher em MS, que segue com índices alarmantes. A tragédia acontece um dia antes do início da campanha Agosto Lilás, dedicada à conscientização sobre a prevenção e o combate à violência de gênero no Estado.
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