Polícia / Interior
Detalhe revela que mulher pode ter sido jogada viva em vala pelo amante em Terenos
Servidor pública sofreu mal súbito durante relação sexual e foi descartada em rodovia; caso foi reclassificado como homicídio culposo
29/07/2025
08:15
DA REDAÇÃO
©ILUSTRAÇÃO
A Polícia Civil de Terenos, município a 31 km de Campo Grande (MS), investiga a morte de Raquel Perciliano, de 59 anos, que pode ter sido jogada ainda com vida em uma vala por seu amante após sofrer um mal súbito. O caso ocorreu na madrugada de domingo (27), às margens da MS-355, próximo a um frigorífico.
Raquel era recepcionista em um posto de saúde da Prefeitura de Terenos e mantinha uma relação extraconjugal com o suspeito, também casado. Segundo relato prestado por ele na delegacia, os dois estavam mantendo relações sexuais quando ela desmaiou repentinamente, supostamente vítima de um infarto.
De acordo com o delegado Gabriel Desterro, um galo roxo encontrado acima de um dos olhos da vítima foi determinante para mudar a condução do caso.
“Esse tipo de lesão ocorre apenas com a vítima ainda viva. Isso nos levou a reclassificar o caso de ocultação de cadáver para homicídio culposo, quando não há intenção de matar”, explicou o delegado.
Ainda conforme o depoimento do suspeito, ele teria ficado em pânico e dirigido por cerca de duas horas com o corpo no carro, antes de descartá-lo em uma vala de 70 centímetros.
Exames realizados pelo IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) confirmaram que Raquel morreu de infarto, e que possivelmente poderia ter sido salva se tivesse sido levada ao hospital imediatamente.
“Se ele a tivesse deixado no hospital, não teria sido autuado por homicídio”, destacou Desterro.
O homem alegou que não agrediu Raquel e que não sabia como agir, o que o levou a ocultar o corpo. O veículo foi periciado e não foram encontrados sinais de luta. Entretanto, o corpo da vítima foi encontrado sem roupas íntimas, sem sapatos e sem o celular, itens que não foram localizados até o momento.
O delegado informou ainda que, segundo o depoimento do amante, Raquel já estava sem roupas íntimas ao ser buscada perto de sua casa — fato que levanta novas dúvidas sobre o contexto do encontro.
A Polícia Civil continuará colhendo depoimentos de testemunhas ao longo da semana, para apurar detalhes da relação entre a vítima e o suspeito, e esclarecer se houve omissão, negligência ou outro fator que possa alterar a tipificação do crime.
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