O ambiente econômico brasileiro vive uma combinação de desafios e oportunidades em 2025. Enquanto o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, afetando principalmente as pequenas e médias empresas exportadoras, o Congresso Nacional avança na tramitação da reforma do Imposto de Renda, que busca maior justiça fiscal. Ao mesmo tempo, novas regras da Receita Federal complicam a abertura de empresas e golpes digitais mais sofisticados preocupam consumidores. Em meio a esse cenário de incertezas, uma boa notícia vem da educação pública: estudantes do IFRO vivenciaram na prática o funcionamento do microcrédito produtivo em parceria com o Banco do Povo.

Sanção dos EUA ameaça exportações brasileiras

A decisão de Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto, reacende os alertas sobre os efeitos do protecionismo comercial. Para o economista Hudsson Bessa, mesmo que a medida seja revertida, o estrago já está feito. “O simples anúncio gera corrida por antecipação de pedidos, reforço de estoques e, como consequência, comprometimento do fluxo de caixa das empresas”, avalia.

Empresas de menor porte, que não têm colchões financeiros robustos nem estratégias de hedge cambial, são as mais afetadas. Bessa aponta que o cenário de incerteza paralisa investimentos, compromete o planejamento de longo prazo e fragiliza a geração de empregos. “Estamos diante de um ciclo de retração que pode afetar toda a cadeia produtiva, com impactos inflacionários localizados e redução da competitividade brasileira”, conclui.

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Reforma do IR propõe isenção ampliada e imposto mínimo para super-ricos

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1087/2025, que modifica a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), com foco em justiça tributária. A proposta amplia a faixa de isenção para quem ganha até R$ 7,5 mil por mês e cria um imposto mínimo de até 10% para rendas anuais acima de R$ 1,2 milhão.

O tributarista Mario Franco considera que a medida representa um avanço no princípio da capacidade contributiva. “Mais de 10 milhões de brasileiros deixarão de pagar IR, enquanto apenas 150 mil contribuintes de alta renda serão impactados”, explica.

A proposta tem apoio técnico e político, o que pode agilizar sua aprovação no retorno do recesso legislativo. Para especialistas, a redistribuição da carga tributária fortalece a credibilidade do sistema e combate a desigualdade.

Entenda o projeto

Receita Federal muda regra e aumenta burocracia para novos empreendedores

A Nota Técnica nº 181/2025 da Receita Federal exige que, a partir do registro da empresa no CNPJ, o empreendedor já defina o regime tributário (Simples, Lucro Presumido ou Lucro Real). Antes, havia um prazo de 30 dias para essa definição.

Para o advogado Marcos Tavares, a mudança cria insegurança jurídica e desorganiza o planejamento inicial dos negócios. “O empreendedor ainda não tem clareza da estrutura da empresa e já precisa fazer uma escolha tributária com impactos profundos”, afirma.

A medida será implementada pelas Juntas Comerciais até 27 de julho, e entidades empresariais pedem prorrogação e revisão da norma. A Receita argumenta que a mudança está em sintonia com a reforma tributária e busca digitalizar e simplificar o sistema — mas, até agora, gerou o efeito oposto.

Consumidores na mira: cresce o golpe do 'presente de aniversário'

O uso indevido de dados pessoais está por trás de um golpe que tem se espalhado pelo país. No dia do aniversário da vítima, golpistas se passam por entregadores de presentes e cobram pequenas taxas com cartão, clonando os dados no momento da transação.

Segundo o advogado Marcos Bernardini, o golpe explora a confiança emocional em datas comemorativas. “Eles usam informações vazadas — como endereço, nome e até parentesco — para parecerem legítimos”, alerta.

Como se proteger:

• Não forneça cartão a terceiros

• Desconfie de cobranças simbólicas

• Confirme com o suposto remetente

• Em caso de golpe, bloqueie o banco e registre boletim de ocorrência

O banco é responsável pelo estorno e pode haver indenização.

📺 Veja como o golpe funciona
📺 Saiba mais

IFRO aposta na educação prática com projeto de microcrédito em parceria com o Banco do Povo

Em meio à complexidade do cenário econômico, uma experiência inovadora de ensino ganha destaque. Estudantes do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), campus Porto Velho Zona Norte, participaram do projeto “Imersão no Mercado Financeiro”, que conectou teoria e prática por meio de uma parceria com a Acrecid – Banco do Povo.

Durante a atividade, os alunos acompanharam atendimentos reais de concessão de microcrédito, analisaram perfis de empreendedores, avaliaram garantias e condições contratuais, e redigiram relatórios técnicos baseados na vivência. O foco foi o microcrédito produtivo e orientado — ferramenta essencial para inclusão financeira e fortalecimento dos pequenos negócios.

A ação reforça o papel da educação pública na construção de soluções sustentáveis e no preparo de jovens para os desafios do mercado financeiro e do empreendedorismo.

Veja como foi a experiência