Economia / Indústria
Presidente da Fiems reage à taxação de Trump: “Sobretaxa é inaceitável e ameaça competitividade da indústria de MS”
Sérgio Longen defende saída diplomática para preservar exportações e evitar prejuízos em setores estratégicos
09/07/2025
19:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de agosto de 2025 gerou forte reação entre lideranças do setor produtivo de Mato Grosso do Sul. Para o presidente da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de MS), Sérgio Longen, a medida é “inaceitável” e coloca em risco a competitividade da indústria estadual em um de seus principais mercados internacionais.
“Temos defendido a competitividade da indústria brasileira. Sobretaxar neste momento é algo difícil, é inaceitável nesses padrões. Entendemos que o presidente americano vem utilizando dessa estratégia com diversos países e chegou a vez do mercado brasileiro”, declarou Longen.
Segundo dados do Observatório da Indústria da Fiems, os Estados Unidos foram o segundo maior destino das exportações de MS no primeiro semestre de 2025, somando US$ 315,9 milhões — alta de 11% em relação ao mesmo período de 2024.
Os produtos mais afetados pela tarifa de Trump serão:
Carne bovina
Ferro fundido
Celulose
Esses três itens representam mais de 80% das exportações sul-mato-grossenses ao mercado norte-americano.
“Mato Grosso do Sul será afetado, claro. Temos aí cerca de 320 milhões de dólares já exportados neste ano. Esses três segmentos serão diretamente impactados pela tarifa”, alertou o presidente da Fiems.
Apesar da gravidade da medida, Longen não defende retaliações comerciais imediatas, mas sim uma saída negociada entre os dois países. Para ele, a prioridade é garantir segurança e estabilidade às exportações brasileiras.
“Não adianta de nada iniciarmos uma guerra tarifária. Precisamos propor, sentar à mesa e buscar uma solução democrática”, afirmou.
Longen ainda relatou diálogo com o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, sobre os possíveis desdobramentos da medida. Ambos concordam que a sobretaxa ameaça a indústria nacional, mas que o enfrentamento deve ocorrer com diálogo e articulação diplomática.
“Essa é uma questão que envolve os dois países e os dois precisam sentar à mesa para discutir os impactos dessa medida com seriedade. Mas defendemos que esse não seja um critério utilizado para interromper o crescimento da indústria em 2026”, finalizou Longen.
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