Política / Meio Ambiente
Marina Silva e Rodolfo Nogueira travam embate sobre queimadas, desmatamento e atuação do Ibama na Câmara
Ministra do Meio Ambiente é cobrada por dados contraditórios, participação em mobilização indígena e políticas ambientais; deputado critica postura e defende produtores rurais
02/07/2025
23:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Durante reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira (2), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi convocada para prestar esclarecimentos sobre queimadas, desmatamento, atuação do Ibama e uso de defensivos agrícolas. A sessão foi marcada por forte embate com o presidente da comissão, deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS).
Logo após a ministra afirmar que os índices de incêndio haviam diminuído durante o governo Lula, Nogueira rebateu com dados que, segundo ele, apontam o contrário:
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. A degradação da Amazônia cresceu 482% em 2025”, afirmou o deputado.
O parlamentar também criticou uma fala de Marina sobre os fatores climáticos que contribuem para o desmatamento, ironizando:
“A culpa do desmatamento não é mais do Bolsonaro, a culpa hoje é de São Pedro”, disse Nogueira.
Ao comentar a participação da ministra no movimento indígena Terra Livre, Marina afirmou que esteve presente na mobilização por ser agente pública. O deputado reagiu fazendo uma comparação com pessoas presas por participação em atos antidemocráticos:
“Vendedor de algodão doce foi preso por participar do suposto golpe de Estado. Se a participação basta, então a senhora também poderia ser julgada por envolvimento em um movimento contra o Estado”, questionou o parlamentar.
Outro ponto abordado foi o aumento de multas ambientais aplicadas pelo Ibama. Nogueira afirmou que o órgão se tornou “uma indústria de multas”, prejudicando produtores. Marina rebateu dizendo que herdou um ministério fragilizado, e novamente responsabilizou a gestão anterior pela falta de efetividade do órgão fiscalizador.
“O Ministério do Meio Ambiente tem que parar de perseguir o produtor rural, que tem a missão de alimentar o Brasil e o mundo”, disse Nogueira, ao criticar confiscos de gado e destruição de maquinários nas regiões Norte e Centro-Oeste.
O deputado, natural de Mato Grosso do Sul, também criticou a falta de foco nos incêndios do Pantanal:
“Sou pantaneiro. Hoje o pantaneiro tem uma função importante no combate ao fogo. O boi pantaneiro é o boi bombeiro, que come o pasto e evita o acúmulo de matéria orgânica que alimenta os incêndios”, disse, referindo-se à tese defendida por setores do agronegócio.
Para Nogueira, a origem das queimadas não está na atividade rural tradicional, mas em áreas indígenas:
“Os incêndios vêm das comunidades indígenas dentro do Pantanal. Se queremos combater os incêndios, precisamos focar onde eles começam”, defendeu.
A reunião teve início às 10h e se estendeu até o fim da tarde, com duração superior a sete horas. Ao final, o deputado registrou sua insatisfação com as respostas da ministra:
“Ficou tudo na narrativa. Nenhum esclarecimento concreto sobre os números alarmantes do desmatamento e das queimadas”, concluiu Nogueira.
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