Campo Grande (MS), Quarta-feira, 14 de Maio de 2025

Acidentes / Justiça

Testemunhas são ouvidas em audiência sobre atropelamento de corredora na MS-010

Estudante de medicina João Vilela acompanhou parte dos depoimentos; defesa tenta descaracterizar dolo eventual

13/05/2025

21:00

DA REDAÇÃO

João Vilela participou de audiência nesta terça-feira ©Madu Livramento

A Justiça deu início, nesta terça-feira (13), à fase de audiências do caso que investiga a morte da corredora Danielle Correa de Oliveira, de 41 anos, atropelada em fevereiro deste ano na MS-010, em Campo Grande. O acusado, João Vilela, estudante de medicina, participou da sessão, mas foi retirado da sala durante o depoimento da única vítima sobrevivente do acidente, a pedido da própria.

A audiência foi realizada no Fórum Heitor Medeiros e ouviu testemunhas de acusação, incluindo um policial rodoviário federal, dois treinadores e um corredor que estava no local no momento da tragédia.

Defesa admite embriaguez, mas nega dolo eventual

O advogado José Roberto Rosa, defensor de João Vilela, afirmou que a audiência transcorreu dentro da normalidade. Segundo ele, o objetivo é reclassificar o crime como culposo (sem intenção de matar), previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

“Não negamos a embriaguez, nem a autoria. Mas discordamos do Ministério Público quanto ao dolo eventual. A pena para esse tipo de crime vai de 6 a 20 anos. Estamos diante de um homicídio culposo”, argumentou Rosa.

A defesa também criticou a falta de sinalização e apoio logístico durante o evento de corrida, afirmando que não havia batedores ou equipes de apoio visíveis no trecho do acidente.

Próximos passos do processo

A próxima audiência está marcada para o dia 10 de junho, quando serão ouvidas testemunhas de defesa e o próprio réu será interrogado. Após essa fase, o Ministério Público terá cinco dias para apresentar as alegações finais, seguidas pela defesa. O juiz então decidirá se o caso será levado a júri popular.

João Vilela responde em liberdade

Embora a Justiça tenha negado, inicialmente, pedido de liberdade, o estudante responde ao processo em liberdade provisória, mediante medidas cautelares, como:

  • Proibição de dirigir veículos automotores;

  • Proibição de frequentar bares e locais com venda de bebidas alcoólicas;

  • Obrigação de comparecimento aos atos do processo;

  • Comunicação prévia para mudança de endereço ou ausência superior a 8 dias.

Relembre o caso

No dia 16 de fevereiro, João Vilela, visivelmente embriagado, atropelou três pessoas que corriam às margens da rodovia MS-010. A corredora Danielle Correa morreu na hora, enquanto outra mulher ficou ferida. Vilela se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas usava pulseira de uma casa noturna e transportava bebidas alcoólicas no carro.

Durante a audiência de custódia, o estudante chorou ao ouvir a decisão da Justiça que determinou sua prisão preventiva. A prisão foi posteriormente convertida em liberdade provisória com restrições.


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