Política / Assembleia Legislativa
Gleice Jane critica ação da PM em despejo do MST e cobra explicações do governo de MS
Deputada denuncia uso de força sem mandado judicial e questiona imparcialidade do Executivo estadual
29/04/2025
14:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Durante a sessão plenária desta terça-feira (29), a deputada estadual Gleice Jane (PT) fez duras críticas à atuação do governo de Mato Grosso do Sul e da Polícia Militar no despejo de cerca de 300 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocorrido no último domingo em Dourados.
Segundo a parlamentar, a ação foi realizada sem mandado judicial e com uso excessivo de força, o que classificou como uma violação aos direitos constitucionais dos envolvidos.
“O vigor com que o governo mobiliza forças para despejar famílias do MST não é o mesmo quando mães atípicas aguardam atendimento, professores pedem capacitação ou aposentados lutam por seus direitos”, afirmou Gleice Jane.
A deputada também acusou a gestão do governador Eduardo Riedel (PSDB) de atuar de forma seletiva, favorecendo grandes latifundiários:
“Para atender aos interesses de seus amigos latifundiários, o governador age com rapidez e arbitrariedade, ignorando demandas urgentes da população mais vulnerável”, criticou.
Gleice Jane protocolou requerimento na Assembleia Legislativa solicitando que a mesa diretora encaminhe pedido de explicações ao governo estadual, questionando:
A legalidade da ação da Polícia Militar;
A ausência de mandado judicial durante o despejo;
O uso de balas de borracha e gás lacrimogêneo;
A destruição de moradias improvisadas e plantações de subsistência.
Segundo a deputada, a ocupação estava situada em área supostamente improdutiva, pertencente à empresa JBS, e integrava as ações do "Abril Vermelho", jornada nacional de lutas do MST em defesa da reforma agrária.
A parlamentar encerrou sua fala destacando a importância de respeitar os princípios constitucionais:
“É preciso garantir o devido processo legal, a dignidade da pessoa humana e a função social da propriedade. O Estado deve mediar conflitos fundiários com diálogo, não com repressão”, concluiu.
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