Interior / Tragédia
Corpo de caseiro atacado por onça no Pantanal é encontrado por familiares após 24h de buscas
Jorge Ávalo, conhecido como “Jorginho”, desapareceu na segunda (21) próximo ao pesqueiro Touro Morto; vestígios de sangue e pegadas confirmam ataque de onça-pintada
22/04/2025
09:30
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO FAMILIAR
O corpo do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, desaparecido desde a manhã de segunda-feira (21), foi encontrado por familiares no início da manhã desta terça-feira (22), após suspeita de ataque por uma onça-pintada na região do pesqueiro Touro Morto, no Pantanal sul-mato-grossense.
A vítima, conhecida como “Jorginho”, trabalhava há cerca de 20 anos no local, às margens do Rio Aquidauana, na região entre os municípios de Miranda e Anastácio (MS). Segundo o relato do cunhado, apelidado de Magrão, que liderava um grupo de buscas com amigos e apoio da Polícia Militar Ambiental, o corpo foi encontrado por volta das 6h da manhã, a cerca de 300 metros do local do ataque.
“Achei o Jorge, viu? Não falei pra vocês ontem que eu ia achar meu cunhado? Deus me guiou certinho onde ele ia estar”, declarou Magrão, emocionado, em áudio enviado à família.
Desde o início das buscas, indícios encontrados no local, como pegadas de onça, marcas de sangue, calçado e o celular da vítima, apontavam para a possibilidade de ataque por felino. A área onde Jorge desapareceu é conhecida por abrigar onças-pintadas, como o próprio caseiro já havia alertado em vídeos e conversas com familiares.
Segundo Magrão, o local onde o corpo foi encontrado é de difícil acesso, com mata fechada e áreas alagadas, o que dificultou a localização por helicópteros e drones utilizados na segunda-feira.
“Cheguei às 6 horas da manhã, caí no mato e falei: só tem um lugar para onça ter levado ele. Achamos ele. Ele não, uma parte dele”, disse o cunhado, em tom de pesar.
As buscas contaram com o apoio da Polícia Militar Ambiental, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, além de uso de helicóptero e drones. Apesar do suporte oficial, foi a experiência dos moradores da região que permitiu localizar os restos mortais de Jorge.
O corpo será encaminhado para Aquidauana e, em seguida, sepultado em Anastácio, onde vivem os familiares. Jorge Ávalo deixa dois filhos.
A tragédia reacende o alerta sobre os riscos de convivência com animais silvestres em áreas remotas, especialmente em regiões onde o avanço das atividades humanas pressiona o habitat natural de grandes predadores, como a onça-pintada.
Jorginho era considerado conhecedor da fauna pantaneira e já havia registrado vídeos de onças próximas ao pesqueiro, mas jamais havia sido atacado.
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