O músico de 38 anos, acusado de agredir fisicamente sua ex-companheira, jornalista de 37 anos, foi liberado pela segunda vez pela Justiça de Mato Grosso do Sul, com o uso de tornozeleira eletrônica e medidas restritivas. A decisão, assinada de forma monocrática pelo desembargador Fernando Paes de Campos, substitui a prisão preventiva por monitoramento eletrônico por 180 dias.

⚖️ Decisão judicial e medidas impostas A soltura foi determinada em caráter liminar, antes do julgamento do habeas corpus, que estava previsto para ocorrer na última quinta-feira (3). Entre as restrições, o músico está proibido de:

• Se aproximar a menos de 300 metros da vítima ou de seus familiares;

• Se ausentar da comarca sem autorização judicial;

• Deixar de comparecer aos atos do inquérito.

📣 Advogado da vítima critica tornozeleira Para o advogado Luiz Kevin Barbosa, que representa a jornalista, a medida é insuficiente para garantir proteção:

“Uma tornozeleira eletrônica não dá segurança para ninguém. A vítima só se sente aliviada quando ele está preso”, afirmou.

A defesa pretende atuar como assistente de acusação durante todo o processo, ao lado do Ministério Público, até o trânsito em julgado da ação.

🚨 Relatos de violência recorrente Em novo depoimento prestado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), a vítima revelou que as agressões físicas do dia 3 de março não foram um caso isolado. Segundo ela, episódios anteriores de violência psicológica e ameaças já haviam ocorrido, e foram agora incluídos no inquérito, com provas como fotos e áudios.

“Foi uma escalada de violência. A lesão corporal foi só o ápice de algo que já vinha acontecendo”, declarou o advogado da jornalista.

🗣️ “Medida protetiva não traz segurança” Em entrevista à imprensa, a jornalista afirmou sentir-se vulnerável, mesmo com a medida protetiva em vigor.

“A segurança seria mantê-lo preso até que tudo fosse profundamente analisado. Eu não me sinto segura com ele em liberdade”, desabafou.

Ela também fez referência ao feminicídio da colega Vanessa Ricarte, assassinada por um músico em fevereiro deste ano.

“O diabo se veste de luz. É preciso que o sistema entenda a agressão contra a mulher em sua verdadeira dimensão. Eu vou levantar essa bandeira”, afirmou, demonstrando disposição para atuar como voz ativa por mudanças no sistema de proteção às mulheres.

👮‍♂️ Histórico do caso A agressão ocorreu na noite de 3 de março, quando o casal retornava da casa de um amigo com a filha pequena. Já em casa, o músico teria agredido a jornalista, causando fratura nasal em dois pontos. Após o ocorrido, ela pediu ajuda à família via mensagens e foi socorrida.

📅 Prisão e reviravoltas Após um novo depoimento e apresentação de provas, o mandado de prisão preventiva foi expedido em 17 de março. No entanto, a defesa do músico ingressou com habeas corpus, concedido de forma liminar no dia 26 de março, pelo Tribunal de Justiça de MS.

O advogado Guilherme Winckler, que representa o músico, confirmou a concessão do habeas corpus, mas informou que a defesa se manifestará no momento oportuno nos autos.