Campo Grande (MS), Terça-feira, 01 de Abril de 2025

Interior / Política e Justiça

Gastos milionários com lanches, bolos e marmitas viram alvo de investigação do MPE em Miranda (MS)

Prefeitura destinou R$ 1,14 milhão em 2023, 93% a mais que no ano anterior; aposentada denunciou excesso nas quantidades e preços praticados

29/03/2025

18:00

CE

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar supostas irregularidades em licitações e gastos com gêneros alimentícios pela Prefeitura de Miranda, a 203 km de Campo Grande. A investigação foi motivada por uma denúncia feita por Lenis Gonçalves Matos, uma aposentada do município, que apontou aumento expressivo nas despesas públicas com bolos, lanches, marmitas e refeições.

Segundo o MPMS, os gastos com alimentação saltaram de R$ 593.662,20 em 2022 para R$ 1.148.414,10 em 2023, mesmo com quatro dias úteis a menos no calendário. O aumento de 93% nos valores licitados chamou a atenção da denunciante, que levantou suspeitas de superfaturamento e excesso de compras.

🎂 Quantidades e valores chamam atenção

Entre os itens apontados na denúncia estão:

  • 1.326 quilos de bolo de festa, ao custo de R$ 114 mil – o que representa 5,93 kg por dia útil em 2023

  • 14.390 marmitex e refeições self-service em um ano

  • 1.731 X-saladas ao valor unitário de R$ 23,00, totalizando R$ 39.813

  • 4.961 lanches frios a R$ 10,00 cada (pão com presunto e muçarela)

  • Refeições self-service a R$ 50,00 (com refrigerante de 350 ml)

  • Marmitex a R$ 33,00 (com refrigerante de 220 ml)

  • 100 salgados fritos por R$ 141,00; assados por R$ 140,00

A denunciante questiona para quem seriam destinados tantos alimentos, destacando que os valores pagos estariam acima da média praticada no mercado, inclusive em lanchonetes e padarias de Campo Grande.

🧾 Prefeitura justifica com pesquisa de preços e uso em ações sociais

Em sua defesa, a Prefeitura alegou que os produtos foram adquiridos para eventos com convidados de fora, ações sociais com crianças e idosos, além do fornecimento de refeições a bombeiros e servidores que atuam em aldeias indígenas e áreas afastadas.

A gestão municipal ainda anexou ao processo pesquisa de preços do Tribunal de Contas do Estado do Paraná para justificar os valores praticados. Mesmo assim, a promotora Talita Zoccolaro Papa Muritiba decidiu abrir formalmente o inquérito.

O prefeito Fábio Santos Florença (PSDB), reeleito em 2024 com 60% dos votos, afirmou que os valores constam em ata de registro de preços, o que não significa que todos os itens foram comprados ou consumidos, tratando-se de uma intenção de compra.

🔍 Inquérito em andamento

O inquérito civil foi publicado na edição de sexta-feira (28) do Diário Oficial do MPMS. A promotoria agora apura possível fraude em licitação, excesso de produtos licitados e eventual dano ao erário público. Não há prazo divulgado para a conclusão da investigação.


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