ENTREVISTA
MUSICAL - Banda Tarja Preta está há 09 anos na cena musical e conta sua história de superação e resistência
Ricardo Bernardi fala que a banda Tarja Preta como todas as bandas de rock quebrou esse tabu que no MS só predomina o sertanejo. “O rock está cada vez mais forte na nossa região”.
14/02/2025
19:00
ALESSANDRA PAIM
©DIVULGAÇÃO
A banda Tarja Preta apostou no rock nacional dos 80s, 90s e um pouco do 2000s. O nome foi escolhido pelos integrantes com 02 sugestões de nome: “Caixa Alta” ou “Tarja Preta”, optaram por Tarja Preta que tem a cara da banda e a pegada do rock in roll. Suas principais influências são Capital Inicial, Legião Urbana, Ira, Titãs, e outras grandes bandas renomadas dentro do cenário do rock. Os integrantes são Ricardo Bernardi na guitarra, Paulo Alves Jr. vocal e baixo e Helivelton Leir na bateria. O guitarrista é o único integrante da primeira formação original e mora no interior, na cidade de Jardim. O baixista e vocalista Paulo e o baterista Helivelton moram em Guia Lopes. O Tarja Preta vem tocando praticamente em todas as cidades do Estado conquistando seu público com sua identidade e repertório diversificado que garante um show animado e contagiante. Sinônimo de resistência o Tarja Preta está há 09 anos no celeiro musical. “Já tivemos momentos de desistir da banda por vários motivos, mas não desistimos do nosso sonho, estamos focados em seguir em frente tocando para galera com amor e respeito à música,” destaca Ricardo Bernardi. Segue a entrevista completa:
Alessandra Paim, Jornalista - Tarja Preta na cena local
Ricardo Bernardi - nós relativamente conquistamos já um espaço aqui em Jardim, na região, em Bela Vista, Bonito já somos conhecidos, até por conta do tempo que a gente vem tocando. Eu particularmente, não tenho como falar de rock aqui na região sem tocar no nome da banda e nós fizemos coisas que nem o pessoal do sertanejo, que muitos falam que esse estilo lidera aqui no MS. Mas aqui na região fizemos coisas, que nem essas idas para Campo Grande que nem músico de sertanejo fez isso. Nós abrimos o show do Ira que é uma banda de calibre nacional e aqui em Jardim ninguém fez isso. E todo mundo falou na época que não ia deixar eu subir no palco. E eu disse que não era show sertanejo, estamos falando do rock, bandas grandes de verdade deixam as pequenas abrirem, deixam as locais abrirem e não deu outra, dividimos o palco com Ira. Então, na cena local já temos um peso, um valor, já temos uma tradição.
Alessandra Paim, Jornalista - Quais os eventos e festivais que a banda já participou e vai participar em 2025?
Ricardo Bernardi - no início já pegamos um grande evento que a gente carrega até hoje que é a “Sexta do Rock”. A gente voltou a fazer em 2024 e no começo a gente fez um bom tempo em uma choperia aqui na cidade. Abrimos os shows com Beatles Maníacos, Rivers, com Ira no Moto Show aqui em Jardim. Inauguramos em vários lugares em Bela Vista, atualmente temos um público marcado, público certo, toda vez que a gente vai tocar já tem um público pra nos prestigiar. Nós pegamos o projeto *Aldir Blanc, produzimos um clipe, fizemos em 03 fases: Uma de captação de áudio no Centro de Convenções aqui em Jardim, outra parte foi no Cemitério dos Heróis e a última parte que a gente tocou mesmo, nós fizemos no bar de um amigo meu e também fizemos no Aeroporto daqui, foi muito legal. * O Projeto Aldir Blanc é uma política cultural que visa apoiar o setor cultural brasileiro. A política foi regulamentada pelo decreto 11.740/2023.
Alessandra Paim, Jornalista - Projetos do Tarja Preta
Ricardo Bernardi – não parar de tocar, fazer tudo que podemos, sem limites, tocar em todo lugar, em outros Estados, também. O nosso projeto é chegar o mais longe possível. Queremos participar do Som da Concha esse ano, participar também dos Festivais de Inverno de Bonito, O Festival América do Sul que acontece em Corumbá e outros grandes eventos, queremos participar de todos.
Alessandra Paim, Jornalista - Qual o estilo e influências musicais da banda?
Ricardo Bernardi - nosso estilo é o rock nacional (80s e 90s) e dá uma entrada de 2000s. A minha influência desde criança escuto rock, Led Zeppelin, Black Sabbath, então, não tem nada de nacional, na verdade. Eu acabei gostando muito mais do cenário nacional, sempre gostei, sou muito fã do Capital Inicial. A banda Capital Inicial é o rock, a preciosidade do rock nacional, do rock brasileiro. A meu ver Capital Inicial é uma banda que tem a pegada das grandes bandas internacionais. A influência do Tarja Preta é o nacional (80s e 90s) Legião, Capital Inicial é a nossa base, Titãs, Raimundos, CPM 22, Ira, Detonautas. Nós abrimos o show do Ira quando veio para Jardim, nós dividimos o palco com eles. Nós tocamos num palco e no mesmo dia tocou o Ira e no dia seguinte tocou o Detonautas, na semana seguinte esse palco foi para Dourados e quem subiu nele foi Capital Inicial.
Alessandra Paim, Jornalista - Qual o momento mais marcante para o Tarja Preta?
Ricardo Bernardi – tem os momentos positivos e negativos. Positivos, todos os shows são marcantes pra nós, depois do show do Ira a gente subiu aí um degrau, depois de pegar esse auxilio Aldir Blanc que fizemos um clipe subimos mais um degrau, ter sobrevivido a pandemia, nós quase acabamos e o nosso retorno foi bem catastrófico tanto que conseguimos voltar só no final de 2023. Retomar os ensaios e começar a tocar de novo em 2024 e atualmente é bem marcante e quase a gente teve que parar por algum tempo, tivemos bastante problemas com tudo. Então, todo dia é um momento marcante, o Tarja Preta é muito intenso, eu conduzo de forma muito intensa, eu levo muito a sério. Todo dia é marcante.
Alessandra Paim, Jornalista - Fãs do Tarja Preta
Ricardo Bernardi - a gente tem um pessoal que segue a banda, todo lugar que a gente vai tem uma galera junto da gente. Os fãs são em primeiro lugar, se pedem alguma música que não tem no repertório a gente toca outra do cantor ou banda que pediu ou então anota e tira depois. Os fãs são importantíssimos para banda. E começando por nós, nós temos que ser nossos próprios fãs do nosso trabalho.
Alessandra Paim, Jornalista - Qual a música mais pedida nos shows?
Ricardo Bernardi – “Mulher de Fase” onde vamos tocar o pessoal pede.
Alessandra Paim, Jornalista - Na sua visão, o que o Tarja Preta precisa melhorar?
Ricardo Bernardi – na minha opinião, todo dia tem que melhorar tudo. Por que para melhorar nunca tem limite em todos os sentidos podemos melhorar é só ter boa vontade. No momento a gente anda sem tempo para ensaiar e por conta do trabalho, todos nós trabalhamos, temos as nossas profissões, nossas vidas. Mas nada que prejudique, por que a gente tem um repertório que foi ensaiado. Nós já chegamos a tirar música na hora, fizemos essa experiência não tem muito tempo, nós pegamos 02 ou 03 músicas, “vamos tirar tal música”, “vamos fazer um teste”, tocar sem ensaiar”. Cada um tirou a sua parte, nós tocamos na passagem de som, ficou legal e entrou para o repertório. Em compensação tem música que levamos para o ensaio, batemos, batemos e não saiu, é muito relativo. E a gente vai melhorando como pode, sempre dá para melhorar mais.
Alessandra Paim, Jornalista - Música Versus Inteligência Artificial o que impactaria para música e para as bandas?
Ricardo Bernardi – a própria inteligência artificial não é inteligência por que é artificial e se você não mandar ela não faz, é bem relativo. O que impactaria? Eu acredito que vai perdendo a tocabilidade em si, pode ser que aconteça, pode ser que não, também por que é algo novo, não sabemos onde vai parar isso. A Inteligência Artificial fez a música do Nirvana, inédita “Drowned in the Sun”. Então, qual seria o limite e qual seria a intenção você fazer uma música de alguém que não existe mais? Eu sou da moda antiga, eu sou da época de tocar de pau de corda, aprendi na marreta. Na minha época eu morava aqui em Jardim não existia Internet, não tinha celular, eu aprendi sozinho, ninguém gostava de rock. Na minha idade tinha o pessoal da escola, mas a gente não tinha muito acesso, não tinha acesso a instrumento/equipamento. Eu Não sei te dizer até onde pode chegar e se é que pode prejudicar. Mas tem muita gente usando muita coisa, esses sintetizadores, se bem usado e se bem aproveitado tudo bem, mas nada pode substituir o músico, vai ser insubstituível. A Inteligência Artificial pode ter feito a música do Nirvana, mas não é o Nirvana, definitivamente.
Alessandra Paim, Jornalista - Qual o momento mais difícil no início da banda?
Ricardo Bernardi – tivemos algumas dificuldades como toda banda de rock no começo de sua carreira. Mas o que impactou mais para o Tarja Preta foi a pandemia que tivemos que parar mesmo.
Alessandra Paim, Jornalista - Onde a banda Traja Preta se apresenta?
Ricardo Bernardi – choperia bares, botecos, casamentos, shows, aniversários, festas particulares, despedidas, casas noturnas, bares onde só toca sertanejo, bares onde só toca pagode. E voltamos nesses locais, não é só uma vez só, conquistamos o nosso espaço e é outra coisa que não tem limite nenhum. O Tarja Preta vai em Bela Vista Norte no aniversário de um moto grupo, Bonito, Nioaque, Guia Lopes, Campo Grande, Paraguai, evento de motociclista, carros e etc. O Tarja Preta já tocou no aniversário da Vovó do Rock, ela é de Guia Lopes, tocamos no aniversário de 86 anos, na casa dela. O Tarja Preta vai onde chamar a gente.
Alessandra Paim, Jornalista - Contatos para shows
Ricardo Bernardi – (67) 98109-9911 ou no Instagram da banda @rocktarjapreta
Alessandra Paim, Jornalista - Qual o próximo show da Tarja Preta?
Ricardo Bernardi – está previsto agora dia 21/02 na “sexta do rock” lá na Badaró Conveniência, 28/02 Carnaval lá no Dom Josimo Choperia em Aquidauana e 01/03 no Garajão em Bonito.
MENSAGEM
“A mensagem é para todo mundo, a hora que der aquela vontade de desistir, a hora que você falar “eu não aguento mais”, a hora que você vê que está tudo acabado, que não tem mais nada, que nada mais tem sentido para você. Você pega e vai pra cima com tudo, sem olhar para trás e atropela o que tiver na frente e se você fizer isso Deus vai te empurrar. Deus vai limpar o caminho, vai te dar força para chegar onde você quer. A mensagem é você não desistir, nunca! A gente tinha tudo para não dar certo, para acabar com tudo e olha, todas as vezes que a gente persistiu e continuou deram certo. Temos em nossos caminhos pessoas que não conspiram ao nosso favor. Então, essas pessoas você nem olha para elas, essas pessoas e as situações que te jogam lá pra baixo você usa para se alavancar e ir lá pra cima. A mensagem é você nunca desistir, volta para o seu sonho. Não pode perder o foco, nunca desista do seu sonho, lute por ele com muita persistência e foco sem olhar para trás”.
*Jornalista independente.
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