No meio dos brutamontes, lá vem ela. A paraguaia Rossana Torales é de parar um jogo. Com olhos verdes, cabelos castanhos, 1,70m de altura, 95 centímetros de bumbum e uma comissão de frente nota 10, ela tem todos os atributos de musa. Mas abre mão do rótulo em nome do respeito na profissão. Nutricionista do Boavista, a paraguaia se impõe no mundo machista do futebol e mostra seu cardápio no dia a dia.
— Não quero mais ser vista assim (como musa). Ninguém do meu clube reclamou nada, é algo meu. Comecei a postar fotos do meu corpo e a mídia se interessou, passou a me chamar de musa. Daí pensei: mas sou musa ou nutricionista? Muita gente não gosta disso. Já fui modelo comercial, mas estou focada na minha profissão atualmente — diz ela, que trabalha há dois anos no time, mas mora no Rio há oito.
"Há brincadeiras, cantadas, mas tudo com respeito. Tenho jogo de cintura e sou tranquila"
Rossana Torales
Não bastasse estar no futebol, a jovem, de 26 anos, virou atleta de fisiculturismo, na categoria Welness. Mas ela assegura que mostrar o corpo é algo que pretende deixar restrito às competições. — Sei que há exibição do corpo, mas é diferente. Estreei como atleta em março, sou federada e passei a me dedicar todos os dias para estar nos padrões exigidos nos campeonatos da minha categoria: simpatia, beleza e musculatura tonificada, com pouco teor de gordura. Quero servir de exemplo para os jogadores e meus outros pacientes. Quero motivá-los — conta a paraguaia que, apesar do corpo perfeito, garante que não posaria nua: — Uma vez disse que pensaria, mas hoje não. Isso geraria polêmica por causa do meu trabalho no futebol. E não quero isso.
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A nutricionista Rossana Torales se divide entre suas atividades no Boavista, seus pacientes e o fisiculturismo Foto: Rafael Moraes / Extra |
Rossana viaja sempre com o time, orienta o cardápio dos hotéis onde os jogadores ficam hospedados, cuida da suplementação deles e pega no pé como qualquer nutricionista. Nunca sofreu preconceito no clube, mas cantadas... Isso, sim, ela admite que ouve de vez em quando. Mas garante que nunca passou disso.
— É uma cultura bem fechada. Mas sempre me posicionei como profissional para não ter problemas. Há brincadeiras, cantadas, mas tudo com respeito. Já recebi presentes, mensagens... (risos) Tenho jogo de cintura e sou tranquila — assegura a nutricionista, que jamais namorou um atleta: — Nunca saí com jogador, eles não fazem o meu tipo.