Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

ECONOMIA

Pesquisa Datafolha revela 73% dos brasileiros a favor de idade mínima de 55 anos para aposentadoria militar

Governo propõe mudança para reduzir custos previdenciários do setor militar

17/12/2024

08:00

NAOM

DA REDAÇÃO

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Uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha indica que 73% dos brasileiros apoiam a fixação da idade mínima de 55 anos para a aposentadoria dos militares. A mudança, proposta pelo governo federal, visa aliviar os crescentes custos previdenciários associados às Forças Armadas.

Apoio Popular à Reforma Previdenciária Militar

De acordo com a pesquisa, realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, 2.002 brasileiros de 113 municípios em todo o país participaram das entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Além dos 73% favoráveis, 23% se opuseram à proposta, 1% declarou-se indiferente e 3% não soube responder.

Atualmente, a aposentadoria dos militares é baseada no tempo de serviço, sem um limite de idade específico. A proposta do governo federal de estabelecer a idade mínima de 55 anos para que os militares deixem o campo e passem para a reserva remunerada, equivalente à aposentadoria civil, tem como principal objetivo equilibrar as finanças do setor.

Desafios Financeiros das Forças Armadas

Os militares na reserva têm direito a receber o salário integral, além de continuarem pagando em folha os percentuais relativos às pensões e ao fundo de saúde. No entanto, a diferença entre o montante desembolsado para cobrir esses benefícios e o que é efetivamente gasto para pagar reservistas e pensionistas tem gerado um desequilíbrio financeiro crescente.

Um levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo em 2023 revelou que a receita anual destinada à Previdência dos militares da União cobre apenas 15,5% do total das despesas com benefícios. O déficit é suprido pelo Tesouro Nacional, utilizando recursos provenientes dos impostos de todos os brasileiros.

Mudanças nas Regras Previdenciárias

As mais recentes alterações nas regras previdenciárias dos militares ocorreram em 2019, em paralelo à reforma dos civis, por meio de projeto de lei, uma vez que o tema não é matéria constitucional. Foi estabelecido um regramento unificado para as Forças Armadas em nível federal, policiais militares e bombeiros estaduais.

Entre as mudanças, destaca-se o aumento do tempo mínimo de serviço para ter direito à reserva remunerada, que passou de 30 para 35 anos, aplicando-se também às mulheres. Anteriormente, muitas mulheres podiam se aposentar com apenas 25 anos de serviço em diversos estados.

Regras de Transição e Pedágios

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu que a regra de transição para a idade mínima de 55 anos será estendida até 2032. Essa decisão foi tomada após recomendações do ministro José Mucio Monteiro (Defesa) e dos comandantes das Forças Armadas, visando minimizar os impactos no fluxo de carreira dos militares.

Conforme o acordo, militares próximos da aposentadoria deverão cumprir um pedágio de 9% para poderem ingressar na reserva a partir de 2025. Na prática, isso significa que oficiais e praças terão que trabalhar mais tempo do que as regras atuais estipulam.

Medidas para Redução do Déficit Previdenciário

Além da fixação da idade mínima, o governo implementou três mudanças adicionais nas regras das Forças Armadas para reduzir o déficit nas contas com pessoal:

  1. Fim do Pagamento para "Mortos Fictícios": O governo encerrou o pagamento de pensões para militares considerados "mortos fictícios", ou seja, aqueles expulsos por crimes ou infrações graves. Apenas os militares legítimamente falecidos terão direito à pensão, o que já representa uma economia significativa. No Exército, por exemplo, o pagamento desses benefícios ultrapassa R$ 20 milhões anuais.

  2. Limitação de Transferência de Pensão: Após o início do benefício, que geralmente é destinado a parentes de primeira ordem como companheiros e filhos, não será mais permitida a transferência para pessoas de segunda ordem.

  3. Contribuição ao Fundo de Saúde Militar: Foi estabelecido que 3,5% da remuneração dos militares será destinado ao fundo de saúde militar, reforçando a sustentabilidade financeira dos serviços de saúde prestados aos militares e seus dependentes.

Impactos e Reações

A proposta de fixar a idade mínima de aposentadoria militar aos 55 anos conta com amplo apoio popular, conforme demonstra a pesquisa do Datafolha. A maioria dos brasileiros entende que a medida é necessária para equilibrar as contas públicas e garantir a continuidade dos benefícios oferecidos aos militares.

Especialistas apontam que a reforma previdenciária militar é um passo essencial para a sustentabilidade das Forças Armadas, que enfrentam desafios financeiros significativos. A medida também alinha as regras das Forças Armadas com as reformas previdenciárias realizadas para os civis, promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos públicos.

Conclusão

A fixação da idade mínima de 55 anos para a aposentadoria dos militares é uma medida amplamente respaldada pela opinião pública e considerada fundamental para a saúde financeira das Forças Armadas. Com a aprovação e implementação das novas regras, espera-se uma redução significativa no déficit previdenciário, garantindo a continuidade dos benefícios e a estabilidade das carreiras militares.

Para mais informações sobre a reforma previdenciária militar e outras mudanças nas regras de aposentadoria, acompanhe as atualizações nos canais oficiais do governo federal e das Forças Armadas.


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