Campo Grande (MS), Sábado, 18 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Investigação da PF revela codinomes de Lula, Alckmin e Moraes em plano golpista

Operação Contragolpe identifica apelidos usados pelos suspeitos para se referirem às autoridades e detalha trama golpista de 2022.

19/11/2024

17:00

NAOM

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A Polícia Federal, em sua investigação na Operação Contragolpe, revelou os codinomes usados pelos golpistas para identificar os alvos de um plano que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O esquema, denominado "Punhal Verde e Amarelo", previa os atentados para o dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Codinomes dos alvos

  • Luiz Inácio Lula da Silva: "Jeca".
  • Geraldo Alckmin: "Joca".
  • Alexandre de Moraes: "Professora".
  • Flávio Dino (supostamente): "Juca", identificado pelos suspeitos como “eminência parda” do novo governo.

Os codinomes foram utilizados para ocultar as identidades das autoridades, dificultando o rastreamento das conversas nos grupos usados pelos envolvidos, como o aplicativo Signal.

Codinomes dos envolvidos

Os próprios suspeitos usavam apelidos baseados em países que participaram da Copa do Mundo de 2022, como "Alemanha", "Brasil", "Argentina", "Japão" e "Gana". Em algumas ocasiões, também adotavam nomes fictícios adicionais, como o caso de Rafael Martins de Oliveira, um dos "kids pretos", que se referia a si mesmo como "Diogo Bast" e "Japão".

Operação Contragolpe

A ação da Polícia Federal prendeu cinco pessoas envolvidas no plano golpista, incluindo:

  • Mário Fernandes – General reformado.
  • Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo – Militares especializados em Operações Especiais ("kids pretos").
  • Wladimir Matos Soares – Policial federal.

Além das prisões, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão e implementou 15 medidas restritivas, como proibição de comunicação entre os envolvidos, veto para deixar o país e suspensão de funções públicas.

Perfil dos "kids pretos"

Os "kids pretos" são militares treinados em Operações Especiais pelo Exército Brasileiro. Formados em instituições como o Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói, e o Comando de Operações Especiais, em Goiânia, eles possuem habilidades em contraterrorismo, guerra não convencional e ações em ambientes de alta complexidade.

A Polícia Federal destacou o nível de sofisticação do plano, que envolvia táticas avançadas e conhecimento técnico militar. A participação desse grupo sugere uma articulação meticulosa, com potencial de grave impacto para o Estado Democrático de Direito.


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