ECONOMIA
Estudo do ONS indica economia de até R$ 400 milhões com a volta do horário de verão
A medida pode reduzir em até 2,9% a demanda máxima de energia elétrica e aliviar o uso de termoelétricas
24/09/2024
14:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A volta do horário de verão no Brasil, de outubro a fevereiro, pode gerar uma economia significativa de energia e de recursos financeiros para o país. Um estudo técnico do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que a alteração no horário brasileiro durante o verão resultaria em uma redução de até R$ 400 milhões no custo da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN).
De acordo com a nota técnica, essa economia viria da redução do uso de combustível termoelétrico, essencial para manter o fornecimento de energia durante períodos de alta demanda. O impacto seria de R$ 356 milhões no pior cenário hidrológico e de R$ 244 milhões no melhor cenário para o período entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025.
O estudo também aponta que o horário de verão pode reduzir a demanda máxima de energia elétrica em até 2,9%, o que representaria um alívio significativo para o SIN, especialmente durante o início da noite, entre 18h e 20h, quando a demanda por energia aumenta. Esse horário é crítico, pois coincide com a saída da geração solar e o pico de consumo de eletricidade nas residências e comércios. A adoção do horário de verão suavizaria esse aumento, melhorando a eficiência do sistema em momentos de maior consumo.
Os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, além do próprio SIN, são as regiões que mais se beneficiariam com a mudança de horário, devido à sua maior concentração populacional e de consumo energético. O estudo destaca que, embora a redução na carga média diária não seja tão expressiva em todos os horários, há um impacto positivo nos horários de pico, principalmente em dias úteis, além de contribuições consideráveis em sábados e domingos, quando a demanda por energia também é alta.
Outro ponto mencionado pela nota técnica é a economia indireta gerada nos leilões de reserva de capacidade. O relatório cita o Leilão de Reserva de Capacidade de 2021, no qual o Brasil economizou cerca de R$ 1,8 bilhão por ano em pagamentos fixos para os empreendimentos vencedores. Com a volta do horário de verão, esse tipo de economia poderia ser replicado, contribuindo para a estabilidade e redução de custos no setor elétrico.
O ONS pondera que, embora o horário de verão seja eficaz na redução da demanda máxima entre 18h e 19h, ele não elimina completamente o aumento no consumo após as 20h, o que estende o processo de rampeamento – o ajuste gradual do sistema à demanda crescente. No entanto, a prática ainda é considerada uma medida positiva para a gestão do sistema elétrico, principalmente nos horários de maior estresse para a rede.
A volta do horário de verão, extinto em 2019, continua sendo tema de debate no Brasil. Os dados do ONS indicam que, sob as atuais condições hidrológicas e de demanda, a medida pode trazer benefícios significativos para a eficiência do sistema elétrico e para o bolso dos consumidores. Resta saber se o governo federal irá reconsiderar a reinstauração dessa prática como parte de suas estratégias para enfrentar o aumento no consumo de energia durante o verão.
#jornaldoestadoms
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