Caso Playboy da Mansão:
Condenados por assassinato de Marcel Colombo: Jamilzinho e outros três réus somam 41 anos de prisão
Após três dias de julgamento, quatro réus somam 41 anos de prisão pela execução do empresário Marcel Colombo em 2018
18/09/2024
02:25
CGN
DA REDAÇÃO
Ao fundo Jamil Name Filho, que acompanhou todo o julgamento por videoconferência, em sala no Presídio Federal de Mossoró, e abaixo: de camisa rosa, Marcelo Rios, ao lado de Rafael Antunes (Foto: Henrique Kawaminami)
Após 35 horas de julgamento, o empresário Jamil Name Filho, conhecido como Jamilzinho, e mais três réus foram condenados pela morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, o "Playboy da Mansão". O crime, que ocorreu em outubro de 2018, em Campo Grande, foi o centro do segundo júri popular relacionado à Operação Omertà, que investiga uma rede de crimes e execuções na capital sul-mato-grossense.
O Conselho de Sentença, formado por sete jurados, considerou os quatro acusados culpados pelo homicídio qualificado de Marcel Colombo. Jamilzinho, apontado como o mandante do crime, foi condenado a 15 anos de prisão. Marcelo Rios, ex-guarda civil metropolitano e responsável por planejar a execução, também recebeu 15 anos de reclusão. Já o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, que desempenhou o papel de intermediário, foi condenado a 8 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, além de ter a perda do cargo decretada. Por fim, o ex-guarda municipal Rafael Antunes Vieira, que ocultou a arma usada no crime, recebeu uma pena de 2 anos e 6 meses no regime aberto.
A condenação de Jamilzinho tem origem em um desentendimento entre ele e a vítima, ocorrido em 2016 em uma boate da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. O conflito teria sido desencadeado por um episódio trivial envolvendo um balde de gelo. De acordo com o próprio Jamil Name Filho, a humilhação sofrida naquele dia foi o que o levou a decretar a morte de Marcel Colombo.
A execução de Colombo aconteceu na madrugada de 18 de outubro de 2018. Ele estava em uma cachaçaria na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando um atirador desceu de uma moto e disparou seis vezes, sendo cinco tiros pelas costas. Marcel morreu sentado no local, e um amigo que o acompanhava também foi ferido.
Ao longo dos três dias de julgamento, nove testemunhas foram ouvidas, além dos interrogatórios dos quatro réus. Durante a sessão, o promotor Moisés Casarotto impactou o júri ao exibir imagens de câmeras de segurança que mostravam a execução de Marcel. Também foram apresentados dados telemáticos, incluindo mensagens e áudios de WhatsApp, que comprovaram a conexão entre os envolvidos e a articulação do crime a mando de Jamilzinho.
O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, destacou em sua sentença a frieza e a premeditação com que o crime foi executado. Ele fixou a pena de Jamil Name Filho inicialmente em 18 anos de reclusão, mas a reduziu para 15 anos após considerar circunstâncias atenuantes, como a alegada "violenta emoção" sob a qual o mandante teria agido.
Marcelo Rios, que planejou e coordenou a execução, recebeu a mesma pena de 15 anos de reclusão. Já Everaldo Monteiro, além da pena de 8 anos e 4 meses, perdeu o cargo de investigador da Polícia Federal, visto que seu envolvimento em um crime hediondo foi considerado incompatível com suas funções.
Rafael Antunes Vieira, acusado de esconder a arma utilizada no crime, foi condenado a uma pena mais branda, de 2 anos e 6 meses em regime aberto.
Este é o segundo júri popular decorrente da Operação Omertà, uma força-tarefa criada para investigar execuções e o tráfico de influência envolvendo a família Name em Campo Grande. O primeiro julgamento, realizado em julho de 2023, também condenou Jamilzinho, Marcelo Rios e Vladenilson Daniel Olmedo, o "Vlad", pela morte do estudante Matheus Coutinho Xavier, ocorrida em 2019. Naquela ocasião, Jamil Name Filho foi sentenciado a 23 anos e 6 meses de prisão, enquanto Marcelo Rios recebeu 23 anos e Vlad foi condenado a 21 anos e 6 meses.
Embora Jamilzinho e Marcelo Rios devam cumprir suas penas em regime fechado, o policial federal Everaldo Monteiro poderá recorrer da sentença em liberdade, já que o juiz indeferiu o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público. O magistrado citou que, embora a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) permita a execução imediata da pena, não havia elementos suficientes para justificar a prisão preventiva de Everaldo, como fuga ou risco à ordem pública.
Com a condenação desta semana, os réus somam juntos 41 anos de prisão. A defesa já anunciou que irá recorrer das sentenças, alegando falta de acesso integral a provas telemáticas e questionando a legalidade de alguns depoimentos.
O caso Marcel Colombo e as conexões estabelecidas durante o julgamento reforçam a atuação organizada do grupo liderado por Jamil Name Filho, responsável por uma série de crimes de execução na capital. O veredito marca mais um capítulo na série de julgamentos relacionados à Operação Omertà, que ainda pode ter novos desdobramentos com a busca e captura de outros envolvidos, como o atirador Juanil Miranda Lima, que segue foragido.
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