Jane Jane cantora, compositora e Musicista. Com influências vindas da própria família de músicos, aos 09 anos, despertou a paixão pelo contra-baixo. Jane Jane Iniciou sua carreira musical tocando na banda Rivers junto com o irmão Rod Rivers, em 1999 a 2005. Em 2006 deixou a Banda Rivers e começou a atuar como musicista de apoio no Sarau do Zé Geral tocando com diversos músicos e estilos como: Jerry Espíndola, Sandro Moreno, Toninho Porto, Juci Ibanez, Zé Pretim, Miguelito, Daniel Freitas, Guga Borba, Paulo Simões, Geraldo Ribeiro, Rodrigo Teixeira, Fábio Terra, Toniquinho da Viola. Já em 2007 montou a banda Neptuno com Alex Kundera e o irmão Roger Simmons com o intuito de levar o rock clássico nos bares de Campo Grande. Em 2010 Jane apostou na carreira solo, com o seu projeto “JANE JANE”, gravou o single “Anything I Do For You e no final de 2010 ganhou um videoclipe da Macarena vídeos para esse single, surtiu o efeito de mais de 25 mil visualizações no Youtube. Além desse, ela gravou mais de 02 singles em 2011 o “Baby I Love You e o “Please Come Home”. Em 2011 fez parte da banda do cantor e compositor Jerry Espindola, “Pétalas de Pixe”, uma banda feminina. Foi lançado o CD em 2013 pelo FIC. Jane Jane grava seu primeiro CD em 2013 pelo FEMIC com 11 músicas autorais. Com autenticidade e transparência nos shows ela conquistou o público Sul-mato-grossense mesclando as influências do rock clássico com as autorais.” Eu curto que as pessoas gostam do meu trabalho, então eu faço esse trabalho pq eu gosto e também eu preciso ganhar dinheiro e porque é sincero de gente que gosta pra pessoa que gosta” destaca a artista. A Página Expressando com Alessandra Paim teve um super bate papo com a cantora Jane Jane que falou toda a sua história dentro da música. Ela falou dos shows, dos repertórios, dos projetos, da dificuldade dela com o público, das autorais, diferencial da banda, dos fãs, do MS, do autismo e TDAH de como esses diagnósticos afetaram a vida musical de Jane Jane. Fica o meu muito obrigada pela entrevista maravilhosa! Foi um prazer conhecer você e seu rico trabalho dentro da cena musical. Parabéns pela atitude de querer falar abertamente sobre um tema tão visado hoje em dia e ainda velado que é o Autismo. Foi muito importante você falar a respeito para que outras pessoas que estejam passando por isso nesse momento possam ter um incentivo. Que há limitações mais que mesmo assim a vida segue e não parar de fazer o que gosta. Sucesso pra Jane Jane!!! 

Segue a entrevista na íntegra. 

Expressando com Alessandra Paim - Qual a origem musical de Jane Jane?  

Jane_eu sempre toquei na vida e meu pai é músico instrumentista, meu pai tentou me ensinar tocar teclado e não era uma coisa que eu achava muito interessante. Eu com 09 anos vi o instrumento contrabaixo na TV e falei “Nossa que coisa legal, o que é isso?” Meu pai: “é um contrabaixo” e eu disse: “eu quero tocar isso”! E meu pai queria que eu focasse no teclado, mas eu queria contrabaixo. Eu conheci o rock por meio da minha mãe e meu irmão mais velho. Eu aprendi a tocar violão pra poder tocar baixo. Até os 12 anos eu tocava violão e tive o primeiro contato com o contrabaixo. Aos 13 anos comecei a dar aulas de violão e também nessa época trabalhava como babá. E uma das minhas alunas estragou meu violão e me pagou o dinheiro integral e com esse dinheiro consegui comprar o meu primeiro baixo. 

Expressando com Alessandra Paim - Quanto tempo de carreira solo? 

Jane _ iniciei a minha carreira solo final de 2010. 

Expressando com Alessandra Paim - Qual o estilo musical? 

Jane_ Rock com influências punk, Rockabilly, e também The Cramberries os rocks clássicos como Alanis Morissete, Avril Lavigne, Mulheres no Rock, Led Zeppelin, Ramones. Sou muito eclética dentro do rock. 

4 Expressando com Alessandra Paim - Integrantes 

Jane_  Jane vocal e baixo, Caio Dutra, Jonny Bobadilha Braulio Castro e Ricardo Miranda. 

Expressando com Alessandra Paim - Influências Musicais 

Jane_ fora as mencionadas na questão 03 tenho influências no baixo:  baixistas do Guns N’ Roses, Iron Maiden, The Cramberries, Nirvana e etc. 

 Expressando com Alessandra Paim - Autorais 

Jane_tenho 11 músicas autorais gravadas. E tenho músicas que eu escrevo que são só pra mim, não gravei. Mas geralmente eu crio pra mim mesma. Tenho bastante músicas inacabadas, mas fica como os meus rascunhos, guardadas. 

Expressando com Alessandra Paim - CDS/DVDS 

Jane_ tenho 01 CD e 04 videoclipes no Youtube. 

Expressando com Alessandra Paim - Projetos em andamento e futuros 

Jane_ por enquanto botar a banda pra tocar porque a pandemia estragou o nosso rolê... é muito mais difícil você colocar uma banda pra tocar do que você colocar por exemplo, voz e violão que é uma coisa que eu faço bastante e garantir o meu sustento. O meu desafio é botar a minha banda pra tocar e é o que a gente está fazendo agora. Estamos ensaiando, juntando o nosso repertório pra ir pros bares como todas as bandas estão fazendo. E continuar com essa produção autoral, mas pra mim não faz diferença pq eu componho pra mim mesma, eu gosto de música não são pras pessoas. Mas as pessoas tbm gostam do trabalho e querem escutar mais e por elas vou gravar e trazer novas músicas pra cena. Mas a burocracia ao redor disso é muita e o dinheiro também, então essa é uma dificuldade real que me empatou esse tempo todo de continuar produzindo. 

Expressando com Alessandra Paim - FÃS/PÚBLICO 

Jane_ tenho mais fãs na Internet do que fisicamente, vamos dizer assim. Tanto que lanço na Internet da muto mais visualizações do que realmente vc ir fazer um show em locais. As pessoas preferem ver a minha banda com a minhas músicas autorais do que me ver tocando em barzinhos com violão. 

Expressando com Alessandra Paim - Qual a música mais pedida 

Jane_ geralmente são The Cramberries e Alanis Morissette. Já a minha autoral mais pedida é a “Anything I Do For You” que abriu todos os meus caminhos, se tornou a mais conhecida e também, das minhas músicas, que tem mais visualizações. 

  Expressando com Alessandra Paim - Marco histórico na carreira 

Jane_ o marco na minha carreira foi o CD porque ele foi o início de tudo quando percebi que realmente a coisa estava ficando séria e eu tinha que me dedicar um pouco mais de esforço nos meus trabalhos autorais. E vi que a receptividade do público foi boa e então eu pensei eu tenho que colocar a minha banda pra tocar. Tive convites pra ir pra fora e também as cosias não eram tão simples, que muitas vezes o cara não quer pagar o cachê...muito complicado. 

 Expressando com Alessandra Paim - Shows 

Jane_ tive oportunidade de tocar em grandes festivais.  

Expressando com Alessandra Paim - Momento (s) marcante (s) 

Jane_ a minha carreira é toda cheia de momentos marcantes. A gravação, os primeiros shows, os lançamentos, videoclipes, receptividade das pessoas. Cada vez que a minha banda saia pra tocar era um momento marcante. È difícil escolher, são muitos. 

Expressando com Alessandra Paim - Qual o diferencial da banda? 

Jane_ eu sou uma pessoa que no palco tenho um pouco de dificuldades de lidar com exposição, não sei mt bem lidar com as pessoas dali de cima do palco e isso acabo sendo muito espontânea e sincera demais e isso acaba gerando risadas do público. Eu não acho que seja ruim (risos)... é uma coisa que fica muito assim” estamos entre amigos e vou falar o que der na telha”. Eu acho que essa espontaneidade é o diferencial, né pq eu nunca vou conseguir ser uma “showwoman” (risos ...) como aquelas que chegam e apresentam a banda e coisa e tal; e eu sou muito eu mesma. Outro diferencial, eu acho que são as músicas autorais 

Expressando com Alessandra Paim - Qual foi a maior dificuldade pra banda no início da carreira? 

Jane_   a dificuldade maior era a minha mesmo de lidar com o público. Nunca quis os holofotes virado pra mim e quando aconteceu, eu me senti com dificuldades, não sabia lidar com isso. 

Expressando com Alessandra Paim - Qual o maior desejo da banda? 

Jane_ eu acredito que seria conseguir tocar a nossa música. Seria mto bom conseguir viver de nossa música autoral.

Expressando com Alessandra Paim - Jane Jane no MS 

Jane_ eu não tenho tanta dimensão do que sou pro meu Estado. A minha história de carreira está no Museu de Artes de Campo Grande, tem os registros de todas as mulheres cantoras, das músicas autoriais, estou em exposição e eu também estou na história da música. E isso é mto gratificante. Deixar a minha marca ali juntos com os outros compositores. 

Expressando com Alessandra Paim - Jane como foi que você conseguiu adaptar o autismo/TDAH com os palcos? Fale um pouco. 

Jane_   como mencionado em outras respostas eu sempre tive problemas em enfrentar palcos e público. Me sentia desconfortável em ir em churrascos, em festas e eu acabava não indo e quando marcava presença nos locais eu ficava no meu cantinho. E as pessoas me abordavam questionando se estava tudo bem, eu dizia, não eu to bem, só to no meu canto, tá tudo bem. E aos poucos aprendi a conversar com as pessoas pq antigamente nem isso eu sabia. E como musicista na época que tocava com meu irmão, Rod Rivers (banda Rivers) eu ficava atrás dele e não tinha que comunicar com as pessoas, eu apenas tinha que ir lá tocar e descer do palco. E mesmo assim eu bebia pra subir aos palcos e assim eu ia levando os meus projetos. Tive as minhas primeiras crises de pânicos e ansiedade de não conseguir tocar porque tremia muito, apesar de ter uma longa história de carreira musical na hora que eu pisei na frente e eu tinha que me comunicar com as pessoas, me dava um bug muito grande e não sabia o que fazer, foi então que bebia para ficar mais à vontade. Em 2015 fiquei grávida parei de tocar por cerca de 02 anos pra cuidar do meu filho. Voltei a tocar quando fui convidada para ser baixista na banda do Tio Zé. E quando voltei a tocar estava amamentando, então eu não bebia. E toda vez que tocava comecei a ter crises de pânicos mto fortes com a sensação que ia morrer e eu não sabia que eu tinha isso, fui ao médico e descobri que tinha ansiedade com crises de pânico e em seguida com terapias e exames e outras coisas, tive o diagnóstico do autismo. Depois disso, tudo fez sentido pra mim, o porquê eu tinha pânico de pessoas, público, barulhos e etc. Atualmente eu lutando pra continuar fazendo o que eu gosto e tentando driblar o autismo, como sair no intervalo de um show e ficar um tempão no toalete, silenciando a minha mente e depois retornava mais calma e tocava em frente o show. Dessa forma que estou seguindo, o autismo continua sendo uma parte que dificulta um pouco a minha carreira, mas eu resolvi levar as coisas do meu jeito mesmo e não do jeito que as pessoas dizem que tem que ser. Coach existem muitos, mas é como eles colocassem você num padrão, eu não sigo padrão. E a minha visão do mundo é neuro diversas. Eu fui me assumindo e quem está ao redor foi percebendo e eu fui ficando mais confortável comigo mesma. E não tinha mais que me mascarar que estava tudo bem e percebi que eu não preciso disso e respeitar os meus limites da mente e corpo e continuar fazendo o que eu gosto. Estou tratando a forma de como reduzir o estresse, de lidar com mtas pessoas ao mesmo tempo e da sobrecarga sensorial, às vezes com tampão de ouvido ou dando um tempo num local silencioso pra voltar depois mais calma. 

MENSAGEM 

“Eu passei um longo tempo com empresários e produtores que tentavam me encaixar num padrão pra poder me lançar pro Brasil ou internacionalmente. Mas eu tinha que seguir um padrão e eu não conseguia, por mais que eu tentava, não conseguia e isso me deixava frustrada, eu pensava que era a minha culpa. Depois descobri que não, cada um de nós temos o nosso ritmo, a gente é diferente. Portanto, seja sincera com você mesma e faça o que você gosta”, Jane Jane cantora e compositora. 

REFERÊNCIAS DE PESQUISA  

https://www.youtube.com/watch?v=GKP_qEj1BRk&feature=youtu.be 

Jane Jane - Tema - YouTube 

https://www.youtube.com/c/JaneJane/videos 

MS tem representante em Festival Nacional de Rock que ocorre nesta 3ª-feira (22.dez) - MS Notícias (msnoticias.com.br) 

Jane Jane | Facebook 

MSOM: Conheça o Rock de primeira da cantora JaneJane - Rede Educativa MS (portaldaeducativa.ms.gov.br) 

G1 - Jane Jane é uma das atrações do Som da Concha em Campo Grande - notícias em Mato Grosso do Sul (globo.com) 

De olho no público, Jane Jane sobe ao palco do Vertentes (correiodoestado.com.br) 

 *Jornalismo Independente