Campo Grande (MS), Sexta-feira, 17 de Maio de 2024

HATERS - o mal do Século XXI na vida digital

28/10/2021

16:22

ALESSANDRA PAIM

©REPRODUÇÃO

Estamos vivendo numa era de pessoas de mentes doentes/perversas para se sentirem autoconfiantes tem a necessidade de insultar, de ofender, diminuir o seu próximo. Seus ataques são em redes sociais, nas publicações de Instagram/Facebook. Uma publicação de uma festa na beira da praia no Instagram, outra em uma viagem em Paris no Facebook ou publicação de um dia comum são alguns dos motivos para os Haters partirem pro ataque. O termo HATER, de origem inglesa, significa os que odeiam ou odiadores. Remete ao mundo da Internet para ataques agressivos nas mídias sociais. Os haters não tem um perfil preestabelecido, qualquer pessoa independentemente de classe social, raça e religião está na mira dos haters. Os haters são pessoas que focam em um assunto ou uma pessoa específica e começam a destilar comentários negativos e na maioria das vezes ofensivos. Geralmente as provocações são feitas por comentários públicos ou mensagens privadas. O hater é uma pessoa que simplesmente não está feliz ou satisfeito com o êxito, conquista ou felicidade de outra pessoa. Os ataques são de diversas formas de xingamentos a ameaças de morte. Por conta dos ataques, as vítimas desenvolvem traumas e casos de depressão, isolamento social, se tornaram mais retraídas com autoestima baixa e entre outros fatores mais graves, até casos de suicídios por conta das ameaças e ofensas dos haters. Quanto mais as vítimas rebaterem mais poder os haters tem para atacar. Os Tipos de haters: Existe uma linha entre um Feedback construtivo, uma opinião sincera, um conselho e o simples Hate. Então, cabe a nós diferenciarmos essas situações e, sendo assim, segue alguns tipos de haters para você identificar nas suas redes sociais e até mesmo no seu dia a dia:

 
#1. Críticos de conteúdo que não produzem conteúdo. É aquela pessoa que nunca pública nada, não produz nenhum conteúdo, mas que está sempre refutando o que os outros publicam.
 
#2. Odiadores de ideias. Sabe quando você está prestes a começar um projeto novo, e expõe sua ideia. É nessa hora que o hate aparece para tentar desmotivar você.
 
#3. Críticos de construções que não constroem nada. Esse é um clássico, é aquela pessoa que não tem negócio, mas que está sempre apontando os erros de quem tem.
 
#4. Caçadores de autoestima. E não pode faltar os mais cruéis e desnecessários. Esse é aquele cara que vai falar mal da sua tatuagem nova, debochar do seu corte de cabelo e fazer comentários como “Nossa, você engordou né?” Ou “Aí como você tá magrinha, não tá comendo não?”
 
Importante destacar que os odiadores da Internet não estão impunes, se as vítimas procurarem ajuda. Se necessário, ajuda de especialistas como os psicólogos para um tratamento mais profundo. E também abrir um B.O (Boletim de Ocorrência) e para casos mais graves, entrar com um processo jurídico, dessa forma, o hater corre o risco de responder legalmente pelos seus atos. Há algumas dicas para driblar os haters tais como: se possível, não caia no jogo deles, rebatendo as ofensas, mais cautela nas publicações nas redes sociais, se possível, publicar apenas para os amigos e não para o público, apagar da memória os comentários negativos, abstraia da mente, não acumule comentários que te puxem pra baixo. Usando essas estratégias, você não dá poder pra eles, e assim, a vítima se torna desinteressante na visão do hater. Uma vez que eles buscam pelos sofrimentos e tristezas das suas vítimas para se sentirem no ápice. No dia 31 de março de 2021 foi sancionada a lei 14.132/21, que incluiu o artigo 147-A no Código Penal, criminalizando a conduta de perseguição (stalking em inglês). A nova lei, que entrou em vigor em 1º de abril de 2021, após a sua publicação no Diário Oficial da União, revogou a contravenção penal de perturbação à tranquilidade, prevista no artigo 65 do Decreto-Lei 3.688/41, bastante utilizado, até então, para punir casos de perseguição no País.
 
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.
 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
 
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido:
 
I - Contra criança, adolescente ou idoso;
 
II - Contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código;
 
III - mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma.
 
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
 
§ 3º Somente se procede mediante representação.
 
O novo crime de Perseguição - Stalking (migalhas.com.br)
 
A Página Expressando com Alessandra Paim entrevistou 03 pessoas importantíssimas para o enriquecimento dessa matéria. A especialista Dra. Gestalt Psicóloga Aline Smaniotto que falou de dois mundos: falou da mente doentia dos haters, o por quê desse comportamento. Falou também das vítimas, explicou como identificar quando a pessoa é um hater, como ajudar alguém que sofreu ataques cibernéticos, alertou os pais com seus filhos e muitas informações válidas dentro deste contexto. Já a professora formada em Artes Visuais e proprietária do Canal Compacty - https://youtube.com/c/CanalCompacty no Youtube, Patrícia Souza foi vítima dos ataques dos haters. Ela vai falar como tudo aconteceu, como ela procedeu, das ameaças e da sua vida após-ataque. Para a Dra. Adriana Galvão especialista em mentes criminosas e perita abordou o assunto como uma das vítimas também dos haters, ela vai contar sua experiência com os ataques virtuais em duas situações da sua vida: pessoal e profissional. Adriana falou de como se prevenir dos haters, onde e como procurar ajuda em casos mais extremos. Como lidar com o mundo virtual depois de sofrer ataques dos haters, destacou a importância de ter um emocional forte para não ser atingida por eles e reforçou a importância das vítimas acionarem uma delegacia da polícia cível e registrar o B.O. Se for o caso, abrir processo jurídico, principalmente se as vítimas sofreram danos morais e materiais.” Há punições para esses criminosos virtuais’, explica. Fica o meu muito obrigada para todas as minhas entrevistadas que foram de uma importância impar para entender e esclarecer tudo a respeito dos ataques dos haters, Cyberbullying e como identificarmos e nos proteger. Gratidão!
 
ENTREVISTADAS:
 
Patrícia Souza – Professora do Município e formada em Artes Visuais – proprietária do canal Compacty no Youtube.
 
Dra. Adriana Galvão – Especialista em mentes criminosas, Especialista em Drogadição, Sexologia, Terapia de Casal, Perita e Assistente técnica, Finanças Emocionais, Orientação Vocacional, Crianças, adolescentes e adultos.
 
Dra.Aline Aquino Smaniotto - Psicóloga Gestalt Terapêuta – sua clínica Atitude - Clínica de Psicologia está localizada na rua Alegrete,1391, Bairro Cel Antonino – (67) 98189-4909.
 
Segue a entrevista completa!
 
Expressando com Alessandra Paim - Quando ocorreu os ataques dos Haters?
 
Patrícia_ ocorreu no final do ano de 2017. Eu tenho um canal no Youtube. E nessa época ocorreu um episódio em que uma obra de arte no Museu MARCO ela foi retirada pela polícia. Entraram com armas para apreender uma obra de arte, segundo um político da cidade ela era obscena ofendia a população e não poderia estar exposta. Esta obra fazia denuncia a pedofilia e tinha imagem de um adulto com a genitália exposta. No caso foi dito que era uma apologia à pedofilia, mas na verdade era uma denúncia. Porque toda essa exposição dessa artista mineira, ela denunciasse questões de abusos, e violências contra mulheres e etc. Quando a obra retornou para o museu que foi provado que não era apologia à pedofilia foi feito um ato por vários artistas no dia que a obra retornou e que foi o último dia da exposição também. E este dia eu gravei um vídeo com as pessoas que estavam la,, com alguns professores da UFMS e publiquei o vídeo no meu canal na semana e estava tudo certo. N aproxima semana eu dei uma entrevista pra um jornal e na época tinha uma exposição no Paraná que tinha várias questões de gêneros, de violências, discriminação. E a gente estava numa época bem parecida que estamos vivendo agora as pessoas com opiniões diferentes e mtas pessoas estavam atacando essa exposição do PR e correlacionaram com o que tinha ocorrido aqui no MS. Era toda aquela questão política. Na época as palavras de gatilho como arte, arte contemporânea estava procurando para ler e ao mesmo tempo criticar, toda aquela questão política. E quando saiu a matéria no jornal deu aquele burburinho e as pessoas foram no meu canal e começaram a comentar o vídeo negativamente.
 
Expressando com Alessandra Paim - Como foi esse ataque virtual?
 
Patrícia_ tem uma colega minha que trabalha comigo no canal e ela tinha acesso aos comentários no vídeo. No período da tarde começou a receber esses comentários e eu estava no trabalh. Quando cheguei à noite em casa meu companheiro Joni falou a respeito dos comentários e então, sentei pra ler. A maior parte era criticando o vídeo e tinha outros comentários a respeito da minha aparência, outros como “vc precisa apanhar na rua”, outros comentários como “onde vc mora”, teve um comentário mais explicito de uma ameaça de estupro. Recebi bastante Dislikes no vídeo até que o Youtube percebeu que aquilo lá era um conteúdo sensível e bloqueou o vídeo em algumas plataformas. Às vezes você conseguia assistir o vídeo inteiro pelo computador e não conseguia pelo celular, dependendo do lugar. Sofreu uma certa censura, foi picotado. Depois passou o momento, o vídeo voltou ao normal.
 
Expressando com Alessandra Paim - Você procurou ajuda? Foi solucionado o problema?
 
Patrícia_ as pessoas que estavam ao meu redor pareciam que estavam bem mais preocupadas e me orientaram a fazer uma denúncia porque na época eu ia pro trabalho de ônibus e passava o dia todo sozinha na rua e não sabíamos se os comentários tinham algum fundamento, se essas pessoas iriam me perseguir. Fomos fazer a denúncia na Casa da Mulher Brasileira, eu disse o que tinha ocorrido e eles fizeram um Boletim de Ocorrências, foi basicamente um registro. Eu levei os prints dos comentários, hoje em dia eu apaguei esses comentários do Youtube. Mas antes eu fiz os prints levei lá e me disseram para levar para outro departamento e na época eu acabei não levando, a situação esfriou e não recebi mais nenhuma ameaças e comentários negativos.
 
Expressando com Alessandra Paim - Você procurou ajuda de um psicólogo/psiquiatra? Como ficou o seu emocional?
 
Patrícia_ eu conversei com 02 psicólogas, elas me avaliaram e eu não fiquei tão chocada, eu fiquei mais preocupada com minha vida mesmo, se essas ameaças se restringiriam apenas no virtual ou passaria para o real. As especialistas me deram um contato para eu ir em um grupo de apoio, em outro local. Eu acabei não indo, eu não senti essa necessidade tão forte. Em comparação com as mulheres que vão procurar esse serviço, essa ajuda na Casa da Mulher Brasileira ou nesse grupo de apoio; têm histórias muito mais fortes que a minha, eu não sentia necessidade de ir atrás e até hoje eu nunca fui conversar com algum psicólogo sobre esse assunto.
 
Expressando com Alessandra Paim - Os ataquem ocorreram em que frequência? Uma vez ou várias vezes?
 
Patrícia_ somente esse dia e nunca mais recebi ameaças e nem comentários negativos no vídeo em questão.
 
Expressando com Alessandra Paim - Atualmente como você lida com o mundo virtual?
 
Patrícia_ hoje eu quase não público vídeos no canal, mas foi por questão da vida mesmo e não do que ocorreu. Eu passei num Edital Federal e o canal recebeu verba pra existir, a gente continuou fazendo os vídeos. Atualmente eu tento não me expor tanto, tenho minhas redes sociais. Eu controlo o que as pessoas vão ver de mim, esse episódio me ensinou muito de como as pessoas me veem, hoje em dia são mais aparências, eu cuido o que vai ser vinculado no conteúdo.
 
Expressando com Alessandra Paim - O que você pensa dessas pessoas que atacam outras na Internet? Porque elas fazem isso na sua opinião?
 
Patrícia_ as pessoas tem viés muito diferentes quando vão atacar alguém na Internet. Tem as questões de preconceitos, são “N” motivos diversos. O que mais está pegando hoje em dia é a questão do viés político. Como tivemos essa separação política bem evidente que as coisas começaram a ficar complicadas na Internet. Sistema de crenças talvez, a Internet deu mta voz pra as pessoas, vc não precisa falar as coisas na cara daquela pessoa que vc não gosta ou discorda. Você está atrás do computador e isso te dá o poder de escrever o que quiser. Sem contar dos FAKES que são pessoas que descarregam todas as suas emoções negativas em cima das pessoas Online. Colocam nomes fictícios, imagens que não são delas, até uma maneira de se sentirem corajosos porque no anonimato vem essa coragem. É mais ou menos por aí.
 
Expressando com Alessandra Paim - Qual a mensagem que você gostaria de passar para as pessoas que já sofreram com ataques virtuais?
 
Patrícia_ o que eu diria para as pessoas que estão nessa situação é que as pessoas têm muita coragem na Internet, mas não necessariamente tem toda essa coragem na vida real. “Cão que ladra, nem sempre morde”. Tenham força! a Internet infelizmente funciona por engajamento e às vezes, uma maneira de reverter essa situação é aproveitar o engajamento que isso dá. No meu caso, o meu canal era bem pequeno quando ocorreu isso, mas com o engajamento negativo que deu muitas pessoas se inscreveram no canal. Esse vídeo da polêmica foi o primeiro a atingir mil visualizações. Eu acho que é interessante a pessoa aproveitar essa situação negativa, existe um jeito de reverter. E na Internet não existe engajamento bom ou ruim, existe engajamento e se você souber aproveitar no final você sai ganhando.
 
Expressando com Alessandra Paim - Quando ocorreu?
 
Dra. Adriana Galvão_ eu sofri alguns ataques no final de 2019 todos os ataques foram sempre por direct ou Instagram ou Facebook. Nunca foi ataques públicos. Este ano já tive minhas contas clonadas, invadidas. Eu não corri atrás na época (no 1° ataque) porque eu estava com a minha carreira no offline como perita, muito em emergência, muito em ascensão. Eu não interessei e até abandonei a carreira digital (online). Agora retomei na metade do ano passado a carreira online, quando eu abria uma Live já aparecia essa pessoa. Eu percebi que era uma pessoa apenas que criava vários Fakes. Eu denunciava a conta dela, ela fechava e criava uma nova conta para me atacar. Os ataques virtuais eram pro lado profissional abordando que eu não tinha diploma. Eu nunca expus no meu consultório e hoje para não ter que justificar no meio de uma Live com outras pessoas também participantes, eu expus os meus diplomas, atrás de mim, no meu escritório ficam meus diplomas e quando eu abro o vídeo eles aparecem atrás.
 
Expressando com Alessandra Paim - Como foi esse ataque virtual?
 
Dra. Adriana Galvão_ eram ofensas como: “essa menina não é formada”, “Vocês são burros por seguirem ela”. Sempre focado no profissional nunca o lado pessoal. O 1° ataque que sofri foi nos directs referentes a vida pessoal com palavras de baixo calão e recebia também de alguns homens, nudes dos órgãos genitais. E esse ano os ataques foram em público na Live. Passou um tempo e minha conta foi invadida.
 
Expressando com Alessandra Paim - Você procurou ajuda? Onde?
 
Dra. Adriana Galvão_ eu não procurei ajuda no primeiro ataque deixei quieto pq a minha vida no off-line estava me consumindo muito. E agora ao invés de bater boca, me sugeriram chamar na Live e eu sempre chamei e nunca aceitava. Resolvi expor a minha vida profissional, mostrava meu escritório, as reformas que estavam sendo feitas.
 
Expressando com Alessandra Paim - Foi solucionado o problema?
 
Dra. Adriana Galvão_ foi solucionado, pararam com os ataques explícitos.
 
Expressando com Alessandra Paim - Como ficou o seu emocional?
 
Dra. Adriana Galvão_ eu fiquei numa boa no primeiro pq simplesmente estava focada no meu trabalho e o segundo agora como atacou o meu profissional pegou um pouco mais, eu fiquei irritada. O meu Instagram é utilizado como uma forma de ajuda voluntária, eu não vendo nada ali pra ter um retorno financeiro. Eu estou apenas para uma parte minha de doação para a comunidade e quando vc recebe um ataque assim, eu fiquei mto irritada. Mas foi só o tempo de eu bolar um contra-ataque que foi a forma de estar mostrando e na época eu estava reformando o consultório, então eu mostrei toda a reforma do consultório e deu esse fechamento dos ataques.
 
Expressando com Alessandra Paim - Você procurou ajuda de um psicólogo/psiquiatra?
 
Dra. Adriana Galvão_ não precisou, eu tenho o meu emocional muito forte, ossos do oficio.
 
Expressando com Alessandra Paim - Os ataques ocorreram em que frequência? Uma vez ou várias vezes?
 
Dra. Adriana Galvão_ na primeira vez ocorreram com uma certa frequência. Eu tinha 180 mil seguidores no Insta e tbm no Youtube. E agora todo dia que abria Live esse fake estava lá online me atacando.
 
Expressando com Alessandra Paim - Atualmente como você lida com o mundo virtual?
 
Dra. Adriana Galvão_ eu lido justamente como uma forma de ajudar o próximo como uma forma voluntária. O Instagram está voltado para a psicologia para ajudar o ser humano na evolução, autoconhecimento, no autodesenvolvimento e minhas redes sociais estão voltadas pra esse intuito. E na minha clínica não estou clinicando mais, apenas casos encaminhados e justamente por conta que sou perita. Meu foco agora é estar agora na minha escola de perícia e no meu escritório de peritos associados. Portanto, não tem nenhuma relação com minhas redes sociais e eu vejo minhas redes agora como algo voluntário de ajuda ao próximo.
 
Expressando com Alessandra Paim - O que você pensa dessas pessoas que atacam outras na Internet? Por que elas fazem isso na sua opinião?
 
Dra. Adriana Galvão_ no primeiro ataque foi da pessoa física. Eu tinha acabado de voltar dos EUA e tinha uma vida muito exposta e não tem como não pensar em sentimentos de inveja e aqui no Brasil era tudo mt novo, as redes sociais, estavam iniciando naquele momento, eu creio o fato de terem hackeados as minhas contas que foi um oportunismo financeiro, depois pediram dinheiro em troca das minhas senhas e eu não aceitei. Hoje os ataques desse ano foram da minha vida profissional, não tem como não pensar que não seja um profissional também. Porque os ataques foram específicos, em determinados momentos, utilizando inclusive de jargões profissionais que outra pessoa do senso comum não teria essas teorias, tão abrangentes para estar discutindo dessa forma. Creio que seja uma outra profissional de psicologia para justamente tirar seguidores e como era sempre ao vivo as Lives e te deixar de saia justa pra vc perder credibilidade. Então, tanto na pessoa física quanto no CNPJ, as 02 coisas, são pessoas que estão infelizes e de alguma forma, vc acaba sendo um exemplo pra aquela pessoa e não consegue ver a pessoa em ascensão pessoal e profissional. E acha melhor te diminuir para que a parte negra, obscura dela não seja tão gritante.
 
Expressando com Alessandra Paim – O que são haters na Internet?
 
Dra. Adriana Galvão_ dentro de uma Internet nos dias atuais, ele tem várias configurações. Tem por exemplo, aquela pessoa que é amiga na rede particular na rede social da pessoa e qd entra dentre de uma rede de Internet ela se torna inimiga, com base de sentimentos de inveja. Temos também aquele concorrente que acha que desestabilizando o outro concorrente vai conseguir ter vantagens frente ao concorrente. Temos também o hater criminoso que ele tenta pegar as redes pra depois revender para o p próprio usuário ou pra outros. Temos várias configurações do que é um hater dentro da Internet.
 
Expressando com Alessandra Paim – Como se proteger?
 
Dra. Adriana Galvão_ – uma vez que vc seja por meio profissional ou seja um desejo de ser influencer, seguir a carreira de influenciadora ou mesmo que vc precisa utilizar as redes sociais para vender produtos e serviços não tem como vc estar 100 por cento protegido contra haters. Uma vez que vc não quer ter haters vc não se expõe nas redes sociais, esta é a única maneira que vc tem de se proteger contra haters. A outra opção se vc precisa estar nas redes sociais e /ou quer estar nas redes é você se fortalecer emocionalmente/ psicoemocional. Estar procurando auxilio profissional, e esse profissional que falo é o psicólogo. Não é nenhum tipo de profissional, pq o outro ele pode não fortalecer a sua personalidade, te dar um efeito placebo, um falso fortalecimento e quando você entra nas redes sociais e se depara com os haters, você cai.
 
Expressando com Alessandra Paim – Porque existem os haters?
 
Dra. Adriana Galvão - Eles existem desde que existem 02 tipos de sentimentos: Inveja e o sentimento de “eu preciso passar o meu concorrente”, então é o sentimento de incapacidade porque vc não precisa destruir o concorrente pra vc fazer o seu produto chegar em primeiro lugar. Não é dessa forma que vc lida com a concorrência, mas existe alguns concorrentes que utilizam dessa manobra.
 
Expressando com Alessandra Paim – Como identificar?
 
Dra. Adriana Galvão - Qualquer tipo de ataque q vc tem nas redes, ou seja, me senti acuado, me senti inferiorizado, me senti atacado, qualquer tipo de ferimento que vc tenha dentro das redes sociais, ela deve ser denunciada.
 
Expressando com Alessandra Paim – Como denunciar?
 
Dra. Adriana Galvão - Deve denunciar na polícia civil. Você vai abrir um Boletim de Ocorrência BO. Existe algumas delegacias da polícia civil que já tem Delegacia de crimes cibernéticos. Cidades mais interioranas de pequeno porte ainda não tem, mas é registrado o B.O de qualquer forma, porque existem leis e se existem leis, elas devem ser cumpridas. E a partir do BO se mesmo assim você não estiver satisfeita, você pode abrir um processo. Cabe 2 tipos de processos o civil e o criminal. Sempre tem solução, as investigações são certeiras da Polícia Civil, os investigadores são muito bem treinados, não há crime impune. Eles puxam IP da máquina do computador/notebook/aparelho celular.
 
Expressando com Alessandra Paim - Qual a mensagem que você gostaria de passar para as pessoas que já sofreram com ataques virtuais?
 
Dra. Adriana Galvão_ como vítima tanto a pessoa física quanto no CNPJ uma vez que você é vítima de haters, vc precisa se munir tbm juridicamente. Mtos se falam do grupo de apoio com psicólogo/psiquiatra, mas eu vejo como uma rede de apoio, mas não são apenas esses especialistas que a vítima precisa buscar, mas tbm ajuda jurídica, advogado e policial em mtos casos. E hoje em dia a delegacia especializada em crimes cibernéticos e dependendo se está te fazendo danos psicológicos e te deixando com baixa autoestima com depressão no offline, ou seja, se o haters está afetando assuntos da sua vida profissional, familiar e social vc precisa não só buscar uma ajuda médica, mas uma ajuda policial e vc precisa fazer um B.O e na delegacia, a investigação vai conseguir identificar quem é essa pessoa e assim tomar as devidas providências. Cabe, dependendo se houver prejuízo da vida profissional, cabe danos materiais, no caso de apenas danos psicológicos que não afete o profissional que eu acho muito difícil, não tem como vc ter um prejuízo no pessoal e não levar pro profissional. Frente a isso, cabe também danos materiais além dos morais (calúnia, difamação, etc) por que além da delegacia, buscar um advogado pra isso.
 
Expressando com Alessandra Paim - Qual o diagnóstico de um haters?
 
Dra.Aline_ em primeiro lugar quando falamos de alguém que faz discurso de ódio só conseguimos pensar num sociopata. Ou seja, uma pessoa que possui desvio de caráter que principalmente se esconde atrás de uma tela, seja ela de um computador ou celular e que infelizmente sente um prazer enorme de fazer o ato de criticar de humilhar de deixar o outro pra baixo.
 
Expressando com Alessandra Paim - Quais seriam os motivos de uma pessoa atacar outra no mundo virtual?
 
Dra. Aline _ eu acredito que a gente precisa olhar mais fundo na atitude de um hater. Um hater causa uma discórdia total, ele possui um desvio de caráter conforme mencionado e entendemos então que mtas atitudes maldosas dele se justificam por condições próprias da história dele e estas condições incluem-se insegurança e autoestima baixa. Por ele carregar essas lacunas negativas como se fossem digitais na própria personalidade, ele as projeta perversamente e faz com que o outro sofra, independente se o outro merece ou não esse julgamento que ele faz ou se o outro fez algo ou não. Aqui vale lembrar, que muitas das situações a gente briga ou nos desentendemos com alguém e por ventura até perdemos a compostura, pode acontecer às vezes uma situação que fica mais acalorada, uma discussão. Porém, é mto diferente das ações dos haters que fere o outro sem um pingo de empatia e o pior é que nutrem o seu narcisismo quando percebem que o outro está sofrendo.
 
Expressando com Alessandra Paim - Há tratamento (s) pra haters? Qual (is)?
 
Dra. Aline - Como a condição do hater é uma condição muito particular onde a conscientização da empatia deve existi,r é muito difícil ter uma mudança no caráter dele porque se ele não tem empatia esse caráter já está comprometido.
 
Expressando com Alessandra Paim - Você acredita que possa existir ex-haters?
 
Dra. Aline - eu acredito que ele possa não praticar mais seus atos por uma situação, mas não pq ele deixou de ser hater. até pode surgir outro movimento dele disseminar o seu ódio em outra maneira. Sem ser por computador, por ter critica nas postagens dos outros nas fotos dos outros pode ser que daqui pra frente surge outro movimento e eles continuem fazendo essa disseminação do ódio.
 
Expressando com Alessandra Paim - Você acha que após os ataques os haters tenham culpas/arrependimentos das suas ações?
 
Dra. Aline _ O Hater pode não praticar mais as suas atitudes ruins pq ele foi pego e julgado não pq ele parou e se arrependeu
 
Expressando com Alessandra Paim - Já atendeu algum paciente que tenha sofrido ataques virtuais? Conte nos um pouco a respeito.
 
Dra. Aline _ eu já atendi casos em que houve brigas e que nas redes sociais houveram trocas de farpas, mas nesses casos em questão, houveram motivos e após as sessões também teve os arrependimentos de ambas as partes podendo assim, a vida ser retomada normalmente. Casos de ódio, críticas gratuitas ainda não chegou nenhum caso em meu consultório.
 
Expressando com Alessandra Paim - É possível identificar quando a pessoa tem tendência ou já é um hater?
 
Dra.Aline _ é possível identificar quando a pessoa tem tendência, por exemplo, quando a pessoa não tem empatia por ninguém, qd não tem carinho, nem amor por ninguém, qd a pessoa é agressiva exageradamente sem necessidade, qd a pessoa ofende gravemente o outro só pq o outro não fez o que ele queria ou na hora que ele queria. Quando tudo é muito desmedido, esse é o maior indicativo.
 
Expressando com Alessandra Paim - Como é feito o tratamento da vítima de haters?
 
Dra. Aline _ é feita através do acolhimento e da conscientização através do tempo que o grande culpado é o hater e não a própria vítima. O sentimento negativo é do hater e não dela, feito esse trabalho de resgate da conscientização o suporte para que o paciente continue vivendo e se fortaleça emocionalmente para enfrentar as desavenças do dia-a-dia. Ela é feita sessão após sessão. Nossa vida é cheia de desavenças e precisamos estar preparados para enfrentá-las.
 
Expressando com Alessandra Paim - Aline como é o comportamento de alguém que sofreu ataques virtuais?
 
Dra. Aline _ as vítimas elas acabam se mostrando mt inseguras, tristes e retraídas. Como se tivesse tirado o seu brilho, de fato foi tirado e aqui eu trabalho a segurança e a autoestima delas.
 
Expressando com Alessandra Paim - Você acha que todas as vítimas dos haters procuram ajuda?
 
Dra. Aline _ nem todas as vítimas procuram ajuda, infelizmente. Elas acabam se fechando e se anulando. Inclusive muitas se suicidam achando que não existe mais saída para tamanha tristeza.
 
Expressando com Alessandra Paim - Como fica a vida dessa pessoa pós-ataque?
 
Dra. Aline _ a vida após ataque fica cheia de traumas e interrogações também. Por isso é importantíssimo procurar ajuda com o profissional da psicologia para juntos resolverem essa situação.
 
Expressando com Alessandra Paim - Como podemos ajudar alguém que conhecemos a superar esse trauma?
 
Dra. Aline _ pra ajudar identificar o que houve, procurar um profissional da área da psicologia. A gente precisa identificar o que aconteceu para podemos ajudar, mas sempre com o profissional.
 
Expressando com Alessandra Paim - Como podemos identificar alguém que esteja passando por essa situação?
 
Dra. Aline _ uma pessoa que de repente muda de comportamento, que se fecha entristece, que não participa dos grupos sociais tanto virtuais quatos os grupos físicos. Se essa pessoa se isola, passa a ter crise de ansiedade, de insônia, perde o apetite ou aumenta o apetite. Enfim, uma pessoa que muda o seu comportamento, ela está dando indícios de que algo está errado, então vale a pena a investigação.
 
Expressando com Alessandra Paim - Qual o perfil que os Haters atacam?
 
Dra. Aline _ os haters não se preocupam muito com o perfil de suas vítimas. Eles simplesmente destilam o seu ódio. Mas o perfil que mais sofre com os ataques é aquele cujo a personalidade é mais retraída, mais fechada, mais insegura.
 
MENSAGEM
 
Vou terminar a entrevista dando um recado para os pais. Eu gostaria que os pais se aproximassem mais de seus filhos, que eles observassem e vissem o que seus filhos fazem, eu gostaria que eles se interessassem pela vida deles. Eu vejo muitos pais escondidos atrás dos celulares, se cobra muito que o filho saia do computador, do celular, mas esses pais também estão ficando em frente ao celular. Não que isso gera as atitudes dos haters, uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas ao mesmo tempo uma coisa leva a outra. Então aquela coisa da gente se aproximar é mto verdadeira de fazer um momento em família que os filhos possam estar com os pais. Muitos filhos acabam recorrendo ao mundo virtual para serem vistos já que em casa eles não vistos, os pais são distantes. E nessa fuga a Internet acaba sendo a terra de ninguém onde tudo acontece, onde tudo está desmedido, onde tudo é fácil e encantador e ao mesmo tempo onde tudo é mto cruel e desesperador. Nada se compara com uma boa instrução, uma boa conversa, uma boa regra. Percebam pais! como vocês estão agindo digitalmente e o que querem que os seus filhos façam também, vamos nos cuidar. Se identificou se o filho está sofrendo um Bullying, um Cyberbullying já que o assunto nos permiti falar isso tbm. Percebam se esse filho está mudando de comportamento, se eles estão retraídos, mais fechados, procurem um profissional da psicologia, marca uma consulta, tire suas dúvidas. Nós da saúde mental estamos sempre à disposição, Dra. Aline Smaniotto Martins - Psicóloga Gestalt Terapêuta.
 
REFERÊNCIAS DE PESQUISAS
 
Dra. Aline Smaniotto (@atitude.psicologia) • Fotos e vídeos do Instagram
 
Adriana Galvão | Facebook
 
Dra. Afrodite (@draadrianagalvao) • Fotos e vídeos do Instagram
 
(26) Canal Compacty - YouTube
 
Perseguição, stalking ou assédio por intrusão – Lei 14.132/21 - Jus.com.br | Jus Navigandi
 
Haters: o ódio na internet (psicologiasdobrasil.com.br)
 
Quando fãs viram haters | Educamídia (educamidia.org.br)
 
Haters, o exército invisível que dissemina ódio na internet e não poupa ninguém de seus ataques | Fantástico | G1 (globo.com).
 
Registros pelo crime de stalking crescem 19.600% em Mato Grosso do Sul - O Progresso
 
'Stalking': Perseguir na rede social ou fora dela agora é crime; reportagem do G1 MS ajudou na criação da lei | Mato Grosso do Sul | G1 (globo.com).
 
Em um mês, 66 vítimas denunciam crimes de stalking em MS (correiodoestado.com.br)
 
O que é stalking. E como a prática pode virar crime no Brasil (gazetadopovo.com.br)
 
Lei que criminaliza stalking é sancionada — Senado Notícias
 
Ministério Público de São Paulo mira em crimes de ódio contra jornalistas na Internet | Brasil | EL PAÍS Brasil (elpais.com).
 
Liberdade de Expressão nas Redes Sociais e o conflito do Hate Speech - Âmbito Jurídico - Educação jurídica gratuita e de qualidade (ambitojuridico.com.br)
 
Lei que criminaliza a perseguição deve prevenir formas mais graves de violência contra a mulher - Justiça em Foco (justicaemfoco.com.br)
 
O que é a Lei Stalking? | Politize!
 
Lei contra 'stalking' é sancionada; perseguição, digital ou física, pode levar a 3 anos de prisão | Tecnologia | G1 (globo.com).
 
Discurso de ódio – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org).
 
Cyberbullying: precisamos de novas leis para criminalizar e punir essa prática? - Canaltech
 
Após morte do filho, cantora Walkyria faz alerta: 'Vigiem. A internet está doente'; vídeo | Rio Grande do Norte | G1 (globo.com).
 
Significado de Haters (O que são, Conceito e Definição) - Significados
 
Hater (internet) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
 
Quem são os Haters e como lidar com eles | Mulheres da Pan (jovempan.com.br)
 
Haters: saiba tudo sobre os inimigos da internet - Notícias - R7 Tecnologia e Ciência
 
O que são haters na internet e como lidar com eles (falauniversidades.com.br)
 
Haters - Conceito, Definição e O que é Haters (significadosbr.com.br)
 
Redes sociais e a cultura dos haters: quais as causas de tanto ódio? - Unit Universidade Tiradentes, a melhor particular do Nordeste
 
Odiadores de plantão: a psicologia explica? (folhadolitoral.com.br)
 
Como Lidar Com Haters: Os 3 Passos Que Você Deve Seguir – Engrandece.com.
 
Especialista analisa o comportamento dos 'haters' na internet - Folha de Boa Vista (folhabv.com.br)
 
O terrível mundo dos comentários na internet | Super (abril.com.br)
 
Como lidar com haters (dicas para influenciadores) - Blog Influu
 
Aprenda o passo a passo de como denunciar crime virtual (ewinfo.com.br)
 
Delegacias Cibercrimes | SaferNet Brasil
 
Crimes na internet: quais são as leis para esses casos? (g7juridico.com.br)
 
O que é Crime Virtual? - Galvão & Silva Escritório de Advocacia (galvaoesilva.com).
 
 

*Jornalista - Jornalismo Independente

 

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