Moro inicia articulações no DF e defende teto de gastos
Horas após desembarcar na quarta-feira, 3, em Brasília para conversas com dirigentes partidários, Moro fez questão de marcar posição no debate do dia ao criticar a proposta do governo que rompe o teto de gastos públicos
04/11/2021
08:00
NAOM
© Getty
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro intensificou as articulações políticas em busca de aliados do chamado "centro expandido" para construir sua candidatura à sucessão do presidente Jair Bolsonaro. Horas após desembarcar na quarta-feira, 3, em Brasília para conversas com dirigentes partidários, Moro fez questão de marcar posição no debate do dia ao criticar a proposta do governo que rompe o teto de gastos públicos.
"Aumentar o Auxílio Brasil e o Bolsa Família é ótimo. Furar o teto de gastos, aumentar os juros e a inflação, dar calote em professores, tudo isso é péssimo. É preciso ter responsabilidade fiscal", afirmou o ex-juiz da Lava Jato em postagens nas redes sociais, numa referência à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que abre caminho para o Auxílio Brasil.
Moro vai se filiar ao Podemos no dia 10 e já tem confirmada a presença do governador de São Paulo, João Doria, presidenciável tucano. Outro pré-candidato que foi convidado e deve comparecer à cerimônia é o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
O ex-juiz conversou ontem com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) - que se destacou na CPI da Covid e também quer ser candidato ao Palácio do Planalto - e com dirigentes do PSL, partido que já anunciou a fusão com o DEM para formar o União Brasil.
A presença de Doria no ato de filiação de Moro não significa apoio à possível candidatura do ex-ministro. O governador de São Paulo precisa passar pelas prévias do PSDB, marcadas para o dia 21, que vão escolher quem o partido deseja ver na disputa à Presidência. Nesse embate, Doria enfrentará o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
A estratégia de Moro consiste em ampliar o arco de alianças. Seus interlocutores avaliam que ele está certo ao se reunir com outras forças políticas, além do Podemos, e entendem que esse é o melhor caminho para romper a polarização representada hoje por Bolsonaro e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
FORÇAS
"Se ele entrar na disputa, não será candidato apenas do Podemos", disse o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), aliado de Moro. "Nós esperamos ter uma união com várias outras forças e partidos para apoiá-lo", afirmou.
Para o deputado Júnior Bozzella (SP), que é vice-presidente do PSL, a provável candidatura de Moro leva vantagem no espectro da terceira via porque ele é conhecido nacionalmente. "Hoje, ele é o mais bem posicionado nesse campo", disse Bozzella. Para o deputado, além de ter projeção nacional "na mesma proporção que Lula e Bolsonaro", o ex-juiz ainda enfrentou os dois. "Prendeu o Lula, desempoderou o PT e não se curvou aos assédios morais do bolsonarismo."
O Supremo Tribunal Federal, porém, considerou Moro parcial na condução de caso envolvendo o petista. O resultado levou à anulação das decisões proferidas por ele contra Lula.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
***
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Relação de Fux com colegas da 1ª Turma do STF estava “insustentável”, avaliam ministros após voto divergente em julgamento de Bolsonaro
Leia Mais
Dracco desmantela grupo familiar de frigorífico que sonegou R$ 779 milhões em MS e PR
Leia Mais
Outubro Verde: mitos e verdades sobre a sífilis
Leia Mais
Roberto Hashioka solicita à Anatel melhorias no sinal de telefonia em Guassulândia
Municípios