Elencamos fatos que tiveram repercussão durante o período. Temer tornou-se presidente em exercício após Senado afastar Dilma.
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presidente em exercício Michel Temer - Divulgação |
O governo do presidente em exercício Michel Temer completa dez dias neste sábado (21).
Desde que o peemedebista assumiu a Presidência da República, uma série de fatos envolvendo a gestão dele gerou intensa repercussão na imprensa e nos meios político e econômico.
Temer assumiu o posto em 12 de maio, depois de o Senado afastar a presidente Dilma Rousseff, ao aprovar a continuidade a processo de impeachment que tramita na Casa.
Dilma Rousseff permanecerá afastada por até 180 dias. Enquanto isso, os senadores julgarão se ela cometeu ou não crime de responsabilidade. Caso o Senado não decida dentro desse prazo, Dilma retorna à Presidência mesmo com o processo ainda em tramitação.
Rememore abaixo alguns dos principais fatos dos dez dias iniciais do governo Temer.
Mulheres
Ao anunciar a nova equipe de governo, Temer não nomeou nenhuma mulher ministra, o que gerou críticas de movimentos sociais. Dilma chegou a dizer o novo governo tem “problema de representatividade”. A fim de se aproximar as mulheres, Temer comandou na quinta (19), no Planalto, uma reunião com 20 deputadas. Além disso, nomeou a economista Maria Silvia Bastos presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a professora Flavia Piovesan, secretária de Direitos Humanos.
Presidente da Petrobras
Cultura
Nova equipe econômica
Temer trocou a equipe econômica do governo, e o mercado recebeu bem as mudanças. Foram anunciados os novos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero Jucá. Além disso, Meirelles indicou para a presidência do Banco Central o economista-chefe do banco Itaú, Ilan Goldfajn. Conforme disseram economistas ouvidos pelo G1, eles terão como principais desafios tirar o país da maior recessão da história e reequilibrar as contas públicas.
Relações diplomáticas
Primeiro ministro das Relações Exteriores não diplomata desde 2002, o novo chefe do Itamaraty, José Serra (PSDB), determinou, ao assumir o cargo, a divulgação de notas à imprensa pela assessoria do ministério a fim de dizer que entidades e líderes internacionais contrários ao impeachment divulgam “falsidades” sobre o Brasil. A medida adotada por Serra gerou críticas públicas da presidente afastada Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula dfa Silva. Ao tomar posse como ministro, Serra afirmou que o Itamaraty não representará interesse partidário.
Meta fiscal
Nesta sexta (20), os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Romero Jucá (Planejamento) anunciaram que o governo enviará ao Congresso a nova previsão de meta fiscal para este ano, com projeção de déficit de R$ 170,5 bilhões. Desde os últimos dias, Jucá vinha dizendo que o governo Dilma havia “maquiado” os números, porque a previsão anterior era de R$ 96,6 bilhões.
Recuo de ministros
Os primeiros dias do novo governo também foram marcados por recuos de ministros em relação a declarações que deram. Alexandre de Moraes (Justiça e Cidadania), por exemplo, disse ao jornal “Folha de S.Paulo” que iria sugerir a Temer uma alteração na regra de escolha do procurador-geral da República. Horas depois, Temer disse, por meio da assessoria, que manterá o atual modelo de escolha, por lista tríplice apresentada pelos procuradores. Além de Moraes, o ministro Ricardo Barros (Saúde) disse, também à “Folha”, que o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa ser “repactuado”. Depois, foi a público para afirmar que o SUS é um direito dos cidadãos e que não havia dito que o sistema precisa ser revisto.
Líder do governo e apoio do 'Centrão'
Com a formação do novo governo, Temer recebeu o apoio de partidos que faziam oposição a Dilma, como PSDB, DEM e PPS, e de legendas dissidentes da base aliada da petista, como PSD, PP e PR. O presidente em exercício, então, passou a contar com o apoio do chamado “Centrão”, uma vez que os partidos já haviam formado os blocos no ano passado. Como parte das negociações, os deputados do grupo levaram a Temer, como indicação para a liderança do governo na Câmara, o nome do deputado André Moura (PSC-SE), um dos principais aliados do presidente afastado da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Temer o nomeou para a função. No último dia 5, o Ministério Público pediu ao STF para investigar André Moura em um inquérito que apura denúncias de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção contra o que a PGR chama de "organização criminosa" que atuava para desviar dinheiro da Petrobras.
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Do G1, em Brasília
Por: Filipe Matoso
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