Campo Grande (MS), Sábado, 03 de Maio de 2025

Governo Temer completa dez dias; relembre os principais episódios

21/05/2016

20:00

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Elencamos fatos que tiveram repercussão durante o período. Temer tornou-se presidente em exercício após Senado afastar Dilma.

presidente em exercício Michel Temer - Divulgação

O governo do presidente em exercício Michel Temer completa dez dias neste sábado (21).

Desde que o peemedebista assumiu a Presidência da República, uma série de fatos envolvendo a gestão dele gerou intensa repercussão na imprensa e nos meios político e econômico.

Temer assumiu o posto em 12 de maio, depois de o Senado afastar a presidente Dilma Rousseff, ao aprovar a continuidade a processo de impeachment que tramita na Casa.

Dilma Rousseff permanecerá afastada por até 180 dias. Enquanto isso, os senadores julgarão se ela cometeu ou não crime de responsabilidade. Caso o Senado não decida dentro desse prazo, Dilma retorna à Presidência mesmo com o processo ainda em tramitação.

Rememore abaixo alguns dos principais fatos dos dez dias iniciais do governo Temer.

Mulheres

Ao anunciar a nova equipe de governo, Temer não nomeou nenhuma mulher ministra, o que gerou críticas de movimentos sociais. Dilma chegou a dizer o novo governo tem “problema de representatividade”. A fim de se aproximar as mulheres, Temer comandou na quinta (19), no Planalto, uma reunião com 20 deputadas. Além disso, nomeou a economista Maria Silvia Bastos presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a professora Flavia Piovesan, secretária de Direitos Humanos.

Presidente da Petrobras

Temer também aproveitou a primeira semana no Planalto para anunciar que o ministro da Casa Civil do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Pedro Parente, foi indicado para a presidência da Petrobras, o que fez com que as ações da empresa subissem. Embora o nome de Parente ainda tenha de ser aprovado pelo Conselho de Administração, o engenheiro já prometeu que não haverá indicação política para as diretorias da estatal.

Cultura

Como presidente em exercício, Temer unificou ministérios em razão do que chamou de “forte pressão” da sociedade pela redução de gastos do governo. Entre as pastas atingidas, está o Ministério da Cultura, transformado em uma secretaria especial subordinada ao Ministério da Educação. Parte dos artistas criticaram a medida, mas o novo ministro, Mendonça Filho (DEM), disse que o orçamento para cultura em 2017 terá “crescimento real”.

Nova equipe econômica

Temer trocou a equipe econômica do governo, e o mercado recebeu bem as mudanças. Foram anunciados os novos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero Jucá. Além disso, Meirelles indicou para a presidência do Banco Central o economista-chefe do banco Itaú, Ilan Goldfajn. Conforme disseram economistas ouvidos pelo G1, eles terão como principais desafios tirar o país da maior recessão da história e reequilibrar as contas públicas.

Relações diplomáticas

Primeiro ministro das Relações Exteriores não diplomata desde 2002, o novo chefe do Itamaraty, José Serra (PSDB), determinou, ao assumir o cargo, a divulgação de notas à imprensa pela assessoria do ministério a fim de dizer que entidades e líderes internacionais contrários ao impeachment divulgam “falsidades” sobre o Brasil. A medida adotada por Serra gerou críticas públicas da presidente afastada Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula dfa Silva. Ao tomar posse como ministro, Serra afirmou que o Itamaraty não representará interesse partidário.

Meta fiscal

Nesta sexta (20), os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Romero Jucá (Planejamento) anunciaram que o governo enviará ao Congresso a nova previsão de meta fiscal para este ano, com projeção de déficit de R$ 170,5 bilhões. Desde os últimos dias, Jucá vinha dizendo que o governo Dilma havia “maquiado” os números, porque a previsão anterior era de R$ 96,6 bilhões.

Recuo de ministros

Os primeiros dias do novo governo também foram marcados por recuos de ministros em relação a declarações que deram. Alexandre de Moraes (Justiça e Cidadania), por exemplo, disse ao jornal “Folha de S.Paulo” que iria sugerir a Temer uma alteração na regra de escolha do procurador-geral da República. Horas depois, Temer disse, por meio da assessoria, que manterá o atual modelo de escolha, por lista tríplice apresentada pelos procuradores. Além de Moraes, o ministro Ricardo Barros (Saúde) disse, também à “Folha”, que o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa ser “repactuado”. Depois, foi a público para afirmar que o SUS é um direito dos cidadãos e que não havia dito que o sistema precisa ser revisto.

Líder do governo e apoio do 'Centrão'

Com a formação do novo governo, Temer recebeu o apoio de partidos que faziam oposição a Dilma, como PSDB, DEM e PPS, e de legendas dissidentes da base aliada da petista, como PSD, PP e PR. O presidente em exercício, então, passou a contar com o apoio do chamado “Centrão”, uma vez que os partidos já haviam formado os blocos no ano passado. Como parte das negociações, os deputados do grupo levaram a Temer, como indicação para a liderança do governo na Câmara, o nome do deputado André Moura (PSC-SE), um dos principais aliados do presidente afastado da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Temer o nomeou para a função. No último dia 5, o Ministério Público pediu ao STF para investigar André Moura em um inquérito que apura denúncias de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção contra o que a PGR chama de "organização criminosa" que atuava para desviar dinheiro da Petrobras.

Minha Casa, Minha Vida

Na última terça (17), o novo ministro das Cidades, Bruno de Araújo (PSDB), barrou a construção de 11.250 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida ao revogar duas portarias que haviam sido assinadas pelo governo Dilma, que permitiam a construção das moradias por meio da modalidade "entidades", por meio da qual os movimentos sociais erguem as residências.

Bolsa Família

Ao assumir como chefe do novo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra (PMDB) afirmou ao G1 no último dia 12, que o reajuste proposto por Dilma aos beneficiários do programa Bolsa Família será mantido. Segundo ele, o Executivo federal vai "arrumar dinheiro de algum lugar" para bancar o aumento médio de 9%.



Do G1, em Brasília
Por: Filipe Matoso




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