Meio Ambiente / Turismo
Turismo sustentável no Pantanal atrai atenção de Janja e pode inspirar políticas públicas nacionais
Em visita ao Instituto Tamanduá, primeira-dama defendeu diálogo entre ciência e governo para fortalecer ecoturismo e preservação ambiental no bioma
08/10/2025
14:50
CGN
DA REDAÇÃO
A primeira-dama, Janja Lula, no Instituto Tamanduá. (Foto: Osmar Veiga)
Cumprindo agenda em Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (8), a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, Janja, demonstrou forte interesse pelo turismo sustentável no Pantanal durante encontro com pesquisadoras e cientistas de instituições que atuam na conservação da biodiversidade pantaneira.
A visita, realizada no Instituto Tamanduá, em Campo Grande, contou também com a presença das ministras Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), e integrou a série de ações preparatórias para a COP30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA).
Durante o encontro, Janja e as ministras ouviram relatos e propostas de pesquisadoras de projetos reconhecidos como Ariranha, Arara Azul e Anta Urbana, que conciliam preservação ambiental, protagonismo feminino e geração de renda local.
A presidente do Projeto Ariranhas, Caroline Leuchtenberger, destacou a importância da aproximação entre ciência e gestão pública.
“Foi muito importante reunir quem está na conservação com quem decide as políticas públicas. É um momento raro de escuta mútua. As quatro instituições apresentaram cenários complementares, o que deu uma visão ampla da situação do Pantanal”, afirmou.
Segundo Caroline, o tema do turismo sustentável despertou especial interesse da comitiva.
“Falamos muito sobre turismo e senti que isso despertou interesse real. Espero que vá para a mesa de discussões e resulte em políticas voltadas a um turismo mais responsável, antes que percamos o controle da situação”, completou.
A coordenadora do Instituto Tamanduá, Flávia Miranda, explicou que a visita integra o ciclo de escutas regionais da COP30, voltado a compreender a relação entre gênero, direitos humanos, igualdade racial e clima.
“É a primeira COP do mundo com esse olhar sobre gênero e periferia. As três representantes — Denise Dora, Juliana Bernec e a primeira-dama Janja — estão percorrendo todos os biomas para entender como a questão climática se conecta a esses temas”, disse.
Flávia também lembrou o papel das cientistas brasileiras na defesa ambiental:
“Falamos das nossas ‘Janes’ brasileiras — mulheres que lideram a conservação no Pantanal, em homenagem à memória de Jane Goodall.”
A pesquisadora Luciana Leite, da Environmental Justice Foundation, reforçou que o evento representou um diálogo inédito entre diferentes frentes de pesquisa e formulação de políticas públicas.
“Muito se fala em clima, mas pouco se fala na vida que ele sustenta. O Instituto Tamanduá atua há 20 anos em todos os biomas, com foco no Pantanal, e essa visita fortalece a construção de políticas baseadas em ciência”, observou.
No período da tarde, Janja participou da reunião do projeto Vozes dos Biomas, que integra a programação oficial da COP30.
O projeto, conduzido por Janja Lula da Silva (mulheres e igualdade racial), Jurema Werneck (direitos humanos) e Denise Dora (transição justa), tem como objetivo ouvir populações locais e lideranças regionais para construir propostas de transição climática justa, com equidade racial e protagonismo feminino.
A etapa dedicada ao bioma Pantanal foi realizada no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). As conclusões das escutas serão compiladas em cartas com propostas práticas, que serão entregues à Presidência da COP30, consolidando a voz dos territórios brasileiros na agenda climática global.
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