Campo Grande (MS), Quarta-feira, 08 de Outubro de 2025

Política Internacional

Brasileiro é condenado a 14 anos de prisão por tentar assassinar Cristina Kirchner na Argentina

Fernando Sabag Montiel foi sentenciado a dez anos por tentativa de homicídio e outros quatro por crimes anteriores; arma falhou durante o atentado em 2022

08/10/2025

12:00

DA REDAÇÃO

O brasileiro Fernando Sabag Montiel comparece a tribunal em Buenos Aires, na Argentina, para ouvir sua sentença no julgamento pelo atentado contra Cristina Kirchner

O brasileiro Fernando Sabag Montiel, de 38 anos, foi condenado nesta quarta-feira (8) a dez anos de prisão por tentar matar a então vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, em 2022, em Buenos Aires.
A pena foi somada a outra condenação de quatro anos e três meses por posse e distribuição de material de abuso sexual infantil, resultando em uma sentença total de 14 anos de prisão.

Tentativa de assassinato e prisão imediata

O atentado ocorreu em 1º de setembro de 2022, quando Cristina Kirchner acenava para apoiadores em frente à sua casa, no bairro da Recoleta, região central da capital argentina.
Sabag Montiel aproximou-se da ex-presidente e apontou uma pistola Bersa calibre .32 (7,65 mm) contra a cabeça dela, a poucos centímetros de distância, mas a arma falhou no momento do disparo.

A Polícia Federal argentina agiu rapidamente e deteve o brasileiro ainda no local, impedindo que o ataque tivesse um desfecho trágico. Cristina não foi ferida e continuou cumprimentando apoiadores logo após a tentativa de assassinato.

Sentença e julgamento

Durante o julgamento, o tribunal rejeitou o pedido da defesa para considerar Sabag Montiel inimputável.
A juíza também condenou sua ex-namorada, Brenda Uliarte (26), a oito anos de prisão, por ser considerada “participante necessária” no atentado, enquanto Nicolás Carrizo, apontado como cúmplice, foi absolvido.

De acordo com o jornal argentino La Nación, Montiel fez um discurso confuso durante a audiência, comparando-se ao ex-procurador Alberto Nisman, encontrado morto em 2015 após denunciar a própria Cristina Kirchner.

“Esse caso foi fabricado. Plantaram uma arma. Cristina Kirchner vem usando isso, assim como fez com o promotor Alberto Nisman”, declarou Montiel ao tribunal.

Perfil e antecedentes

Nascido no Brasil em 1987, filho de mãe argentina e pai chileno, Sabag Montiel vive na Argentina desde o início dos anos 1990. Segundo a imprensa local, ele já havia sido advertido em 2021 por porte ilegal de arma branca, quando foi flagrado com uma faca de 35 centímetros e alegou que era para “defesa pessoal”.

Investigadores argentinos afirmam que o brasileiro possuía tatuagens com símbolos nazistas e se apresentava nas redes sociais como Fernando “Salim” Montiel, demonstrando afinidade com grupos radicais e discursos de ódio.
O portal Infobae relatou que vizinhos o descreviam como “inconstante e propenso a dizer tolices”, além de frequentar locais onde músicos famosos se hospedavam, comportamento considerado excêntrico e imprevisível.

Repercussão e contexto político

O atentado contra Cristina Kirchner — uma das figuras mais influentes da política argentina — chocou o país e gerou forte comoção internacional.
Na época, o episódio foi interpretado como um marco de radicalização política e motivou mudanças nos protocolos de segurança para autoridades argentinas.

Cristina, que hoje cumpre prisão domiciliar por condenações relacionadas a corrupção, não se pronunciou oficialmente após a leitura da sentença.

Fernando Andrés Sabag Montiel, em imagem de antes do atentado — Foto: Reprodução/Redes Sociais


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