Campo Grande (MS), Sábado, 09 de Agosto de 2025

Economia / Política Internacional

Tarifas de Trump contra o Brasil são “mais latido do que mordida”, avalia The Economist

Revista britânica aponta que apenas 13% das exportações brasileiras estão expostas às medidas, enquanto China ganha peso no comércio nacional

09/08/2025

09:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

As tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros são “mais latido do que mordida”, segundo avaliação publicada nesta sexta-feira (8) pela revista britânica The Economist.

A publicação afirma que, embora o tom do anúncio seja duro e o percentual da tarifa — 50% — seja elevado, o impacto econômico real sobre o Brasil deve ser limitado. A análise indica que a medida tem caráter mais político do que econômico, motivada pelo processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.

“O caso do Brasil é o exemplo mais claro até o momento de Trump usando o comércio como instrumento para interferir nos assuntos de outro país”, destaca a reportagem.

Isenções e setores afetados

A The Economist ressalta que quase 700 produtos brasileiros foram isentos da tarifa, entre eles aviões, petróleo, celulose e suco de laranja. Setores como café, carne e frutas, porém, continuam sujeitos à alíquota máxima.

Mesmo assim, o efeito econômico tende a ser moderado. Hoje, apenas 13% das exportações brasileiras têm como destino os EUA, contra 25% há duas décadas. No mesmo período, as vendas para a China aumentaram seis vezes, alcançando 28% do total exportado pelo país.

Postura de Lula e risco de escalada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu afirmando que o Brasil não será “tutelado” nem “humilhado por um imperador”, mas manteve a diplomacia, articulando isenções por meio de empresas brasileiras e parceiras norte-americanas.

A revista avalia que Lula pode até se beneficiar politicamente do confronto com Trump, desde que evite transformá-lo em uma crise maior. O risco, segundo a publicação, está na possibilidade de uma guerra comercial caso o Brasil leve a discussão para o BRICS, grupo que já foi chamado por Trump de “antiamericano”.


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