Campo Grande (MS), Quarta-feira, 02 de Julho de 2025

Agronegócio / Comércio Exterior

China condiciona retomada total da importação de frango do Brasil à resposta de questionário técnico

Após reconhecimento sanitário internacional, governo brasileiro aguarda documento chinês para retomar embarques suspensos por caso de gripe aviária no RS

02/07/2025

08:00

DA REDAÇÃO

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A retomada integral das exportações de frango brasileiro à China — principal mercado comprador da proteína nacional — depende agora do envio e da análise de um questionário técnico solicitado por Pequim. A medida foi comunicada pela Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) ao governo brasileiro, que desde junho busca a suspensão do embargo imposto após um caso de gripe aviária detectado em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.

Brasil já teve status sanitário reconhecido pela OMSA

O governo brasileiro emitiu, em 20 de junho, sua autodeclaração de país livre de gripe aviária. A declaração foi oficialmente publicada pela OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) no dia 26 de junho, reforçando a posição sanitária do país no cenário internacional.

Apesar disso, os países importadores têm autonomia para definir restrições comerciais, com base em seus próprios protocolos de segurança sanitária.

China exige nova etapa técnica para análise

A China, que responde por 10% das exportações anuais de carne de frango do Brasil, sinalizou que só irá considerar a suspensão do embargo após analisar um questionário técnico, que ainda será enviado ao Brasil.

Esse tipo de questionário, segundo os chineses, normalmente só é emitido três meses após o último foco da doença. No entanto, em razão da confiança bilateral, Pequim se comprometeu a enviar o documento de forma antecipada, com possibilidade de emissão ainda nesta semana.

A medida não estava prevista nas diretrizes iniciais fornecidas pelo GACC ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o que exigiu nova rodada de tratativas com apoio do Itamaraty.

Protocolo regionalizado pode ser mantido

Mesmo com o embargo parcial, a maior parte do território brasileiro segue habilitada a exportar para a China, conforme um protocolo regionalizado aceito por Pequim. A estratégia é semelhante à utilizada em 2024, quando o país asiático restringiu temporariamente as compras de frango devido à Doença de Newcastle, também registrada no Rio Grande do Sul.

Após negociação diplomática, a suspensão foi limitada apenas aos lotes da região afetada, mantendo-se o fluxo de exportações das demais áreas.

Próximos passos

Com a emissão do questionário chinês prevista para os próximos dias, o governo brasileiro deve agilizar a resposta técnica com informações detalhadas sobre:

  • Controle sanitário nas granjas comerciais

  • Medidas de contenção e erradicação da gripe aviária

  • Monitoramento e vigilância epidemiológica

A expectativa é que a confiança consolidada entre os dois países e a resposta ágil do Brasil contribuam para o restabelecimento integral das exportações de carne de frango.


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