Política / Justiça
‘Congresso Inimigo do Povo’ viraliza nas redes após derrubada de vetos e aumento de gastos
Parlamentares do centrão, direita e extrema-direita são alvo de críticas por aumentos no Fundo Partidário, impactos na conta de luz e pressão sobre o governo Lula
19/06/2025
10:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A decisão do Congresso Nacional de derrubar vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou uma enxurrada de críticas nas redes sociais. A hashtag “Congresso Inimigo do Povo” se tornou um dos assuntos mais comentados do país, refletindo a indignação popular contra deputados e senadores — especialmente do centrão, direita e extrema-direita —, acusados de impor medidas que aumentam os gastos públicos e impactam diretamente o bolso da população.
Entre os vetos derrubados, estão aqueles que impediam aumentos no Fundo Partidário, a isenção fiscal para fundos de investimento e pontos que impactam diretamente na alta da conta de luz, devido à aprovação de benefícios para o setor elétrico.
O Congresso retomou trechos do projeto de energia offshore (eólicas no mar) que haviam sido vetados por Lula. A decisão inclui subsídios para pequenas centrais elétricas e projetos de geração eólica no Rio Grande do Sul, o que, segundo especialistas, pode gerar um aumento de até 3% na conta de luz da população, transferindo o custo dos incentivos para os consumidores.
Além disso, foi derrubado o veto que limitava o reajuste do Fundo Partidário, que agora terá um aumento de R$ 164,8 milhões, com atualização pela inflação acumulada desde 2016, ampliando o repasse de dinheiro público aos partidos.
Os nomes dos parlamentares Nikolas Ferreira (PL-MG), Hugo Motta (Republicanos-PB) — presidente da Comissão Mista de Orçamento —, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) dominaram as menções negativas nas redes sociais.
Entre os comentários no X (antigo Twitter), destacam-se:
“Já avisou todo mundo nos grupos da família que a conta de luz vai às alturas graças ao Centrão e à extrema direita?”
“Depois de cobrarem cortes no governo, eles próprios aumentam os gastos e ainda encarecem nossa energia. O povo paga a conta!”
“Hugo Motta defende cortes, mas vota para acumular aposentadoria com salário de deputado. Quem paga? Nós, claro.”
Veja alguns dos principais pontos que o Congresso Nacional restabeleceu:
🔸 Aumento do Fundo Partidário: R$ 164,8 milhões a mais, com correção inflacionária desde 2016.
🔸 Marco da Energia Offshore: Subsídios que podem gerar impacto de até R$ 197 bilhões nas tarifas de energia, segundo especialistas.
🔸 Isenção para fundos FIIs e Fiagros: Livres de novos tributos sobre consumo.
🔸 Revisão de Benefícios Sociais: Derrubado veto que dispensava reavaliação do BPC (Benefício de Prestação Continuada).
🔸 Bioinsumos e Autocontrole Agropecuário: Restabelecida isenção de registro para bioinsumos.
🔸 Licenciamento para Atividades Espaciais: Congresso impôs prazo máximo para autorizações ambientais.
🔸 Pesquisas com Seres Humanos: Restabelecidas regras envolvendo povos indígenas e fornecimento de medicamentos experimentais.
🔸 Indenização às vítimas do Zika: Projeto garante pensão e indenização.
🔸 Diretrizes Orçamentárias 2025: Retomados oito trechos vetados, ampliando despesas.
A derrubada dos vetos foi vista como uma afronta direta ao Palácio do Planalto, que buscava conter gastos e evitar que medidas impopulares recaíssem sobre a população. Mesmo com articulações, o governo cedeu em parte das negociações, especialmente com a bancada do agronegócio, mas não conseguiu impedir decisões consideradas prejudiciais à sua estratégia fiscal.
A repercussão negativa amplia a pressão sobre a relação entre Executivo e Legislativo, evidenciando o poder do Congresso em impor sua pauta, muitas vezes em detrimento dos interesses populares.
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