Política / Justiça
Áudio revela policial da PF articulando prisão de ministros e criticando Bolsonaro: “Deu para trás”
Agente é acusado de integrar grupo golpista pronto para usar força letal e proteger ex-presidente
14/05/2025
23:15
DA REDAÇÃO
Policial federal Wladimir Matos Soares, de 53 anos, preso por planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Uma perícia da Polícia Federal em aparelhos eletrônicos do agente Wladimir Soares — preso preventivamente e denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) — revelou áudios explosivos em que o policial menciona a formação de um grupo armado preparado para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e usar força letal, caso recebesse ordem do então presidente Jair Bolsonaro.
“A gente ia empurrar meio mundo de gente, matar meio mundo de gente. Não ia estar nem aí”, afirma Wladimir em um dos áudios analisados.
Além da disposição para o confronto armado, o agente federal lamenta a ausência de uma ordem direta de Bolsonaro para executar o plano. “Esperávamos só o ok do presidente. Só que o presidente deu para trás”, disse.
Segundo a PF, o agente confessou em mensagens de voz que fazia parte de uma “equipe de operações especiais” pronta para agir com alto poder de fogo. O objetivo seria defender Bolsonaro e prender ministros do STF, com foco em Alexandre de Moraes.
“Eu ia estar na equipe, ia botar pra f*** nesse f***”, diz Wladimir, referindo-se a Moraes.
A PF classifica o grupo como uma organização criminosa que visava abolir violentamente o Estado Democrático de Direito em 2022, na tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Nos áudios, Wladimir expressa frustração com Bolsonaro, afirmando que faltou liderança e que o ex-presidente “fugiu” do embate final. Ele também acusa generais do Exército de “traição” e de terem sido “comprados pelo PT” para não apoiar a tentativa de golpe.
“O Bolsonaro foi traído. Ele não teve general, faltou pulso para seguir com coronéis. O Exército tirou o apoio no último minuto”, disse em tom de desabafo.
Wladimir relata ter chorado ao ver a posse de Lula e afirma que outros aliados do golpe também ficaram desolados. “Minha vontade era chorar, meu estômago embrulhado.”
As gravações indicam que o agente mantinha diálogo com outros membros da Polícia Federal, incluindo delegados. Em uma conversa, um delegado responde positivamente à ideia de participar da prisão de ministros:
“Grande Wladimir! Estaremos eu e você.”
A PGR também aponta que Wladimir compartilhava informações estratégicas de segurança sobre Lula com aliados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçando sua participação nos bastidores da trama golpista.
A Polícia Federal já encaminhou as novas provas ao Supremo Tribunal Federal, onde o ministro Alexandre de Moraes é o relator da ação penal. Wladimir Soares já foi denunciado formalmente pela PGR e deverá responder por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, incitação à violência e ameaça às instituições democráticas.
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