Campo Grande (MS), Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2025

MUNDO

Trump ameaça Putin por fim da Guerra da Ucrânia e rejeita sanções adicionais

Presidente dos EUA declara intenção de impor sanções severas caso Rússia não negocie término do conflito

22/01/2025

16:30

NAOM

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou pela primeira vez elevar o nível de sanções à Rússia e seus parceiros comerciais caso seu colega Vladimir Putin não aceite negociar o fim da Guerra da Ucrânia. Em uma postagem na rede Truth Social, Trump afirmou que faria "um grande FAVOR" a Putin, destacando a necessidade de cessar o conflito.

Declaração na Truth Social

Após declarar que sempre teve "um relacionamento muito bom" com o russo e mencionar uma aliança durante a Segunda Guerra Mundial, Trump escreveu em maiúsculas: “PARE essa guerra ridícula. SÓ VAI FICAR PIOR. Se nós não fizermos um acordo, e rápido, eu não terei outra escolha senão colocar altos níveis de taxas, tarifas e sanções em qualquer coisa que seja vendida pela Rússia aos Estados Unidos e vários outros países participantes.”

Ele também elogiou os russos e afirmou ter "mais que dobrado por conta própria o número de soviéticos mortos na Segunda Guerra", alegando que foram 60 milhões, o que contradiz os registros históricos que indicam que a União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de civis e militares entre 1941 e 1945.

Impacto das Ameaças

Do ponto de vista exclusivamente americano, a ameaça de Trump é considerada nula. O comércio com a Rússia nunca foi muito significativo, e as sanções draconianas aplicadas pelo Ocidente após a invasão da Ucrânia em 2022 reduziram ainda mais esses laços. Em 2021, a corrente comercial entre os países era de US$ 35 bilhões, caindo para apenas US$ 3,2 bilhões em 2024, com a maior parte das importações dos Estados Unidos consistindo em combustível nuclear para usinas e fertilizantes.

Reações e Perspectivas

Analistas observam que as "vários outros países participantes" mencionadas por Trump geram dúvidas sobre a real intenção por trás das ameaças. A China, por exemplo, é a maior parceira comercial tanto dos russos quanto dos americanos. Em 2024, a China bateu recordes históricos nos negócios com Moscou, embora compre mais do que venda, ajudando a manter viva a indústria de petróleo e gás de Putin.

Interligação Econômica

Os Estados Unidos representam cerca de um terço do superávit recorde de exportações da China, totalizando quase US$ 1 trilhão. Dada a interligação entre as duas economias, é incerto se Trump fará algo além das já duras sanções existentes. Putin e Xi Jinping, o líder chinês, conversaram por videoconferência após a posse de Trump, reafirmando os termos de sua parceria estratégica.

Nos últimos anos, o governo de Joe Biden ampliou o número de petroleiros que transportam produtos russos sob sanções, uma tentativa de impedir o comércio de hidrocarbonetos de Moscou. Muitos desses petroleiros utilizam bandeiras de outros países para escapar de fiscalização, o que pode afetar o Brasil, um dos maiores consumidores de óleo diesel russo devido às boas relações tanto de Jair Bolsonaro (PL) quanto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Putin.

Declarações Políticas

Politicamente, Trump declarou seu desprezo público pelo Brasil, afirmando que o país precisa mais dos Estados Unidos do que vice-versa e até desconheceu a iniciativa sino-brasileira pela paz na Ucrânia. Trump também ressaltou que os americanos são os segundos maiores parceiros comerciais dos brasileiros, após Pequim.

Efeitos nas Relações Internacionais

Outros países do BRICS, o bloco integrado por Rússia, China, Brasil, Índia e outros, teoricamente também podem ser alvos das novas sanções. Contudo, as atuais sanções econômicas já fazem com que empresas de alguns desses países não alinhados aos Estados Unidos se afastem de negócios com os russos.

Táticas de Pressão

Até o momento, as ameaças de Trump são vistas como táticas de pressão sem ações concretas. Ele já indicou que deseja se encontrar com Putin o mais rapidamente possível, e o Kremlin afirmou estar aberto ao diálogo. Trump tem adotado uma postura mais agressiva, o que eleva a desconfiança em Moscou quanto à confiabilidade do presidente.

Conclusão

A abordagem de Trump visa pressionar Putin para que este aceite concessões na Ucrânia, mas a eficácia dessas ameaças permanece incerta. Enquanto o comércio entre Estados Unidos e Rússia continua limitado, a interdependência econômica com outros países como a China complexifica ainda mais o cenário internacional. A comunidade global observa atentamente os próximos passos do presidente Trump na tentativa de encerrar o conflito na Ucrânia.


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