ENTREVISTA
Empoderamento - Divas Moto Clube Completa 10 Anos em 2025
Conta Sua História e Projetos Futuros
11/12/2024
16:00
ALESSANDRA PAIM
©DIVULGAÇÃO
O Divas Moto Clube completa 10 anos em 2025, tendo sido fundado em setembro de 2015 com o propósito de unir mulheres que têm amor por motos e estradas. Atualmente, o Divas Moto Clube está presente em 3 Estados: MS, Goiás e Alagoas, e é composto por 14 integrantes. Em entrevista com uma das fundadoras, Ana Rúbia, conta que, apesar da vida corriqueira de cada uma—trabalhar, estudar e cuidar da casa e da família—não impede de viver seu hobby, pilotando motos e viajando para vários lugares. Dessa forma, contam suas próprias histórias e vivenciam momentos marcantes. Além de pegar estrada mundo afora, o Divas Moto Clube organiza e participa junto com outros motoclubes de projetos sociais. Para o aniversário de 10 anos, o Divas vai comemorar em grande estilo com um evento que reunirá vários motoclubes dentro e fora do Estado e promoverá ações sociais em prol das pessoas mais carentes. Segundo Ana Rúbia, para esse evento estão definindo se a entrada será 01 litro de leite ou 01 brinquedo para doar para as crianças. Para maiores informações de como fazer parte do Divas Moto Clube, basta acessar o Instagram @divasmotoclube. Segue a entrevista completa:
Ana Rúbia: O Divas Moto Clube é uma associação de motociclistas sem fins lucrativos que une mulheres com a mesma paixão: pegar a estrada com suas motos.
Ana Rúbia: O intuito do motoclube, desde o início da fundação, foi incentivar as mulheres a pilotarem suas motos e pegarem estrada. A gente desafia os estereótipos e conquista cada quilômetro com coragem.
Ana Rúbia: Precisa ser mulher e ter uma moto, sem restrição de marca, mas que seja acima de 125 cc por conta da estrada. Ter CNH Categoria A e gostar de viajar.
Ana Rúbia: Atualmente, é composto por 14 mulheres: 10 de Campo Grande, 02 em Dourados, 01 em Goiás e 01 no Estado de Alagoas.
Ana Rúbia: Os fundadores são Ana Rúbia e Elisângela S. Lopes.
Ana Rúbia: O Moto Clube Divas sempre está participando de ações sociais, tanto ações independentes que o próprio moto clube realiza quanto ações sociais com outros motoclubes. Realizamos ações solidárias, eventos com arrecadação de alimentos, brinquedos, leite em prol das pessoas que necessitam de ajuda. Essas doações geralmente são destinadas a centros de atendimento para essas pessoas. Estamos sempre participando desses eventos de ações sociais.
Ana Rúbia: Todos os momentos para nós do moto clube são importantes, cada viagem, cada rolê tem algo diferente para deixar aquela viagem marcada. Mas um dos nossos momentos que marcaram para nós foi o nosso 4° Aniversário que foi em 2019. Nesse evento, esperávamos cerca de 300 a 400 pessoas, mas foi contabilizada cerca de 800 mil pessoas. Foi um evento gigantesco realizado aqui em Campo Grande com várias bandas, premiações, sorteios de brindes e arrecadamos centenas de litros de leite. Foi maravilhoso e doamos para uma creche, um centro de atendimento na Vila Jacy para as crianças carentes. Outro momento marcante foi quando conseguimos a nossa sede, embora hoje não tenhamos mais uma. Esse momento foi muito marcante para nós porque foi resultado de anos de trabalho. Fizemos várias viagens grandes: Serra do Rio do Rastro, Serra da Serpente, Serra da Graciosa, Curuguaty no Paraguai, Goiás Velho, Brasília, litoral de São Paulo, Angra dos Reis. Fizemos várias viagens e são momentos marcantes em cada local que passamos.
Ana Rúbia: Somos uma associação sem fins lucrativos e o moto clube é mantido por meio de mensalidades que são pagas pelas próprias integrantes. Esses valores são revertidos em ações para o próprio motoclube. Realizamos ações sociais, reuniões para as integrantes, aniversariantes do mês ganham presentes. As mensalidades são revertidas para ações dentro do motoclube.
Ana Rúbia: Nosso sonho é ter nossa sede novamente. Por questões logísticas, financeiras e de organização, tivemos que desfazer da nossa sede e foi um momento muito doloroso.
Ana Rúbia: O Moto Clube está sempre em constante aprendizado e lidamos com pessoas o tempo todo. Sempre precisamos melhorar a organização do motoclube dia após dia, rever porque a nossa base é o estatuto e um regimento interno. Estamos em constante revisão disso porque uma regra que era aplicada, regra de organização e de boa convivência dentro do motoclube e fora também, pode mudar. Toda mudança e organização serão necessárias.
Ana Rúbia: Estamos nos preparando para 2025 porque faremos 10 anos de Motoclube. 10 anos parece pouco tempo, mas temos muitas histórias, muitas coisas que aconteceram. Faremos um grande evento de 10° aniversário do Divas. A intenção do evento, além de comemorar nosso aniversário, é arrecadar itens para doação. Ainda não decidimos se será leite novamente ou brinquedos. O evento será realizado em setembro e em outubro tem mês das crianças. Não sabemos se vamos fazer a arrecadação de leite ou brinquedos; isso será decidido no início de 2025. Além de comemorar nosso aniversário e fazer arrecadação, queremos reunir os motoclubes como mencionado anteriormente. Reunimos em torno de 800 mil pessoas e dentre essas pessoas tinham mais de 60 motoclubes do Estado e fora do Estado: motoclubes de São Paulo, Brasília, MG, Paraná, Goiás, e vários outros lugares. Queremos reunir todos e fazer festas como fazia há um tempo com o famoso caldão 0800, que hoje quase não vemos. É aquele caldo que é oferecido no meio do evento, que é gratuito, e também a corrida marcha lenta, uma corrida muito legal que tem dentro do evento e hoje em dia quase não vemos essa atividade. Queremos resgatar no nosso evento de aniversário. Queremos fazer um evento como antigamente com várias bandas, atrações, área de alimentação para as pessoas e ofertar nosso jantar. Geralmente, nas festas do Divas, oferecemos o caldo 0800 e o jantar de 0800, e trabalhamos para isso. Toda a arrecadação do evento não é cobrada na entrada; a entrada é o litro de leite ou brinquedo.
Ana Rúbia: No início do Divas, as pessoas, principalmente do meio motociclístico, ficavam um pouco receosas, vendo as mulheres pilotando as motos, vindo em bondes e o pessoal pensava: "não chega na garupa dos maridos", tinha aquela coisa de machismo. Hoje em dia não, nós somos conhecidas no nosso meio e fora dele também. As pessoas sabem que gostamos da estrada, do movimento e estamos ali porque gostamos do nosso rolê com nossas motos.
“O motociclismo é a celebração da liberdade e é na estrada que as Divas escrevem as suas próprias histórias de conquista e independência. Nós somos mulheres, mães, filhas, esposas, trabalhamos e estudamos, somos pessoas comuns. Mas não deixamos de fazer o que gostamos. Só de dizer somos mulheres já pesa: 'tem um monte de coisas pra fazer', 'será que não tem uma casa pra cuidar?', 'será que não tem um filho pra cuidar?'. Todas nós fazemos tudo isso, só que gostamos da estrada, de subir na nossa moto, e esse é o nosso estilo de vida. Somos unidas pela mesma paixão que é a motocicleta. Fala: 'vamos para a nossa terapia, sobe na moto, coloca o capacete e na estrada esquecemos dos problemas, focamos em coisas boas, pensamos no futuro e conversamos com Deus. Nos realizamos de verdade ali, voltamos leves porque esquecemos todos os problemas por um momento na estrada. Pode não ser terapia pegar estrada, mas para nós é terapia.’”
*Jornalista independente, sem vínculo empregatício com o Jornal.
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