Campo Grande (MS), Domingo, 11 de Maio de 2025

POLÍTICA

PEC da Segurança será enviada ao Congresso até março, anuncia governo Lula

Proposta busca ampliar atribuições da Polícia Federal, unificar protocolos e fortalecer o sistema penitenciário.

29/11/2024

08:15

P360

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O governo federal pretende enviar ao Congresso Nacional a PEC da Segurança Pública até o final do primeiro trimestre de 2024. A medida visa evitar resistências no Legislativo, alinhando previamente os principais pontos com governadores de todos os Estados. Uma reunião para tratar do tema já está marcada para o próximo dia 10 de dezembro.

A proposta foi anunciada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é vista como uma das prioridades do Ministério da Justiça para o próximo ano. Contudo, o calendário legislativo apertado, que inclui a votação do pacote fiscal, adiou sua apresentação.

Principais pontos da PEC

A proposta tem como foco a reestruturação e o fortalecimento do sistema de segurança pública no país. Entre os principais pontos, estão:

  • Ampliação dos poderes da Polícia Federal (PF) para atuação nos Estados;
  • Criação da Polícia Ostensiva Federal, que substituiria a atual Polícia Rodoviária Federal (PRF) e também atuaria na fiscalização de ferrovias e hidrovias – áreas críticas para o combate ao crime organizado;
  • Constitucionalização do Susp (Sistema Único de Segurança Pública), instituído por lei ordinária em 2018, e do Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária;
  • Padronização de protocolos e dados estatísticos de segurança pública, com objetivo de torná-los acessíveis e unificados em nível nacional.

Um exemplo de padronização mencionado pelo governo é o modelo das novas carteiras de identidade, que estão sendo unificadas pelo Ministério da Gestão junto aos entes federados.

Desafios e negociações

Apesar de um consenso geral no Ministério da Justiça, há divergências em relação à prerrogativa do governo federal de estabelecer diretrizes gerais para a segurança pública, especialmente no sistema penitenciário. Governadores da oposição manifestaram resistência à proposta de um sistema unificado, alegando perda de autonomia estadual.

O Ministério da Justiça está articulando para contemplar os diferentes interesses regionais e garantir a aprovação da proposta no Congresso. A estratégia inclui diálogos com os governadores e ajustes no texto da PEC antes de sua apresentação formal.

Novas atribuições e impacto no combate ao crime

A criação da Polícia Ostensiva Federal é considerada um dos pontos mais inovadores da proposta. Além de absorver as funções da PRF, a nova corporação seria responsável pela fiscalização de 30.600 km de ferrovias e 20.100 km de hidrovias, rotas frequentemente exploradas pelo crime organizado. Essa ampliação de atribuições visa preencher lacunas no monitoramento dessas áreas.

Outro destaque é a unificação de protocolos e informações na área de segurança pública, o que, segundo o governo, permitirá maior eficiência na formulação de políticas e no combate à criminalidade.

O texto, considerado estratégico para o governo Lula, é também uma resposta às críticas sobre a ausência de um plano nacional unificado de segurança. As articulações entre o Executivo, governadores e Congresso serão decisivas para o avanço da PEC.


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