Ministro da Fazenda se mostra preocupado com emprego e inflação.
Pode ser, entretanto, viabilizada uma 'exceção' para a Kombi, diz Mantega.
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Volkswagen anunciou a aposentadoria da Kombi por não poder colocar nela os equipamentos obrigatórios (Foto: Flavio Moraes / G1) |
A obrigatoriedade de instalação de airbag e freios ABS em todos os carros novos foi mantida para o ano de 2014, anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta terça-feira (17) após reunião com representantes dos trabalhadores e do setor automobilístico em Brasília.
As resoluções 311 e 312 do Conselho Nacional de Trânsito, ambas de 2009, que determinam que estes acessórios de segurança deverm ser obrigatórios já a partir do ano que vem em todos carros fabricados no Brasil, portanto, continuam valendo.
Preço dos carros vai subir
O possível adiamento da entrada em vigor da obrigatoriedade para instalação de airbag e freios ABS em 2014 foi avaliado pelo governo, segundo o Ministério da Fazenda, por conta da preocupação com preço dos carros, que ficarão de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil mais caros, segundo cálculos da indústria automotiva, além do impacto no emprego do setor automobilístico - visto que algumas linhas de produção podem acabar.
Entretanto, depois de discussão com representantes da indústria automobilísta, a regra que determina obrigatoriedade a partir de 2014 foi mantida. Segundo Mantega, o preço dos carros populares, que não contam com airbag e freios ABS, vai subir de 4% a 8% no ano que vem por conta da obrigatoriedade da instalação dos equipamentos de segurança.
Empregos no setor automobilístico
O ministro da Fazenda informou que pediu que a indústria automotiva tente realocar os trabalhadores que poderiam perder o emprego com o eventual encerramento de algumas linhas de produção. Cálculos preliminares do setor automotivo indicam que poderia haver cerca de 4 mil demissões.
"Houve um apelo do ministro [Guido Mantega] para que as empresas estejam incumbidas deste tipo de produto que tentem realocação dos seus empregados", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Ele não se comprometeu, entretanto, com a manutenção do emprego no setor.
Kombi
A obrigatoriedade de airbag e ABS, sistema que evita o travamento das rodas em frenagens bruscas, pode aposentar veículos que não podem ser adaptados às exigências. Um deles seria a Kombi, cujo fim da linha de produção foi anunciado em agosto passado.
Porém, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que poderá haver uma "exceção" para a Kombi. "A Kombi terá de ser extinta. É onde poderá haver mais demissões. Mas poderemos criar excepcionalidade para a Kombi. Ela não é caminhonete, não é automóvel. É a Kombi. É um produto diferente e não tem similar. Nenhuma das empresas têm objeção que se dê uma exceção à Kombi para que possa sobreviver mais um ou dois anos. É algo que ainda vai ser analisado", declarou o ministro da Fazenda, que marcou outra reunião com a indústria automobilística na próxima semana.
Na época em que anunciou a despedida da Kombi, prevista para o próximo dia 20, a montadora lançou a série especial Last Edition, limitada a 1.200 unidades, que custa R$ 85 mil -a versão tradicional custa cerca de R$ 47 mil.
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Testes de segurança
Testes de segurança independentes realizados pelo Latin NCap, braço latino-americano do Global NCAP, costumam atribuir notas baixas a carros que não possuem airbag.
Entre os avaliados recentemente, o Chevrolet Agile e o Renault Clio, ambos testados sem airbag, tiveram 0 de 5 estrelas possíveis no quesito proteção de adultos.
Do G1, em Brasília
Por: Alexandro Martello