Política Internacional
Governo Trump acusa Lula e Moraes de censura e aponta deterioração dos direitos humanos no Brasil
Relatório do Departamento de Estado dos EUA critica restrições à liberdade de expressão e cita detenções de apoiadores de Bolsonaro; documento também aborda declarações de Lula sobre Gaza
12/08/2025
14:30
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, divulgou nesta terça-feira (12) o relatório anual do Departamento de Estado sobre direitos humanos no mundo, acusando o Brasil de ter piorado seu cenário democrático e de liberdade de expressão ao longo do último ano.
O documento critica diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a quem chama de “censor”, apontando supostas ações desproporcionais contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e contra veículos de imprensa.
Liberdade de expressão e internet – O governo americano afirma que o Brasil "minou o debate democrático" ao restringir acesso a conteúdos online, bloqueando perfis de jornalistas, parlamentares e apoiadores de Bolsonaro, “muitas vezes em processos secretos, sem as garantias do devido processo legal”.
Censura judicial – Moraes teria ordenado pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis na plataforma X, medida considerada “desproporcional” pelo relatório.
Proibição de VPNs – O bloqueio temporário do uso de redes privadas virtuais, sob pena de multa, teria enfraquecido a liberdade de imprensa e a proteção de fontes anônimas.
Detenção de manifestantes – O texto relata que centenas de acusados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 teriam ficado presos por meses sem acusação formal e, em alguns casos, sem acesso a defesa jurídica.
O documento cita o discurso de Lula em 18 de fevereiro de 2024, quando comparou a ação de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. A fala foi repudiada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), que classificou a postura do governo brasileiro como “extrema e desequilibrada” diante do conflito no Oriente Médio.
O relatório é utilizado em tribunais americanos e instâncias internacionais para fundamentar casos de asilo e deportações. Ele foi divulgado duas semanas após a Casa Branca aplicar a Lei Magnitsky contra Moraes, medida que prevê sanções econômicas a estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos.
Em contraste, o relatório de 2024, elaborado sob a gestão do democrata Joe Biden, considerava as eleições brasileiras livres e justas, sem abusos significativos, embora apontasse episódios de assédio eleitoral e ações suspeitas da Polícia Rodoviária Federal durante o pleito de 2022.
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