Segurança / Direitos Humanos
Mais de 8 mil mulheres pediram ajuda em MS, mas apenas 1 em cada 10 teve proteção garantida
Estado registra 20 feminicídios em 2025; índice de mortes segue alto mesmo após denúncias e concessão de medidas protetivas
02/08/2025
08:15
DA REDAÇÃO
©ILUSTRAÇÃO
Às vésperas do Agosto Lilás, mês de combate à violência contra a mulher, Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário alarmante: 20 mulheres foram assassinadas em 2025 vítimas de feminicídio. O caso mais recente, ocorrido na última quinta-feira (31) em Ribas do Rio Pardo, expõe a fragilidade da rede de proteção às vítimas.
A professora Cinira de Brito, 44 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro Anderson Aparecido de Olanda, que a atraiu até sua casa sob o pretexto de devolver pertences. O crime foi cometido na frente da cunhada da vítima. O autor tentou suicídio e morreu horas depois em Campo Grande.
No mesmo dia, em Fátima do Sul, o corpo de Angelita Rodrigues, de cerca de 50 anos, foi encontrado no Lago dos Sonhos. A Polícia Civil investiga se a morte foi criminosa ou acidental.
Levantamento do Observatório da Cidadania da UFMS aponta que, entre janeiro e julho de 2025, 8.992 medidas protetivas foram solicitadas no Estado, mas apenas 849 foram concedidas — índice de 9,4%.
Campo Grande: 3.249 pedidos, 406 deferidos.
Em 2024: das 15.386 solicitações, 12.174 (79%) foram acolhidas.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) esclareceu que a concessão é de competência exclusiva do Judiciário.
Mato Grosso do Sul figura entre os estados com maior taxa de feminicídios por 100 mil mulheres no Brasil. Em 2024, a taxa foi de 2,4, quase o dobro da média nacional (1,4). Foram 35 casos no ano, colocando o Estado à frente de unidades mais populosas como São Paulo e Minas Gerais.
No ranking nacional, 4 em cada 10 homicídios de mulheres tiveram motivação de gênero. No Brasil, 2024 registrou 1.492 feminicídios, o maior número desde 2015. Entre as vítimas, 63,6% eram negras.
Mesmo quando deferidas, as medidas protetivas nem sempre garantem segurança. Em 2023, foram registrados 2.283 descumprimentos no Estado, colocando MS entre os 15 com mais violações. No país, mais de 100 mil medidas foram descumpridas em 2023, resultando em 52 feminicídios de mulheres sob proteção ativa.
Karina Corim (Caarapó) – 4/2
Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12/2
Juliana Domingues (Dourados) – 18/2
Mirelle dos Santos (Água Clara) – 22/2
Emiliana Mendes (Juti) – 24/2
Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1/3
Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29/3
Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17/4
Thácia Paula (Cassilândia) – 11/5
Simone da Silva (Itaquiraí) – 14/5
Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23/5
Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25/5
Vanessa Eugênio Medeiros (mãe) – Campo Grande – 28/5
Sophie Eugenia Borges (filha) – Campo Grande – 28/5
Eliana Guanes (Corumbá) – 6/6
Doralice da Silva (Maracaju) – 20/6
Rose (Costa Rica) – 27/6
Michely Rios Oruê (Glória de Dourados) – 4/7
Juliete Vieira (Naviraí) – 25/7
Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31/7
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