Economia / Finanças
Desemprego cai para 5,8% e atinge menor nível da história no Brasil, segundo IBGE
Com mais de 102 milhões de brasileiros ocupados, mercado de trabalho mostra força mesmo com juros altos e incertezas econômicas
31/07/2025
14:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho, marcando o menor nível da série histórica iniciada em 2012, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a primeira vez que o índice fica abaixo de 6%, superando o antigo recorde de 6,1% registrado até novembro de 2024.
A marca histórica vem acompanhada de um aumento expressivo na população ocupada, que chegou a 102,3 milhões de pessoas com algum tipo de trabalho — o maior número já registrado na Pnad Contínua, pesquisa do IBGE sobre o mercado de trabalho brasileiro.
O resultado incorpora atualizações nas projeções populacionais feitas a partir do Censo Demográfico de 2022. Apesar das mudanças no número absoluto da população, o IBGE afirma que a dinâmica do mercado de trabalho e da renda se manteve estável em relação à série anterior.
A coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, explicou que a nova base populacional permite retratar com mais precisão o comportamento do emprego.
“O crescimento acentuado da população ocupada no trimestre influenciou vários recordes da série histórica, dentre eles a menor taxa de desocupação”, afirmou.
Entre os destaques da pesquisa estão:
Empregados com carteira assinada no setor privado: 39 milhões (novo recorde)
Trabalhadores por conta própria: 25,8 milhões, dos quais 6,9 milhões com CNPJ (alta puxada pelos MEIs)
População desempregada: 6,3 milhões, queda de 17,4% em relação ao trimestre anterior
Renda média: R$ 3.477, com alta de 1,1% no período
Taxa de informalidade: 37,8%, contra 38% até março
A criação de vagas foi impulsionada especialmente pelo setor público, com ênfase nas áreas de educação, que geraram mais de 800 mil novos postos de trabalho no período.
O bom momento do mercado de trabalho contrasta com a política monetária adotada pelo Banco Central, que interrompeu na quarta-feira (30) o ciclo de cortes na Selic, mantendo a taxa básica de juros em 15% ao ano. A alta dos juros visa conter a inflação, mas pode comprometer o fôlego do crescimento econômico.
O economista Bruno Imaizumi, da 4intelligence, vê risco na “desarmonia” entre a política fiscal do governo federal — que mantém estímulos ao consumo — e a política monetária.
“Isso é positivo no curto prazo para o mercado de trabalho, mas negativo no médio ou longo prazo”, alerta.
Imaizumi projeta que o desemprego pode cair ainda mais, chegando a 5,4% até dezembro. O envelhecimento da população, que reduz a força de trabalho ativa, também contribui para a redução da taxa, segundo ele.
Apesar da queda do desemprego, a taxa de participação — que mede quantas pessoas em idade ativa estão no mercado — ainda está abaixo da média pré-pandemia, com 62,4% em junho contra 63,6% no mesmo período de 2019.
Mesmo assim, o economista Heliezer Jacob, do C6 Bank, acredita que o mercado de trabalho seguirá aquecido ao longo de 2025:
“Nossa projeção é de que a taxa de desemprego encerre o ano próxima a 5,5%, patamar bastante baixo para os padrões históricos do país.”
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