Mundo / Tragédia e Resgate Internacional
O que falhou no resgate de Juliana Marins na Indonésia? Brasileira morreu após quatro dias desaparecida no vulcão Rinjani
25/06/2025
09:00
DA REDAÇÃO
© Juliana Marins/Instagram
A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, após cair durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok (Indonésia), expôs uma série de falhas nas operações de resgate e na estrutura oferecida a turistas que se aventuram em trajetos de alto risco na região. Juliana foi localizada sem vida na terça-feira (24), quatro dias após a queda, em uma área de difícil acesso.
De acordo com relatos de montanhistas experientes e profissionais de resgate, diversos fatores contribuíram para o desfecho trágico:
Falta de equipamentos obrigatórios: não há exigência de itens como cobertor térmico, jaquetas impermeáveis, luvas ou rádios de comunicação;
Separação do grupo durante a trilha: Juliana ficou para trás por cansaço, e o guia não a acompanhou — o que é considerado uma falha grave;
Despreparo e baixa qualificação dos guias na região de Rinjani;
Clima severo, com chuva intensa e frio, dificultando buscas;
Uso limitado de tecnologia: embora drones tenham localizado Juliana no primeiro dia, as equipes não conseguiram resgatá-la a tempo;
Falta de equipamento adequado: no início, as equipes levaram cordas com metade do comprimento necessário para alcançar o local da queda;
Resgate desorganizado e lento, sem mobilização imediata;
Obstáculos diplomáticos e logísticos, como o fechamento do espaço aéreo no Catar, atrasando a chegada do pai de Juliana e dificultando a articulação de apoio internacional.
“Se começaram em grupo, precisam terminar em grupo. O guia deve manter contato visual com todos. A separação foi uma atitude irresponsável”, afirmou Aretha Duarte, montanhista brasileira que já fez a trilha de Rinjani.
Imagens de drone registraram Juliana sentada após a queda, por volta das 17h10 de sábado, mas as equipes não chegaram a tempo. Ela teria sofrido uma segunda queda, e só foi encontrada a mais de um quilômetro do ponto inicial.
26 anos, formada em Publicidade pela UFRJ;
Estava em viagem solo pela Ásia desde o fim de fevereiro;
Passou pelas Filipinas, Vietnã, Tailândia e Indonésia;
Amava a natureza e registrava sua jornada nas redes sociais.
A morte de Juliana acendeu um alerta para a falta de regulamentação em trilhas internacionais, mesmo em áreas conhecidas por atrair turistas do mundo inteiro. O caso reacende o debate sobre a responsabilidade dos guias locais, a importância de fiscalização turística e a necessidade de suporte emergencial eficaz em regiões de alto risco.
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