Política / Internacional
Trump confirma ataque dos EUA a instalações nucleares do Irã: 'Fordow se foi'
Aviões americanos destruíram centros nucleares em Fordow, Natanz e Esfahan; ação eleva tensão no Oriente Médio e expõe fragilidades do regime iraniano
21/06/2025
21:24
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou, na manhã deste sábado (21), que as Forças Armadas americanas realizaram ataques aéreos contra três instalações nucleares do Irã. A informação foi divulgada por meio de sua conta na Truth Social, onde declarou:
“Fordow se foi”, em referência à instalação subterrânea iraniana localizada ao sul de Teerã, considerada uma das mais seguras do programa nuclear do país.
Além de Fordow, os ataques também atingiram as instalações nucleares de Natanz e Esfahan, segundo Trump. Ele afirmou que “uma carga completa de bombas” foi lançada sobre Fordow, classificada como o principal alvo da ofensiva americana.
“Concluímos com muito sucesso nosso ataque aos três locais nucleares no Irã. As aeronaves já deixaram o espaço aéreo iraniano e estão retornando em segurança. Parabéns aos nossos grandes guerreiros americanos. Não há outro exército no mundo que poderia ter feito isso. Agora é a hora de paz”, escreveu.
Trump também anunciou que fará um discurso oficial às 22h (horário de Washington), direto da Casa Branca, para detalhar a operação militar e seus desdobramentos.
A instalação de Fordow é uma das mais secretas e fortificadas do programa nuclear iraniano. Construída dentro de uma montanha de calcário, a unidade foi projetada especificamente para resistir a bombardeios. Segundo analistas, seu objetivo estratégico é proteger atividades de enriquecimento de urânio, fundamentais para a produção de armas nucleares.
O ataque dos Estados Unidos ocorre após mais de uma semana de escalada militar entre Irã e Israel, com troca de mísseis, drones e ataques aéreos, além da mobilização de grupos aliados como Hezbollah, Hamas e Houthis.
Segundo especialistas, a entrada dos EUA no conflito representa uma mudança de patamar na guerra no Oriente Médio, além de aumentar a pressão internacional sobre o Irã e seu programa nuclear.
O professor e especialista em relações internacionais, Gunther Rudzit, avalia que o ataque tem como objetivo principal neutralizar o programa nuclear iraniano, que há anos é considerado uma ameaça pelos EUA e Israel.
“Por mais que o secretário de Defesa tentasse evitar uma nova guerra no Oriente Médio, não havia como não apoiar Israel na eliminação desse programa nuclear”, afirmou.
De acordo com a professora de relações internacionais Priscila Caneparo, os EUA são “o único ator global com capacidade real de neutralizar militarmente o programa nuclear iraniano”, algo que Israel, sozinho, dificilmente conseguiria.
O professor Maurício Santoro, especialista em geopolítica, acredita que o ataque poderá fragilizar o regime dos aiatolás, que já enfrenta uma série de pressões internas, manifestações populares e crise econômica.
“Se o regime sobreviver a essa guerra, sairá muito enfraquecido. O descontentamento interno pode se intensificar, abrindo espaço para mudanças políticas significativas no Irã”, afirmou.
Especialistas alertam que, embora o ataque tenha como alvo o programa nuclear, ele pode alimentar movimentos radicais na região, como Hamas, Hezbollah e Houthis, além de gerar forte reação em setores da população civil no mundo árabe.
“Esses grupos são ideias, e não apenas organizações. Quando os EUA entram diretamente no conflito, essas ideias se fortalecem, não apenas no Irã, mas em todo o Oriente Médio”, avaliou Caneparo.
Até o momento, o governo do Irã não se manifestou oficialmente sobre os ataques. Agências de notícias do país confirmaram movimentações de emergência em Teerã e em outras cidades estratégicas, além de relatos não confirmados de que o sistema de defesa aérea teria sido acionado, mas falhou em conter a ofensiva americana.
Trump prometeu um discurso à nação às 22h (horário local), no qual deve detalhar os resultados da operação e as medidas que os EUA pretendem adotar nas próximas horas.
Enquanto isso, cresce a expectativa internacional sobre qual será a resposta do regime iraniano, e se a escalada pode resultar em uma guerra de proporções ainda maiores no Oriente Médio.
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