Polícia / Justiça
Família cobra explicações sobre morte de empresário em cela da delegacia em Campo Grande
Antônio Trombini, de 60 anos, morreu sob custódia na Depac Cepol; certidão aponta traumatismo craniano e familiares falam em negligência
04/05/2025
07:15
DD
DA REDAÇÃO
Sandra Roncatti e sua filha Vanessa Roncatti Trombini (Foto: Luiz Alberto)
A morte do empresário e arquiteto Antônio Cesar Trombini, de 60 anos, em uma cela da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac Cepol), em Campo Grande (MS), está cercada de questionamentos e revolta por parte da família. Ele foi encontrado sem vida na manhã de sexta-feira (2), enquanto aguardava audiência de custódia após ser preso em flagrante por dirigir embriagado.
Segundo o boletim de ocorrência, Trombini foi detido na quinta-feira (1º) após colidir sua caminhonete Volkswagen Amarok com um Hyundai Creta. Os policiais registraram sinais visíveis de embriaguez, como fala arrastada e odor etílico. O empresário foi levado à delegacia e, de acordo com o registro, encontrava-se consciente e orientado.
No entanto, na manhã seguinte, foi encontrado morto em uma das celas após um dos detentos chamar um agente penitenciário. Inicialmente, o Corpo de Bombeiros apontou causas naturais como hipótese preliminar. No entanto, o atestado de óbito revelou morte por hemorragia cerebral e traumatismo craniano, gerando ainda mais dúvidas.
A ex-esposa, Sandra Roncatti, aponta indícios de negligência desde o momento da abordagem policial. Segundo ela, Trombini apresentava um corte na testa e uma lesão no braço após o acidente, mas não recebeu atendimento médico adequado:
“A equipe do Samu olhou apenas o braço e depois liberaram ele para a Cepol. Ele era idoso e tinha comorbidades. Por que não foi levado ao hospital?”, questionou Sandra.
Ela também contesta a origem das lesões e sugere que os ferimentos possam ter ocorrido já dentro da cela. Além disso, aponta possível conflito de interesse: o filho de uma das vítimas do acidente, segundo ela, é policial civil e teria sido o responsável por dar voz de prisão a Trombini.
“Ele entrou na caminhonete e descaracterizou a cena do acidente. Conversei com meu advogado, e isso não poderia ter acontecido”, afirmou.
O irmão de Trombini, que é médico, tentou prestar assistência na delegacia, mas teve o acesso negado sob a justificativa de que ele não era o representante legal e de que não havia prescrição formal para o uso de medicamentos. Segundo o registro, Trombini também não teria relatado mal-estar à equipe da unidade policial.
Mesmo assim, o corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), que confirmou traumatismo craniano como causa da morte.
O sepultamento de Trombini ocorreu na tarde de sábado (3), no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Campo Grande, sob forte comoção de familiares e amigos.
Em nota oficial, a Polícia Civil lamentou o falecimento e informou que a Corregedoria da instituição abrirá investigação rigorosa, com compromisso de transparência e isenção. A entidade também afirmou que já realizou perícia no local e adotou as medidas cabíveis.
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