Campo Grande (MS), Quinta-feira, 01 de Maio de 2025

Direitos Humanos

Carla Stephanini será representante do Governo de MS na Casa da Mulher Brasileira

Nomeação deve ser publicada no dia 5; medida integra reestruturação da rede de proteção após feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte

01/05/2025

10:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A ex-subsecretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Carla Stephanini, foi escolhida para representar o Governo de Mato Grosso do Sul na gestão da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande. A informação foi confirmada pelo vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha – PSD), que antecipou que a nomeação será oficializada no Diário Oficial do Estado na próxima segunda-feira (5).

A mudança ocorre em meio à reestruturação da rede de proteção às mulheres, iniciada após o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, em fevereiro deste ano, por seu ex-noivo. O caso gerou forte repercussão social e política, evidenciando falhas nos protocolos de atendimento às vítimas de violência doméstica.

Nova gestão e fortalecimento da Casa

Com a nomeação de Stephanini, a gestão da Casa da Mulher Brasileira passará a contar com representante direta do Executivo Estadual, o que marca uma nova etapa de compartilhamento da responsabilidade entre Estado e município, conforme discutido com a prefeita Adriane Lopes (PP).

“Temos que arrumar a Casa da Mulher Brasileira. As mudanças estão acontecendo: tecnológicas, estruturais. Todos os setores estão se movimentando”, afirmou Barbosinha.

Ele também destacou que inquéritos antes parados estão avançando e que a prioridade agora é garantir a efetividade dos serviços integrados, como o atendimento policial, judicial e psicossocial.

Modelo federal, gestão local

A Casa da Mulher Brasileira opera com base em modelo idealizado pelo Governo Federal, com a proposta de centralizar atendimentos em um único local. No entanto, o Governo de MS defende melhor integração entre os serviços e agilidade na resposta às vítimas.

A unidade conta com a Patrulha Maria da Penha, formada por guardas civis que monitoram o cumprimento de medidas protetivas e realizam escoltas preventivas, quando necessário.

Caso Vanessa Ricarte expôs falhas graves

A morte da jornalista Vanessa Ricarte, em 12 de fevereiro, expôs deficiências na atuação da rede de proteção. A vítima chegou a registrar boletim de ocorrência, mas não recebeu escolta ao retornar para casa, e a delegada responsável não repassou o histórico de violência do agressor, afirmando que Vanessa deveria notificá-lo pessoalmente.

Em nota oficial, o Governo do Estado reconheceu publicamente a falha:

“Mais uma morte prova que não estamos conseguindo garantir proteção às vítimas de violência. Falhamos enquanto Estado, falharam as instituições, falhamos enquanto sociedade.”

A reestruturação, agora em curso, busca responder de forma concreta a essa tragédia e prevenir novos casos de feminicídio.


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