Política / Partidos
Deputados do PSDB em MS se dividem sobre futuro do partido e avaliam migração de olho nas eleições de 2026
Fusão com Podemos e indefinição de Riedel e Azambuja colocam tucanos estaduais em rota de cálculo político e possível debandada
23/04/2025
14:30
DA REDAÇÃO
©FRANCISCO BRITTO
Enquanto o PSDB nacional negocia uma fusão com o Podemos e avalia uma federação com o Republicanos, os deputados estaduais do partido em Mato Grosso do Sul vivem um momento de incerteza e articulações antecipadas de olho nas eleições de 2026. Em meio à indefinição da sigla, a bancada tucana da Assembleia Legislativa começa a calcular individualmente seus próximos passos.
Nesta quarta-feira (23), os deputados Zé Teixeira, Pedro Caravina e Lia Nogueira comentaram os bastidores da movimentação partidária, logo após a sessão ordinária na Assembleia. O tema ganhou força após o governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciar que decidirá até o fim de abril se permanece ou deixa a legenda.
O deputado Zé Teixeira foi o mais direto ao afirmar que o partido perdeu relevância nacional. Segundo ele, a fusão com o Podemos “não resolve nada” e sua única possibilidade de filiação seria ao PL, desde que com o aval de lideranças locais como Coronel David, João Henrique e Neno Razuk.
“O PSDB acabou. Um partido que só existe em Mato Grosso do Sul não tem como sobreviver. Se não for possível um alinhamento com meus colegas de bancada, prefiro ficar sem partido até abril do ano que vem”, declarou.
Teixeira também rechaçou qualquer possibilidade de integrar legendas com tendência de apoio à esquerda, como o PSD, hoje alinhado nacionalmente ao governo federal.
O deputado Pedro Caravina adotou postura mais moderada, mas condicionou sua permanência no novo partido à decisão das duas maiores lideranças tucanas do Estado: o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja.
“Se Riedel e Reinaldo permanecerem na fusão, é provável que eu também fique. Mas, se saírem, teremos que avaliar se o novo PSDB-Podemos terá viabilidade eleitoral para apoiar a reeleição do governador”, avaliou.
Caravina também apontou que as coligações em 2026 devem ser enxutas, com no máximo quatro partidos, tornando o alinhamento estratégico ainda mais importante.
A deputada Lia Nogueira também aguarda um posicionamento oficial do governador antes de tomar uma decisão. Ela revelou que recebeu convite do PL, mas também considera continuar no PSDB-Podemos, dependendo da estrutura partidária que for apresentada.
“Eu gostaria muito de ir com o Reinaldo. Vou esperar até o fim do mês para ver o que vai ser decidido. Nada está descartado.”
Desde 2018, o PSDB tem perdido espaço no cenário nacional. Dos três governadores eleitos pela sigla em 2022, dois já migraram ou sinalizaram saída. Com isso, Mato Grosso do Sul tornou-se o último reduto de força do PSDB, com 44 prefeituras e uma bancada sólida na Assembleia.
A fusão com o Podemos e a articulação com o Republicanos são tentativas de salvar o projeto político nacional, mas, conforme observou Zé Teixeira, muitos consideram essas ações desconectadas da realidade política local.
A decisão da executiva nacional deve ser anunciada até o dia 30 de abril. A partir daí, cada deputado deve seguir seu próprio caminho, mirando reeleições e alianças viáveis para 2026.
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