POLÍTICA
Valdemar Costa Neto se retrata após chamar condenados do 8 de Janeiro de 'golpistas'
Declaração gerou repercussão negativa entre apoiadores de Bolsonaro, levando o presidente do PL a pedir desculpas
29/10/2024
10:00
NAOM
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, se viu no centro de uma polêmica ao utilizar o termo "golpistas" para se referir aos condenados dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreu a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. A expressão, usada durante uma entrevista à GloboNews, provocou reação negativa entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, forçando Valdemar a emitir um pedido de desculpas.
Em um comunicado oficial divulgado nas redes sociais do partido, Valdemar justificou o uso do termo, alegando que a expressão foi inicialmente mencionada pelos repórteres durante a entrevista:
"Essa expressão foi mencionada pelos repórteres durante a conversa, razão pela qual a utilizei, mas que não reflete minha opinião pessoal sobre o que aconteceu naquele dia", disse Valdemar.
O dirigente ressaltou que não considera as ações de 8 de janeiro como um golpe de Estado, mas sim como atos desordenados que resultaram em condenações severas e, segundo ele, desproporcionais.
"Peço desculpas pelo equívoco gerado. Analisando minha fala, é evidente que não acredito que os eventos de 8 de janeiro tenham se configurado como um golpe de Estado. Na verdade, considero que foram ações desordenadas que, infelizmente, resultaram em condenações severas, chegando a 17 anos de prisão, o que enfatizei durante a entrevista como sendo extremamente desproporcional", afirmou Valdemar.
Durante a entrevista, a jornalista Andréia Sadi questionou Valdemar sobre a proposta de anistia aos condenados de 8 de janeiro, atualmente em discussão no Congresso. Valdemar explicou que o projeto de lei em votação não inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas é direcionado aos participantes dos atos de depredação.
"Eu entendo que não há como incluir o (Jair) Bolsonaro. Seria só aos golpistas. O processo do Bolsonaro nem foi julgado ainda", comentou o presidente do PL, antes de se retratar.
O perfil oficial do PL também divulgou um vídeo em que Valdemar reforça sua posição, rejeitando o uso do termo "golpista" para descrever os manifestantes:
"É um golpista com pedaço de pau? Só no Brasil. Golpe é com metralhadora, com tanque de guerra. Aquilo não foi golpe nunca. Aquilo foi um bando de bagunceiros que têm de ser condenados, mas não a 17 anos", afirmou.
A polêmica surge em um momento crítico, quando a Câmara dos Deputados debate o projeto de lei que pode anistiar os condenados pelos atos de 8 de janeiro, vinculado às negociações para a sucessão de Arthur Lira (PP-PI) na presidência da Casa.
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