POLICIAL
Morre jovem baleada por ex-namorado
O suspeito do crime, Messias Cordeiro, foi preso após confessar o feminicídio. O autor também matou um amigo da ex-namorada.
02/05/2023
16:25
CAMPOGRANDENEWS
DAYANE PAZ
©REDES SOCIAIS
Morreu, nesta terça-feira (2) a jovem Karolina Silva Pereira, de 22 anos. Ela foi baleada pelo ex-namorado, Messias Cordeiro da Silva, 25, na madrugada deste domingo (30), no Jardim Colibri, em Campo Grande. Na ocasião, Luan Roberto de Oliveira Oliveira, 24, também foi atingido e morreu no local. Messias se entregou à polícia e confessou o crime ontem.
"Hoje foi feito o último exame do protocolo de morte encefálica e descobriram que não existe mais vida cerebral. Então, às 15h29, foi declarado o óbito da Karolina", confirmou o padrasto da jovem, muito emocionado. Oficialmente, o óbito foi registrado pela Santa Casa às 16h18, quando o coração dela parou.
Karolina foi ferida por dois tiros, um deles quando estava de costas, correndo do assassino. Ela foi atingida no crânio, chegou a ser intubada na viatura de socorro e levada à Santa Casa em estado grave. No mesmo dia, o hospital abriu procedimento de morte encefálica.
O protocolo contempla a execução de dois exames clínicos, um teste de apneia e um exame complementar comprobatório. Karolina não resistiu e o óbito foi constado dois dias após o crime.
Infelizmente. ela não poderá doar órgãos, por conta de diagnóstico positivo para hepatite B.
Entenda - Luan Roberto e Karolina eram colegas de trabalho, ele como motoentregador de uma pizzaria, localizada no Bairro Guanandi, onde ela havia sido contratada há uma semana. Era a quinta vez que Luan acompanhava Karolina do trabalho até em casa, porque ela já relatava medo de ir sozinha. Eles saíram da pizzaria e em frente a casa dela, no Jardim Colibri, foram surpreendidos por Messias.
Luan foi atingido no tórax, socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu e morreu no local. O sepultamento dele ocorreu na manhã desta segunda-feira.
Frieza - Após atirar em Karolina e Luan, o assassino ligou para a mãe da menina, confessando o crime, e mandou mensagens de áudio. "Queria saber como ela tá? (sic)". Em seguida, afirma para a mulher que atirou na filha dela. (ouça abaixo)
Fuga - Na sequência dos disparos, Messias correu até a motocicleta que havia deixado na esquina e, segundo o interrogatório, tentou tirar a própria vida. "Desferindo duas vezes com a sua arma, mas não conseguiu. Então, ele ligou para a mãe, que pediu que voltasse para casa e lá conversou com outros familiares", contou a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Elaine Benicasa.
Segundo a responsável pelo caso, a delegada Analu Ferraz, ao chegar na casa, a mãe de Messias acionou o pai do rapaz. "Ligou dizendo que tinha feito uma 'cagada', matado a menina e estava precisando de apoio. Nesse momento, o Messias saiu da casa da mãe andando pela BR escondido, até a chácara do pai, que é perto. Quando viu o carro do pai, ele sai do mato e entra no carro", revela.
Lá, o pai escondeu Messias no matagal, porque a polícia já tinha ido até o endereço, e encobriu também a arma do crime, que foi posteriormente localizada no chiqueiro da propriedade. "Já havíamos feito vários pedidos, como a geolocalização do celular do Messias para localizá-lo. Também ouvimos a mãe, se prontificou a nos ajudar, mas vimos que ela estava entrando em contradição", conta.
Analu e as equipes passaram a ouvir outros familiares e foram novamente à casa do pai. "Percebemos que estava dando apoio na fuga e como viu o cerco fechando, pediu apoio para a irmã, tia do Messias", diz. Messias, então, se escondeu na casa da tia com ajuda de um primo. "Os familiares, mesmo sabendo do que ele fez, conseguiram escondê-lo", pondera a delegada, que também afirma não acreditar que Messias tinha a intenção de se matar, como afirmou no áudio.
Prisão - Como viu o cerco fechando, Messias e o primo procuraram um advogado e ele se entregou na Deam, por volta das 20h30 deste domingo. À polícia, ele contou que foi tomado por uma "raiva incontrolável" ao ver Karolina beijando Luan.
Messias será indiciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil, emboscada e pela impossibilidade de defesa da vítima, no caso de Luan Roberto. Já de Karolina, responderá por feminicídio.
Os familiares podem responder por ter ajudado a escondê-lo. O pai por favorecimento pessoal, pois escondeu a arma do crime. Já primo e tia por favorecimento real.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Caixa sorteia Lotomania, Mais Milionária e Quina com prêmios que ultrapassam R$ 109 milhões
Leia Mais
Servidor do INSS denunciou esquema de descontos ilegais ainda em 2020, mas investigação só resultou em operação cinco anos depois
Leia Mais
Aprovado projeto que inclui Festival do Hambúrguer no Calendário Oficial de MS
Leia Mais
STF condena Carla Zambelli a 10 anos de prisão por invasão ao CNJ; Walter Delgatti pega 8 anos
Municípios