Campo Grande (MS), Segunda-feira, 21 de Abril de 2025

Dilma desiste de pronunciamento na TV no qual iria criticar o impeachment

15/04/2016

20:00

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Havia previsão de que a presidente falasse nesta sexta em cadeia nacional. Planalto afirmou que vídeo de Dilma será veiculado nas redes sociais.

presidente Dilma Rousseff  - Arquivo

A assessoria do Palácio do Planalto informou que a presidente Dilma Rousseff desistiu de fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite desta sexta-feira (15) para se manifestar contra o processo de impeachment que enfrenta na Câmara dos Deputados.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que o vídeo gravado pela presidenta sobre o processo de impeachment será divulgado nas redes sociais.

Ainda de acordo com a assessoria, a decisão de veicular a gravação por meio de cadeia nacional de rádio e TV havia sido tomada pelo Secretaria de Comunicação Social. No entanto, destacou a secretaria, após avaliar qual seria, no momento, a estratégia mais adequada para divulgar o vídeo, o governo decidiu que o pronunciamento da presidente "alcançaria seus objetivos se amplamente veiculado pela internet". Atualmente, Dilma tem perfis no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Vine.

Apesar da versão oficial, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) – que se reuniu nesta sexta com Dilma no Palácio do Planalto –, explicou, ao deixar a audiência com a presidente, que o governo decidiu cancelar o pronunciamento em razão de uma recomendação do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.

Diante dos rumores de que a presidente iria fazer um pronunciamento em rede nacional para contestar o processo de impeachment, o partido oposicionista Solidariedade protocolou uma ação na Justiça Federal de Brasília para impedir a fala da petista na TV e no rádio.

No final da tarde, entretanto, a juíza Ivani Silva da Luz indeferiu o pedido, sob o argumento de que partido político não pode protocolar ações civis públicas, como a usada pelo Solidariedade.

"Houve uma avaliação do ministro José Eduardo Cardozo de que, no momento de fase final e de entendimento com o parlamento, é mais importante prioritário dispender energia nisto [conseguir votos no Congresso], e não numa suposta nova polêmica. Claro que, do ponto de vista constitucional, não haveria problema [no pronunciamento], mas, para evitar polêmica, [cancelar] foi uma medida mais ajustada", afirmou Dino.
A presidente Dilma Rousseff anda de bicicleta acompanhada por seguranças na região do Palácio da Alvorada, em Brasília (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

O dia de Dilma

Na manhã desta sexta, a Câmara deu início à sessão para partidos e líderes partidários se pronunciarem sobre o processo de afastamento da presidente. A votação para decidir se a Casa abrirá ou não o processo de afastamento ocorrerá a partir das 14h de domingo (17).

Apesar do risco de ser deflagrado o processo de impeachment nos próximos dias, Dilma tentou manter a normalidade de sua rotina nesta sexta-feira. Logo cedo, a presidente fez seu habitual passeio de bicicleta nos arredores no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

Ao longo do dia no Palácio do Planalto, a petista recebeu os governadores do Ceará, Camilo Santana (PT), e da Bahia, Rui Costa (PT), além de parlamentares dos dois estados.

À tarde, a presidente teve uma reunião com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. A agenda oficial da presidente não prevê compromissos oficiais para a noite desta sexta-feira.

Dilma tem participado nas últimas semanas de diversos atos com grupos contrários ao impeachment, como juristas, artistas, intelectuais, mulheres, educadores e movimentos sociais.

Nesses encontros, a petista tem classificado a tentativa de afastá-la da Presidência de "golpe" por, segundo ela, não ter base jurídica. A presidente também tem enfatizado que "jamais" renunciará ao cargo.

Na estratégia de mostrar que, mesmo diante de um cenário de turbulência política ainda tem apoio de setores da sociedade, Dilma deverá participar neste sábado (16) do ato "Movimentos Populares pela Democracia e Contra o Golpe", em Brasília.

Para o domingo, há a expectativa, entre assessores do Planalto, de que a presidente faça uma manifestação pública após o resultado da votação do impeachment na Câmara.




Do G1, em Brasília
Por: Filipe Matoso


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