Economia / Transportes
Caminhoneiros articulam paralisação nacional em 4 de dezembro e reivindicam melhorias estruturais
Categoria nega motivação política e aponta baixa remuneração, insegurança nas rodovias e falta de cumprimento das leis como principais problemas
01/12/2025
14:00
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
Uma nova paralisação de caminhoneiros está sendo articulada para a próxima quinta-feira, 4 de dezembro, em diversos estados do país. Convocado pelas redes sociais, o movimento é apresentado pelos organizadores como uma mobilização da categoria — e não como ato político relacionado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja prisão motivou tentativas frustradas de greve na última semana.
Segundo Daniel Souza, caminhoneiro e influenciador digital com quase 100 mil seguidores no TikTok, o foco agora é exclusivamente a situação estrutural da profissão.
“O Brasil ficou parado por três anos por causa dessa situação [política] e, como já acabou a questão do Bolsonaro, vamos voltar à realidade do país. A realidade dos caminhoneiros está precária”, afirmou.
Entre os problemas listados, estão:
Baixa remuneração;
Falta de segurança nas rodovias;
Leis difíceis de cumprir por falta de estrutura;
Desrespeito generalizado à categoria.
Os caminhoneiros reivindicam ainda:
Estabilidade contratual;
Cumprimento das legislações vigentes;
Reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas;
Aposentadoria especial após 25 anos de atividade comprovada.
O presidente da Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC), Janderson Maçaneiro, conhecido como “Patrola”, afirma que a paralisação tem adesão significativa:
“Eu acredito muito no movimento forte, porque há muita gente envolvida e muitos descontentes.”
Já o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Sindicam) declarou que não convoca greve, mas apoia a categoria caso os caminhoneiros decidam parar.
Por outro lado, cooperativas e lideranças da Baixada Santista rejeitam a paralisação. Para Marcelo Paz, presidente da CCAPS, não houve diálogo estruturado para uma mobilização legítima:
“Não chamaram assembleia, não houve votação. Para ter uma movimentação dessas, precisa haver diálogo, assembleia e votação.”
A paralisação de caminhoneiros realizada em 2018 durou dez dias e provocou desabastecimento nacional. O movimento foi motivado, principalmente, pelos sucessivos reajustes no preço do diesel. À época, o governo Michel Temer atendeu parte das reivindicações para pôr fim à greve.
Diferentemente do movimento de 2018, a mobilização prevista para 4 de dezembro não tem comando unificado, é divulgada majoritariamente pelas redes sociais e ainda gera dúvidas sobre sua dimensão real. Mesmo assim, lideranças regionais indicam um alto nível de insatisfação com as condições de trabalho, o que pode favorecer adesões pontuais em vários estados.
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