Política
Lula retorna à COP30 nesta quarta para destravar negociações finais sobre clima
Presidente terá encontro com António Guterres e reuniões bilaterais; conferência entra na fase decisiva com temas ainda pendentes
17/11/2025
20:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que retornará a Belém (PA) nesta quarta-feira (19) para participar da reta final das negociações da COP30, que termina na sexta-feira (21). A informação foi divulgada em uma carta lida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante o encerramento da Cúpula dos Povos no domingo (16).
Lula afirmou que seu retorno tem como objetivo reforçar o diálogo diplomático e o multilateralismo climático, com reunião marcada com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
“Voltarei a Belém para encontrar o Secretário-Geral da ONU em um esforço conjunto para fortalecer a governança do clima e do multilateralismo.”
Além do encontro com Guterres, o presidente também participará de reuniões com representantes internacionais, sociedade civil, povos indígenas, governadores e prefeitos.
Na carta, Lula voltou a defender que a COP30 produza compromissos concretos e metas claras para enfrentar a crise climática:
“Precisamos de mapas do caminho para superar a dependência dos combustíveis fósseis, parar e reverter o desmatamento e mobilizar recursos para esses fins. Não podemos sair de Belém sem decisões sobre estes temas.”
O que é “mapa do caminho” (roadmap):
Documento político-técnico que define etapas, prazos, responsabilidades e metas para alcançar um objetivo comum — usado amplamente em negociações internacionais.
Mesmo com negociações avançadas, ao menos seis temas centrais continuam sem consenso:
Financiamento climático: definição de quem paga a conta da crise.
Comércio internacional: impactos de regras de mercado em metas climáticas.
Lacuna de ambição: metas atuais ainda são insuficientes para limitar aquecimento.
Relatórios de implementação: como países devem comprovar o que fizeram.
Acordos bilaterais e cooperações específicas.
Adaptação climática: regras para apoiar países mais vulneráveis.
Segundo assessores do Planalto, a volta de Lula não é vista como solução definitiva, mas terá peso político e simbólico na fase decisiva das negociações.
Na manhã desta segunda-feira (17), o vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu o mesmo roadmap, destacando três pilares integrados:
Valorização das florestas e fortalecimento da sociobioeconomia;
Recuperação de áreas degradadas;
Cooperação entre governos, empresas e comunidades.
“Somente em um mutirão lograremos mudar mentes e realidades”, disse Alckmin.
Antes de voltar a Belém, Lula cumpre agenda nesta terça-feira (18) em Tocantins, onde inaugura a ponte Xambioá–São Geraldo do Araguaia, sobre o rio Araguaia, na BR-153.
Segundo o Planalto, a obra:
consolida um corredor logístico estratégico da BR-153;
reduz custos de frete;
fortalece competitividade do Tocantins, Pará e toda a Região Norte.
Em seguida, o presidente segue diretamente para Belém.
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