Campo Grande (MS), Quinta-feira, 19 de Junho de 2025

Ciência / Tecnologia

Asteroide 'assassino de cidades' pode colidir com a Lua em 2032 e gerar risco para satélites próximos da Terra

Impacto pode criar cratera de 1 km e lançar 100 milhões de quilos de detritos no espaço, segundo estudo

19/06/2025

09:15

NAOM

DA REDAÇÃO

©REPRODUÇÃO

Um asteroide classificado como “assassino de cidades”, identificado como 2024 YR4, está agora em rota de colisão com a Lua, com impacto previsto para dezembro de 2032, segundo novo estudo divulgado por pesquisadores da Universidade de Western Ontario, no Canadá.

Embora inicialmente monitorado por risco potencial à Terra, cálculos atualizados apontam que o asteroide pode atingir o hemisfério sul lunar, gerando uma série de consequências que vão além da superfície do satélite natural.

Perigo para satélites e espaçonaves

De acordo com o estudo, o impacto liberaria uma energia estimada em 6,5 megatons de TNT, suficiente para abrir uma cratera de quase 1 km de diâmetro na Lua.

O principal risco, segundo os astrônomos, não está no impacto em si, mas na enorme quantidade de detritos lunares que seriam lançados no espaço — cerca de 100 milhões de quilos.

Desse total, até 10% poderiam entrar na órbita próxima da Terra em poucos dias, representando ameaça real a satélites, estações espaciais e missões tripuladas, além de possíveis danos a sistemas de comunicação, GPS e internet via satélite.

Consequências diretas do impacto

  • Nuvem de detritos: liberada pela colisão, permaneceria na órbita terrestre por anos, aumentando o risco de colisões espaciais.

  • Impacto na exploração espacial: astronautas e espaçonaves em missões lunares, como o programa Artemis, podem ser diretamente afetados.

  • Ameaça a satélites: dependendo do ponto do impacto, os fragmentos poderiam atingir satélites essenciais para comunicações, meteorologia e navegação.

O estudo alerta que, devido à velocidade e trajetória dos detritos, parte deles poderia anular a velocidade orbital da Lua, aumentando ainda mais o risco de migração para a órbita da Terra.

Cientistas pedem ampliação dos protocolos de defesa planetária

Diante do cenário, os pesquisadores defendem que os protocolos de defesa planetária, até então focados exclusivamente na proteção da Terra contra asteroides, sejam ampliados para incluir também medidas de proteção à Lua e às estruturas em órbita lunar e terrestre.

O alerta surge após análise de 410 cenários de impacto simulados, que apontaram probabilidade significativa de que parte dos detritos impactem o espaço próximo à Terra.

“Precisamos entender que, hoje, a segurança espacial não diz respeito apenas à Terra, mas também às operações na Lua e à crescente infraestrutura de satélites ao redor do nosso planeta”, destacam os autores do estudo, segundo publicação no jornal britânico The Independent.

E agora, qual o risco real?

  • O estudo ainda não passou por revisão científica formal, mas já gera forte mobilização na comunidade internacional de astrônomos e agências espaciais.

  • A probabilidade de colisão com a Lua é considerada relevante, e o impacto seria inevitável caso as projeções se confirmem.

  • As agências espaciais estão começando a monitorar atentamente a trajetória do 2024 YR4, e discussões sobre medidas preventivas, como interceptação ou desvio do asteroide, estão em pauta.

Impacto não ameaça diretamente a vida na Terra, mas representa um risco sério para satélites, missões espaciais e, possivelmente, sistemas de comunicação, navegação e segurança global.


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