VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Deam erra ao indiciar irmão de jornalista agredida e deputado Paulo Corrêa critica delegacia
Polícia Civil admite erro e corrige indiciamento; músico foi solto com tornozeleira eletrônica
13/03/2025
16:00
MDX
DA REDAÇÃO
Vítima gravou vídeos logo após ser agredida. (Reprodução: Arquivo Pessoal)
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) errou ao indiciar o irmão da jornalista vítima de agressão ao invés do verdadeiro agressor, o músico de 38 anos. O caso ocorreu no último dia 3 de março, em Campo Grande, e gerou revolta na família da vítima.
O equívoco foi denunciado pelo deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), tio da jornalista, que criticou a atuação da delegacia e revelou que a família foi surpreendida com a inversão de papéis no registro do boletim de ocorrência.
“A mesma delegada que atendeu o caso anterior [da jornalista Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio] foi responsável por esse erro. Será desatenção ou falta de compromisso com o serviço? Saiu uma ordem de prisão contra meu sobrinho, e não contra o homem que bateu na minha sobrinha”, afirmou Corrêa na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS).
📍 3 de março – A jornalista procurou a polícia após ser agredida pelo companheiro, que foi preso em flagrante.
📍 4 de março – O boletim de ocorrência foi registrado, e o músico foi identificado como autor.
📍 Porém, no termo de ratificação, o irmão da vítima foi erroneamente indiciado pelo crime de lesão corporal dolosa em contexto de violência doméstica.
📍 10 de março – A Polícia Civil emitiu uma certidão de correção do erro, informando que não houve indiciamento ou mandado de prisão contra o irmão da jornalista.
Em nota oficial, a Polícia Civil reconheceu o erro e lamentou o ocorrido, reforçando que medidas estão sendo tomadas para aprimorar a rede de proteção às mulheres.
O agressor, que foi preso após o crime, teve sua liberdade concedida no dia 11 de março, com a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica. A decisão judicial determinou ainda medidas protetivas para impedir que ele se aproxime da vítima a menos de 200 metros, exceto para visitas à filha de 8 meses.
A jornalista expressou revolta com a decisão, afirmando que as provas anexadas ao inquérito não foram devidamente analisadas.
"É revoltante. O agressor que quebrou meu nariz está livre, enquanto minha família passou por essa situação absurda na delegacia”, declarou a vítima.
A reportagem do Jornal Midiamax teve acesso ao vídeo gravado pela jornalista logo após a agressão, no qual ela aparece com sangramento no nariz e a filha no colo, relatando os fatos.
✔ Polícia Civil garantiu que está revisando os procedimentos adotados
✔ Deputado Paulo Corrêa cobra mais rigor na atuação da Deam
✔ Vítima segue com medidas protetivas contra o agressor
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