Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

BANDEIRANTES

Ministro do TSE mantém inelegibilidade de Álvaro Urt, impedindo sua posse como prefeito de Bandeirantes

Decisão final do Tribunal Superior Eleitoral será analisada em fevereiro de 2025; Câmara Municipal assume interinamente a partir de janeiro

13/12/2024

16:40

DA REDAÇÃO

©REPRODUÇÃO

O ministro André Mendonça, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou nesta sexta-feira (13) o pedido de efeito suspensivo apresentado pela defesa de Álvaro Urt (PSDB), mantendo sua inelegibilidade e impedindo sua diplomação como prefeito de Bandeirantes, localizada a 70 quilômetros de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A decisão foi publicada hoje, e o julgamento do agravo interno interposto pela defesa está agendado para 3 de fevereiro de 2025.

Contexto da Inelegibilidade

Álvaro Urt foi eleito prefeito de Bandeirantes com 38,45% dos votos válidos nas últimas eleições municipais. No entanto, ele foi declarado inelegível pelo TSE devido à perda de seu mandato pela Câmara de Vereadores de Bandeirantes em 2020, mantendo-se inelegível até 2028. A cassação de Urt resultou de investigações sobre supostas fraudes em contratos de manutenção da frota de veículos da prefeitura, conduzidas pela Operação Sucata e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Tentativas de Reverter a Decisão

Apesar da inelegibilidade, Álvaro Urt registrou sua candidatura nas eleições municipais de 2024 por meio de recursos judiciais. Em 2 de dezembro de 2024, o ministro Paulo Sérgio Domingues, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu uma liminar para suspender o decreto de cassação. No entanto, o ministro André Mendonça considerou que essa suspensão não atendia aos requisitos legais, uma vez que a decisão ocorreu no intervalo entre a eleição e a data de diplomação dos eleitos em 2024.

Decisão do TSE e Consequências

Na decisão publicada, Mendonça destacou que "a obtenção do provimento liminar noticiado nestes autos ocorreu em 2 de dezembro deste ano, ou seja, no interstício entre a data da eleição e a da diplomação dos eleitos no pleito de 2024. Estabelecido esse quadro, não verifico a presença da plausibilidade jurídica do direito vindicado, requisito indispensável à concessão do almejado efeito suspensivo ao agravo interno".

Além disso, o ministro ressaltou que a tentativa de reverter a inelegibilidade por meio de "ação declaratória de elegibilidade" nos tribunais de justiça estaduais e no STJ é juridicamente inadequada. Segundo Mendonça, "não se trata de suspensão nem anulação, pela justiça comum, da deliberação da Câmara Municipal consubstanciada na cassação do ex-prefeito, ora recorrido". Ele reforçou que a competência exclusiva para decidir sobre elegibilidade ou inelegibilidade é da Justiça Eleitoral.

Implicações para Bandeirantes

Com a manutenção da inelegibilidade de Álvaro Urt, ele não será diplomado como prefeito de Bandeirantes na data prevista de 19 de dezembro de 2024, prazo final para a diplomação dos eleitos naquele pleito. O caso será submetido ao plenário do TSE em 3 de fevereiro de 2025, onde uma decisão definitiva será tomada.

Enquanto isso, a presidência da Câmara Municipal de Bandeirantes assumirá interinamente o comando da prefeitura a partir de 1º de janeiro de 2025 até que o TSE decida sobre a posse de Urt ou convide para uma nova eleição. Essa situação remete ao episódio de 2020, quando Álvaro Urt também foi eleito prefeito, mas não pôde assumir o cargo, resultando em eleições suplementares em 2021, que eleitos Gustavo Sprotte como prefeito.

Reações e Futuro Político

A decisão do TSE mantém o cenário de incerteza política em Bandeirantes, destacando a importância de conformidade com as normas eleitorais para a legitimidade dos mandatos públicos. A comunidade local aguarda a resolução final do caso, que poderá influenciar significativamente o panorama político da cidade nos próximos anos.

Considerações Finais

A manutenção da inelegibilidade de Álvaro Urt pelo ministro André Mendonça reforça a rigidez da Justiça Eleitoral em assegurar que candidatos elegíveis cumpram os requisitos legais para assumir cargos públicos. O desfecho do julgamento em fevereiro de 2025 será crucial para definir o futuro político de Bandeirantes e a possibilidade de Álvaro Urt assumir a prefeitura ou ser convocada uma nova eleição.


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