JUSTIÇA
Defesa alega que mulher era agredida física e verbalmente por tatuador
01/08/2024
13:38
ANA PAULA CHUVA
Sônia foi presa em Curitiba em junho deste ano (Foto: Divulgação)
A defesa de Sônia Obelar Gregório, presa por jogar soda cáustica no ex-namorado Leandro Coelho Marques, afirma em nota que a mulher era vítima de agressões físicas e verbais por parte do tatuador, inclusive chegou a ter medida protetiva concedida pela Justiça. O caso aconteceu em fevereiro de 2023. O homem ficou cego por conta do produto corrosivo e agora pede R$ 1 milhão em indenização.
Em nota, enviada ao Campo Grande News, o advogado Guilherme Henrique de Morais Calegari pontuou que Sônia jamais se negará a prestar os esclarecimentos necessários e “sobretudo, cooperar com a justiça”. A dessa ainda reafirma o compromisso de responder todas as acusações de forma justa e colaborativa.
No entanto, destaca na nota que a mulher é vítima de violência doméstica e já vinha registrando boletins de ocorrência contra Leandro por conta das agressões. De acordo com Guilherme, ela inclusive teve medida protetiva concedida em 2021.
“A bem da verdade, enquanto não houver efetiva conscientização acerca dos efeitos adversos desse tipo de violência, lamentavelmente passaremos a conviver rotineiramente com casos como este, em que a mulher precisa, sozinha, se defender dos ataques à sua integridade física”, disse em nota.
Calegari ainda afirma que a defesa lamenta as consequências dessa relação conturbada entre os dois e se coloca à disposição para eventual colaboração “pois nunca se negou a gravidade dos fatos, nem os importantes efeitos que causaram no ex-namorado”. No documento, o advogado ainda alega que Sônia nunca foi ouvida.
“Sônia nunca foi ouvida, nem pelo Poder Judiciário, nem pela imprensa. Assim, todas as afirmações que se têm notícia – e que, repetidas, tornaram-se “verdades” (meias verdades, aliás) –, são aquelas prestadas pelo próprio Leandro e seus familiares. Por fim, a defesa se coloca à inteira disposição da justiça e da imprensa para o desfecho breve e justo do caso”, finaliza a nota.
Crime - Na data dos fatos, consciente, o tatuador contou que voltava da academia e estava chegando em casa, no Bairro Aero Rancho, quando viu a ex-namorada, que sinalizou para que ele parasse no intuito de conversarem. Ao parar a moto, a mulher jogou o líquido de uma caneca no rosto da vítima.
O tatuador disse que ficou "atordoado", sentindo o rosto e olhos queimando. Ele, então, andou com a moto por alguns metros, mas não aguentou a dor e perdeu a visão. Foi o momento em que parou e pediu socorro na casa de um morador. Em seguida, a vítima lavou o rosto com água da mangueira, mas sua visão escureceu e não voltou mais.
Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para a Santa Casa. A família informou que a ex-namorada tinha ciúmes doentio pelo fato de o homem ser tatuador. "Essa é a profissão dele e sabemos que não existe escolhas para tatuar uma pessoa. A cliente que escolhe, bunda, seios, seja lá onde for", descreveu a irmã nas redes sociais.
Prisão - Foragida desde fevereiro de 2023, Sônia foi presa em junho deste ano em Curitiba, no Paraná, por força de mandado de prisão. Na ocasião, conforme o delegado Nasser Salmen, desde que a Vara Criminal de Campo Grande expediu o mandado de prisão pelo crime de lesão corporal gravíssima, a inteligência da polícia de Curitiba começou a dar apoio na captura. A mulher permanece custodiada na cadeia pública da capital paranaense.
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