O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL (Partido Liberal) deve anunciar nesta semana o nome do ex-deputado estadual Rafael Tavares como pré-candidato à prefeitura de Campo Grande.

O presidente do diretório municipal, Tenente Portela, disse que Tavares é o nome preferido dele e também do deputado federal e presidente estadual da sigla, Marcos Pollon. No entanto, quem deve bater o martelo sobre o nome que deverá ser lançado pelo PL na corrida à Prefeitura Municipal é Waldemar da Costa Neto, presidente nacional, e Bolsonaro.

“Essa decisão passa pelo Waldemar, pelo Bolsonaro, pelo deputado federal Marcos Pollon. Tavares está como pré-candidato, mas ainda não posso bater o martelo. Não é uma decisão só do Tenente Portela. Ele [Tavares] é um excelente candidato, tem potencial. O PL vai ter candidato próprio. Hoje ele [Tavares] tem meu apoio e o Pollon já disse que também é o preferido dele”, disse.

Na última semana, Pollon comentou sobre a possibilidade de Tavares ser o nome do partido a concorrer ao Município.

“Ele foi ferroado com o mesmo ferrão que ferroaram o Bolsonaro. Tiraram alguém da direita para colocar alguém de esquerda. Isso é um elemento que cativa o coração do eleitor. Acho isso um valor muito importante e isso não pode ser levado em segundo plano”, disse em posicionamento na última semana.

À reportagem, Rafael Tavares disse que tem o apoio de Portela, Pollon e de Jair Bolsonaro para se lançar pré-candidato. Na última semana Tavares, que teve mandato cassado como deputado após erro do PRTB, teve filiação no PL assinada pelo ex-presidente.

A data para o anúncio, segundo Tavares, deve ser anunciada nesta semana pelo partido.

Saída do PRTB e filiação ao PL

O ato de filiação de Tavares foi divulgado pelo perfil do ex-deputado na última terça-feira (12). A filiação acontece um mês após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgar a decisão que confirmou a cassação do mandato do deputado estadual. A sentença indeferiu os recursos do parlamentar e cita ‘clara intenção de burlar a lei’ pelo partido.

O ministro relator, Raul Araújo, cita a prática de abuso de poder e fraude na cota de gênero, com candidaturas fictícias. O relatório relembra os fatos constatados nas Eleições de 2022, para o cargo de deputado estadual.

“O partido réu indicou 2 candidaturas femininas fictícias e fraudulentas. Assentou que a agremiação apresentou seu DRAP contendo 25 candidatos a deputado estadual, sendo 17 homens e 8 mulheres. No entanto, foi constatado que a legenda participou das eleições com 16 candidaturas masculinas, tendo em vista que 1 candidato do sexo masculino também teve seu registro indeferido, e apenas 6 candidaturas femininas, descumprindo o disposto no art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/1997”.

Assim, o ministro aponta que as duas candidaturas femininas tiveram como fim burlar a regra da lei.

Com a saída de Tavares, Paulo Duarte assumiu vaga na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul). O deputado do PSB terá uma cadeira na Assembleia após obter 16.663 votos. Tavares havia sido eleito com 18.224 votos.