Campo Grande (MS), Segunda-feira, 29 de Abril de 2024

ENTREVISTA

DESTAQUE - Béko Santanegra conta sobre a carreira musical e experiências no MS e fora do Brasil 

23/02/2024

14:00

ALESSANDRA PAIM

©DIVULGAÇÃO

Com mais de 45 anos no cenário musical, Béko Santanegra vem deixando sua identidade musical nos shows que fez em eventos e bares da Capital. Músico, compositor e produtor, atualmente está mais focado em atender seus clientes em seu estúdio, (Estúdio Santanegra). Um dos pioneiros no celeiro cultural do MS, Béko concedeu uma mega entrevista para a Página Expressando com Alessandra Paim para falar tudo da vida musical dentro e fora do Estado. Muito obrigada Béko Santanegra pela super entrevista, desejo sucesso em seus novos projetos e continue essa luta de reconhecimento dos nossos artistas, temos excelentes profissionais no nosso Estado. 

Segue a entrevista na íntegra 

Expressando com Alessandra Paim - Quem é Bèko Santanegra? 

Béko Santanegra - Meu nome é Américo Lúcio Nogueira, mais conhecido como Béko Santanegra.  Sou artista sul-mato-grossense, músico nascido em Campo Grande, criado em Rochedo, Corguinho. Filho de família humilde, meus pais são: Jose Nogueira de Azevedo e Catarina Lucia Nogueira de Azevedo. 

Expressando com Alessandra Paim - Há quanto tempo de carreira musical o Bèko Santanegra tem? 

Bèko Santanegra - já estou há muitos anos na estrada musical. Comecei a tocar na pré-adolescência e antes já cantava com meu irmão e a partir daí, nunca parei. Sou autodidata, mas cursei também algumas escolas de música em São Paulo pra entender o que era a minha paixão, que é a música brasileira. Estou com 62 anos e mais de 45 anos de carreira musical. 

Expressando com Alessandra Paim - Qual o estilo musical? 

Bèko Santanegra – meu estilo musical é bem eclético. Gosto da música brasileira, bossa, samba, rock nacional, Jazz, Blues. Uma música bem estruturada pra mim é o que vale, gosto do sertanejo raiz que conta uma história boa sobre o sertão brasileiro. Não tenho um estilo pré-estabelecido, aquilo que eu gosto e acho legal cantar, eu vou cantando. 

Expressando com Alessandra Paim – Autorais 

Bèko Santanegra – tenho várias músicas editadas nas redes sociais, tenho estúdio que produzo as minhas façanhas musicais (risos), tem escrita por fazer, muita coisa musicada pra colocar letra e tem também as músicas prontas que falam principalmente da minha experiência de vida e também da minha região. Tem regionais, tem coisas que são fusões musicais e também tem coisas cantadas em espanhol. 

Expressando com Alessandra Paim - Influências musicais 

Bèko Santanegra – minha primeira influência que tive foi naturalmente o regional, chamamé, essas coisas do nosso campo ternário aqui e a música andina também. Mas o que pegou muito quando eu quis entender música foi a música popular brasileira: Tom Jobim e João Gilberto e esse pessoal todo que começou com a música de qualidade. 

Expressando com Alessandra Paim – Festivais 

Bèko Santanegra – já participei de muitos festivais. Mas o maior deles que participei foi o FICO (Festival Interno do Curso Objetivo) que nós ganhamos aqui no MS e quando fomos para São Paulo, nós não podemos cantar a música no Ibirapuera, lotadíssimo. A gente não pode cantar a música, por que foi censurada. Nós não sabíamos que os dirigentes do Objetivo tinham enviado a música sem a autorização prévia do pessoal de São Paulo então chegamos lá e tivemos que improvisar no palco uma música diferente e fomos dormir na praia em Guarujá, todo mundo. Foi bacana, uma experiência boa. E também no Norte que participei dos festivais lá e não gostaram de eu ter vencido. Tive problemas com censuras porque as minhas músicas sempre falavam das questões sociais, da ditadura. E Ficavam sempre questionando o que é porque dessas diferenças que tínhamos no Brasil e direitos humanos, também. 

Expressando com Alessandra Paim - Béko, fala um pouco da sua vida musical na Europa comparando com a do Brasil? 

Bèko Santanegra – eu fui pra Europa para passar as férias e acabei fechando o contrato com um agente. Na Europa você precisa de um agente pra você trabalhar, não é como no Brasil, lá é diferente, são mais organizados. A gente precisa ter um representante é um empresário pra nós no Brasil, foi uma experiência muito boa porque eles levam muito a sério tudo. Ele que dá a nota fiscal coloca o músico no mercado, você sozinho sem um agente lá, não consegue fazer shows. Eu voltei para o Brasil para visitar a família e não consegui voltar pra Europa devido os atentados do 11 de setembro do World Trade Center e o meu empresário ligou falando pra não voltar porque não sabia o que ia acontecer no mundo depois dessa tragédia. E aqui no Brasil é sempre aquela coisa, a gente é brasileiro e vamos se virando, a gente luta muito pra ter direito do músico ser reconhecido, a formalização do trabalho do músico é coisa que no Brasil não tem ainda. Há muitas tentativas de formalizar o trabalho do músico, porque músico também tem dor, tem que se aposentar, tem família, tem que pagar imposto como todo ser vivente no planeta. 

Expressando com Alessandra Paim - Dentre muitos eventos que você participou qual foi o mais marcante pra você e por quê? 

Bèko Santanegra – eu era muito jovem ainda e fui tocar em Serra Pelada. Um cara me viu tocando em Belém e me contratou para tocar em Serra Pelada. Chegamos lá era um local bem rústico, improvisado e fui tocar num barracão de zinco que não tinha geladeira, nem freezer, não tinha nada, eram só homens e foi muito difícil encarar aquilo ali e depois disso, eu descobri que eu era artista, eu posso ser artista me sustentar e ganhar dinheiro e sobreviver com a música. 

Expressando com Alessandra Paim – Repertório 

Bèko Santanegra - meu repertório é bem variado, depende muito de quem está na plateia me ouvindo. Eu nunca vou com nada planejado, com setlist prontinho, tenho as minhas músicas, gosto também de fazer um pouco de cada coisa do Brasil. Fazer o baião, coisas do Nordeste, músicas daqui chamamés, músicas regionais. Gosto muito das músicas regionais do país inteiro e se você for observar, cada Estado tem a suas estrelas, compositores, trabalhos lindíssimos que não é divulgado nas grandes mídias. Mas o repertório é esse, aquilo que gosto de cantar vou cantando e se as pessoas gostam, vou conquistando amizades, conquistando o mercado e seguindo a vida. 

Expressando com Alessandra Paim - Projetos em andamento e futuro 

Bèko Santanegra – antes da pandemia, nós estávamos ensaiando 02 shows: Um show de música latina com arranjos nossos com a banda que só cantava músicas da Bolívia, Argentina Uruguai do Brasil. E outro show autoral que era uma mistura de rock n’ roll com Funk e Bossa Nova, Chamamé fizemos um arranjo e íamos apresentar os shows. Mas, com a pandemia tivemos que suspender esse projeto. Agora estou mais no meu estúdio produzindo para os clientes e não sei se vai ser possível para colocar esse projeto em ação porque não é barato você fazer ensaios, pagar os músicos, a gente precisa de infra. Mas acredito que se as coisas melhorarem a gente vai retomar esses 02 projetos e tocar o barco. 

Expressando com Alessandra Paim - Receptividade dos fãs 

Bèko Santanegra – eu me sinto abençoado, toda vez que vou tocar sempre as pessoas gostam do meu trabalho e isso é uma característica legal. Dos fãs, do carinho deles, muito bom fazer o que a gente gosta e que as pessoas se sintam felizes com o nosso trabalho. 

Expressando com Alessandra Paim - Como você define a música atualmente? 

Bèko Santanegra - essa pergunta é difícil, hein... não dá pra falar da música atual sem que alguém não vá se magoar por conta da minha opinião ou da opinião daqueles que sempre cobram do artista brasileiro mais qualidade da música. Está tudo muito igual, muito reto, um imita o outro, não há criatividade. Sempre uma letra banal, não tem uma história, algo legal pra falar. Mas enfim, tem gente boa cantando, compondo, só estão adormecidas daqui a pouco aparece todo mundo e as coisas melhoram, eu gosto de música mais elaborada. 

Expressando com Alessandra Paim - Onde podemos ver o Béko Santanegra cantar em Campo Grande? 

Bèko Santanegra – Atualmente estou fazendo eventos, às vezes vou aos bares dar uma canja com os amigos, mas sempre que vou tocar em algum lugar público, divulgo nas redes socias e o pessoal vai lá me ouvir.  

Expressando com Alessandra Paim - Um sonho 

Bèko Santanegra - em se tratando de música, eu gostaria de ver o Brasil instituir o Estatuto do Artista Brasileiro para que possamos ter os direitos assegurados na constituição como artista. É um grande sonho e essas coisas não acontecem da noite pro dia, vai ter que brigar muito ainda. 

Expressando com Alessandra Paim - Contatos para shows 

Bèko Santanegra - (67) 99192-6066 e nas plataformas digitais (Facebook/Instagram) 

Expressando com Alessandra Paim - O que não pode faltar no show do Béko? 

Bèko Santanegra - emoção e alegria. A gente sempre quer atingir as pessoas através da música e é muito legal quando as pessoas se sentem bem quando estão ouvindo um repertorio que tocam o coração delas. 

MENSAGEM 

“Sejam felizes e honestos, sempre. Busquem o melhor pra si, a vida é muito curta pra a gente perder tempo com banalidades e futilidades a gente precisa existir sendo útil pra alguém”, Béko Santanegra.  

REFERÊNCIAS DE PESQUISA 

 Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul - Do Barroco ao Barracão faz uma viagem pela música com Béko Santanegra 

Artista de MS lança álbum em homenagem ao maior compositor da música sertaneja - O Estado Online 

Festival Viva Campo Grande reúne artistas de MS para homenagear a Capital - Correio do Estado 

Bar tem de rock a MPB ao vivo todos os dias e carnes com temperos originais - Sabor - Campo Grande News 

Câmara homenageia artistas - Correio do Estado 

INSTAGRAM @santanegra 

https://www.youtube.com/@BekoSantanegra 

FACEBOOK : BÉKO SANTANEGRA 

https://www.youtube.com/watch?v=ETukABQxuSs 

https://www.youtube.com/watch?v=YQCc5PPc85w 

https://www.youtube.com/watch?v=mtB6JcO6zOg 

https://www.youtube.com/watch?v=6WcKccQSaJ0 

https://www.youtube.com/watch?v=6ORJ6dPO9sA 

https://www.youtube.com/watch?v=E1_iJpHg8Js 


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