A problemática da produção de lixo vai muito além de dias atuais, remonta a existência humana, sobrepõe-se à tecnologias e persiste.

Onde houver vida, sempre haverá dejetos, por mais que a indústria evolua para o biodegradável, resíduos serão inevitáveis.

Ainda que se auto decomponha, nem tudo será passível de auto decomposição e o tempo que leva em conjunto com a produção diária incessante contribuem para o aumento do lixo.

A média de produção per capita de lixo no Brasil está em torno de 379 kg,mais ou menos,um quilo ao dia por pessoa,aparentemente pouco individualmente, entretanto,um volume permanente e crescente.

Matematicamente, representa um acréscimo anual em um percentual de 100% por pessoa,ano após ano.

Enquanto o acúmulo gera degradação ambiental, indiretamente fomenta a pobreza pela via do não ganho,do sub ganho(catadores de recicláveis em lixões, aterros sanitários ou mesmo organizados em associações, o grande lucro não se dá aos coletores,mas aos que industrializam o que é coletado), da disseminação de doenças, pragas e vetores multiplicados e sobrepostos ano após ano.

Resta à gestão pública, doenças e pobreza de um lado e problemas logísticos,legais e ambientais de outro.

Muito além da retórica romântica ambiental,trata-se de questão à ser solucionada em políticas públicas amplas,centradas em planejamento e ações que visem a neutralização e a posterior conversão de um fato danoso latente,em solução, resultando em qualidade de vida e geração de renda e trabalho em programas sociais,que por sua vez resulta em elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), visibilidade, saneamento, fatores diretos e indiretos, nítidos, demonstrando a eficiência da Administração pública.

O reaproveitamento de resíduos orgânicos,inorgânicos e de construção,traz consigo uma conjunção de lucro, tanto monetário, quanto social, verdadeira compliance administrativa,legal e social.

O mundo caminha para múltiplas vantagens quando se tem alinhados a gestão pública, a iniciativa privada e a população, a primeira em ação, a segunda em execução e a terceira em conscientização, todas em participação.

Autor:

Raimundo Candido da Silva Jr

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Nota sobre o autor

Raimundo Candido da Silva Jr é Advogado, Jurista, Administrador, Escritor, Conferencista e Palestrante, membro do IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros), IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), ABDPC (Academia Brasileira de Direito Processual Civil), IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), IBRADEMP (Instituto Brasileiro de Direito Empresarial).